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terça-feira, 26 de março de 2019

Notas sobre a eutrapelia

1) Eutrapelia é a arte de zombar de ninguém sem ofender-lhe o decoro ou a dignidade, uma vez que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Em resumo, é responder com fina ironia quando alguém, que é seu igual, conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de estar fora da conformidade com o Todo que vem de Deus e por causa disso cair numa situação embaraçosa, para não dizer ridícula.

2.1) O que difere a nobreza da ralé é a prática da eutrapelia. O homem é voltado para a prática do combate moral, que pode em certos momentos tornar-se um combate de vida e morte - por isso, ela é própria da educação masculina, uma vez que ele é mais propenso ao heroísmo.

2.2.1) A eutrapelia, no contexto cristão, ajuda a trazer o que está na tenra infância do conservantismo de volta para a realidade, para a conformidade com o Todo que vem de Deus

2.2.2) Em tempos onde as pessoas conservam ao extremo o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de qualquer palavrinha tornar-se sinônimo de ofensa, por conta da perda do senso de proporções, essa bela arte do bom humor está morrendo.

2.3.1) Muitos dos que nasceram biologicamente no Brasil não têm senso de nobreza.

2.3.2) Tudo tem conotação pornográfica, a ponto de tudo se tornar uma pornochanchada. Qualquer zombaria terá conteúdo sexual ou pornográfico, a ponto de questionar a sexualidade do sujeito, mesmo quando ele está falando sério. E isso se torna extremamente grave, quando a pessoa não examina tudo o que foi dito previamente pela pessoa antes, num determinado contexto.

2.4.1) Quando escrevo uma postagem, ela tem um contexto e uma circunstância. A pessoa que decide interferir na conversa, sem o conhecimento desse contexto, só vai dizer asneira, ofendendo ainda mais quem está a falar de maneira grave.

2.4.2) Qual seria a postura mais sensata? Ver as postagens anteriores de modo a agir com caridade para com a verdade que está sendo dita, que não precisa ser minha ou sua para ser nossa.

2.4.3) Como prudência é ato de nobreza, coisa que a maioria dos nascidos no Brasil biologicamente não possuem, então a rede social acaba promovendo o relativismo moral, pois foi dado um meio de ação de modo que o imbecil tivesse o mesmo direito de opinião e de expressão que um nobre. Eis o problema criado pela tal inclusão digital, cuja campanha se deu nos anos 90 e 2000, quando a internet estava engatinhando.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de março de 2019.

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