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sexta-feira, 24 de março de 2017

Notas sobre a relação entre sucessão e nacionidade

1) Vamos supor que você tenha trabalhado duro a ponto de construir um complexo de bens que abrange:

1.1) Uma fazenda, onde você produz trigo - e esta fazenda também tem uma criação de ovelhas.

1.2) Uma tecelagem - um lugar onde a lã das suas ovelhas pode ser processada e convertida em roupas, de modo a atender à população necessitada de vestuário.

2.1) Você tem dois filhos: um tem vocação para a atividade agropastoril, enquanto o outro tem talento para a atividade manual, essencial para o artesanato.

2.2.1) Se você os educa de modo a que suas vocações dêem continuidade ou aprimorem o legado da sua família, então a sucessão está garantida.

2.2.2) O filho que tem vocação agropastoril cuidará da fazenda - ele diversificará os negócios de tal maneira a criar um lugar onde o trigo possa ser processado e usado para atender às necessidades da população, como numa padaria, por exemplo.

2.2.3) O filho com vocação para as atividades manuais, manufatureiras, assumirá a tecelagem e cuidará de diversificar os negócios, atuando em outras vertentes que exijam habilidade manual. Neste ponto, ele se torna um capitão de indústria.

3) Quando você capacita seus filhos de modo a que seus dons aprimorem o legado da família, você tem distributivismo. E distributivismo implica liderança: você precisa preparar seus filhos para a vida - e vida implica servir a Cristo nesta terra e em terras distantes, de modo que o país seja tomado como se fosse um lar n'Ele, por Ele e para Ele. E é assim que se ganha a vida eterna, uma vez que o trabalho é uma escola que nos prepara para a pátria definitiva.

4.1) Para que terceirizar para um estranho, se posso preparar meus filhos para cuidarem dos negócios e servirem seus semelhantes?

4.2) A questão da terceirização está relacionada ao fato de que estamos ensinando nossos filhos a serem felizes egoisticamente falando ao invés de serem nossos sucessores na nossa missão salvífica. Afinal, a felicidade não está neste mundo, mas na vida eterna que se dará no Reino de Deus.

4.3) Afinal, o dinheiro deve ser fruto de um trabalho que implique olhar para o outro como um espelho de meu próprio eu - e isso é evangelização. Se o dinheiro não estiver vinculado a este fundamento, então o dinheiro acaba se tornando um fim em si mesmo, a ponto de edificar coisas com fins vazios.

4.4) Os argumentos dos que estudam economia sem levar em conta a vida eterna semeiam a liberdade voltada para o nada. E isso não é importante.

4.5) Afinal, não faz sentido obedecer a nenhuma lei desta República, uma vez que regimes que fazem o Estado ser tomado como se fosse uma religião a ponto de eliminar o trabalho salvífico da Igreja não devem ser levados a sério. E isso é totalitarismo!

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de março de 2017.

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