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terça-feira, 21 de março de 2017

Notas sobre a relação entre voto aberto e os motivos determinantes de uma eleição

1.1) Todo aquele que vota num candidato faz uma escolha pública.

1.2) Como este está investido na função de juiz, de modo a dizer se este e não aquele candidato é o mais adequado para nos servir numa determinada circunstância em que nos encontramos, ele precisa motivar seu voto. E os motivos determinantes estão não só nome do candidato e suas propostas, mas também numa boa razão pela qual este e não aquele foi escolhido.

2) A capacidade eleitoral de votar (jus sufragii) implica motivar uma sentença - e isso pede um voto aberto. Além do mais, para motivar uma sentença, a pessoa deve conhecer a si mesma, ter uma vida reta, uma fé reta e uma consciência reta - logo, deve ter a ama bem formada na conformidade com o Todo que vem de Deus, de modo a que sua estupidez não comprometa o destino de uma comunidade inteira

3) Em tempos de Estado tomado como se fosse religião, em que os partidos representam uma ideologia e não uma representação das classes constituintes da nação, o voto aberto é impraticável. E os motivos determinantes foram reduzidos a votos quantificados - e os sufrágio dos capazes acaba se reduzindo ao sufrágios dos incapazes, dos oligofrênicos, dos jumentos municiados de título eleitoral. E é neste ponto, portanto, que a República moderna se reduz a uma utopia, a algo que não tem lugar naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de março de 2017 (data da postagem original).

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