1) Quem conserva o que é conveniente e dissociado da verdade tende a recusar a enxergar a realidade: que o Brasil foi fundado para propagar a fé cristã em terras distantes, uma vez que é por meio da Santa Cruz que venceremos - por isso, não foi à toa que o Brasil se chamou à Terra da Santa Cruz no passado . Por isso, a política aqui sempre terá fortes cargas de providencialismo e de messianismo, por conta do milagre de Ourique.
2) Revolucionários ousaram manipular essa tendência messiânica de nossa sociedade a favor deles a ponto de criar um messias da esquerda, que foi o Lula. E quando tudo mais parecia perdido, eis que a Divina Providência nos ofereceu Bolsonaro como resposta a este mal, o antimessias desse conservantismo.
3) Por conta de uma inevitável guerra dos Messias, muitos buscam uma terceira via, a ponto de conciliar um discurso conservantista de cunho liberal e um discurso conservantista de caráter revolucionário, socialista, a ponto de ser a síntese de Lula e Bolsonaro, que promete superar a ambos, a ponto de a "reta" razão, a ingaia ciência superar o obscurantismo da fé.
4) Isso terminará naufragando, já que isso é fuga da realidade. Trata-se de uma fé metastática - seus agentes, que são uns cancerosos, já estão todos morrendo de velhice e do câncer que está se voltando contra eles mesmos, como aconteceu com Bruno Covas, em razão da constante tirania que praticaram.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 16 de julho de 2021 (data da postagem original).