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quarta-feira, 1 de março de 2017

Não é ordem e progresso, mas desordem em progresso

1) Na época em que cursei faculdade, houve um colega que me disse o seguinte: "em São Gonçalo, todo progresso se dá à base de puxadinho".

2) Considerando que nossas cidades são verdadeiras desordens urbanas, verdadeiras zonas, a ordem do dia se dá pela desordem. E o que é progressismo revolucionário senão desordem em nome da ordem, o feio tomando o lugar do belo?

3) Creio que minha colega Priscila Neri, como arquiteta, não vai gostar do que digo, mas parece que todas (ou quase todas) as cidades são que nem São Gonçalo: muitas delas sequer tem desenho urbano e são verdadeiros puxadinhos em progresso, pois toda vez que vejo aquele programa, o Brasil visto de cima, eu sinto um verdadeiro desgosto.

4.1) Uma vez eu vi fotos de um amigo meu que vivia na Noruega (hoje ele mora em Recife).

4.2) As casas lá são bonitas e é tudo organizado, pelo que via das fotos do lugar (ele morava em Oslo). Por que não podem fazer o mesmo aqui? Como posso tomar um país como sendo meu lar se só há feiura e deformidade em todo lugar? Afinal, Cristo não é o mais belo dos homens justamente por ser verdadeiro Deus e verdadeiro homem, além de ser o belíssimo esposo das mulheres mais devotas, que seguem uma vocação religiosa?

4.3) Se isso não é conforme o Todo que vem de Deus, então a feiura arquitetônica e urbanística leva à apatria - e a maior prova disso é Brasília, uma verdadeira Babilônia, uma cidade fundada no amor de si e prova viva de que o Estado é e deve ser tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. Nada mais medonho e revolucionário do que isso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de março de 2017.

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