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sábado, 11 de março de 2017

Notas sobre um grande mistério da filosofia: como considerar universal a filosofia de um sujeito que sequer saiu de sua própria cidade em vida?

1.1) Como é que podemos considerar universal a filosofia de um sujeito que em vida sequer saiu de sua própria cidade, como Immanuel Kant?

1.2.1) O simples fato de não viajar revela um horizonte de consciência reduzido. E penso ser suma arrogância fazer uma filosofia de caráter universalista se você ao menos nunca tentou tomar ao menos dois lugares como parte de seu lar em Cristo.

1.2.2) Ainda que ele tenha acumulado bastante informação de pessoas que tiveram a experiência de viajar - visto que a universidade na época dele era composta de gente que tinha passado por tal experiência -, essa experiência substitutiva não é suficiente, dado que nada substitui a experiência própria, coisa que pode ser muito bem exprimida em palavras próprias, o que denuncia uma vivência, coisa que aponta para uma experiência universal, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.1) Santo Agostinho dizia que se a pessoa nunca viajou, então toda a experiência vivida se resume a apenas uma página.

2.2) Eu mesmo já tive a oportunidade de viajar, embora tenha feito isso poucas vezes.

2.3) Aos 13, eu estive em Foz do Iguaçu - e mais recentemente eu estive em Santo André para o batismo do meu irmão. Isso sem falar que passei 7 anos da minha vida estudando em Niterói, quando estudava na UFF, já que por 7 anos eu tive dois domicílios: um domicílio necessário, por força dos estudos, e outro porque nele se encontra a minha família, com quem vivo até hoje, já que ainda não me casei.

2.4.1) O fato de ter passado uma parte de minha vida em outra cidade, ainda que por algumas horas, já mostra um senso de vastidão de mundo que jamais teria se não tivesse cursado minha vida universitária em Niterói. E esse senso de vastidão aponta para coisas ainda maiores.

2.4.2) Na época em que cursei faculdade, entre 2001 e 2008, Niterói era uma cidade interessante e cheguei a pensar seriamente em morar na cidade; como minha mãe era funcionária do município do Rio de Janeiro e estava na ativa, então ela tinha que necessariamente residir aqui, o que inviabilizaria qualquer plano de mudança. A maior prova disso é que em 2008 eu me formei e após 3 anos de formado, em 2011, é que minha mãe se aposentou, justamente quando a mudança deixou de ser um fato necessário para mim.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de março de 2017 (data da postagem original).

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