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segunda-feira, 11 de março de 2019

Notas sobre a história enquanto parte do estudo da ontologia das coisas

1) Na década passada, quando não era católico, certos libertários me acusaram de ser historicista. Fiquei irritado com a acusação, deletei todo mundo e me afastei desse grupo de revolucionários, que só sabem conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

2.1) Hoje mesmo, por curiosidade, tratei de pesquisar sobre o que é historicismo.

2.2) Nestas andanças, descobri o seguinte: que a história está relacionada ao campo da ontologia, ao estudo do ser enquanto ser. As coisas têm uma razão de ser e sua razão de ser, se for verdadeira, é capaz de resistir ao teste do tempo, a ponto de legar para as futuras gerações um caminho que aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus. Como Deus fala através de fatos, palavras e coisas, então essas coisas estão permanentemente relacionadas ao homem, enquanto animal que erra.

3.1) Quando Lévi-Strauss fala que a História não está relacionada ao homem, nem a um objeto em particular, então ele está tomando como base o homem enquanto animal que mente, o homem kantiano.

3.2) Se a História leva a qualquer caminho, então o conservantismo faz dela uma taxonomia e assim reduzir a ontologia das coisas às suas funções, a ponto de apontarem se elas são humanas ou anti-humanas, uma vez que o homem se tornou a medida de todas as coisas. E neste ponto, a antropologia moderna é a perversão do estudo histórico, posto que se funda no materialismo dialético - e isso é pseudociência, além de gnose, pois acredita-se que a classificação taxonômica da história é um conhecimento que pode ser usado para se salvar os eleitos, os proletários, do convívio com os condenados, os burgueses.

4.1) Se as coisas têm razão de ser, a ponto de apontar para Deus como sendo o sujeito da História, então o estudo da história das civilizações é um tipo de cristologia, pois Cristo é construtor e destruidor de Impérios.

4.2) Por essa razão, na conformidade com o Todo que vem de Deus, podemos fazer juízos morais condenando certas coisas que eram praticadas em determinadas épocas, por conta de estarem contra essa santa conformidade - assim, por meio da compreensão do passado, passamos a conservar o que é conveniente e sensato, pois vemos nesses fatos a dor de Cristo.

4.3.1) Quem evita de fazer juízos morais está evitando esta lição de Heródoto: de que precisamos compreender os erros do passado de modo que eles não sejam feitos novamente no futuro.

4.3.2) Quando se evita tal juízo de valor e quando se fica alegando que cada época tem sua verdade, então isso é estudar a história com fins vazios. E, neste ponto, o animal que erra é incentivado a mentir, e isso é um tipo de má pedagogia. Isso reduz a história a uma versão, a uma forma de narrativa cuja função é justificar a vitória dos vencedores, dos que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de conquistarem o poder total e mudar a sociedade desde cima: os revolucionários, que reduzem tudo a relações de poder, relações de força, como se todos os homens fossem tão pérfidos quanto eles.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de março de 2019.

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