1.1) Se a vereança é a porta de entrada para a vida política, então é crucial que se conheça a história da cidade, pois é preciso tomá-la como um lar em Cristo de modo que se sirva bem a ela de modo a distribuir esse senso a todos.
1.2) Uma das áreas onde sou muito deficiente é acerca da História da cidade onde eu nasci e me criei, o Rio de Janeiro, uma vez que não tenho conhecimento algum, já que a escola não me deu base neste aspecto. E jurei a mim mesmo que vou fazer alguma coisa a respeito nessa seara.
1.3.1) Tudo o que sei são de coisas que meus pais comentaram a respeito do mundo em que eles viveram e que foi radicalmente transformado com o passar das décadas. Pena que meu gravador já não está funcionando como se deve - eu gravaria esses depoimentos e os transcreveria de modo que servissem de base para as minhas pesquisas futuras.
1.3.2) Se eu juntar esta ponta com livros que vou coletando aqui e ali acerca da história do Rio de Janeiro, eu poderia compor um quadro acerca do que realmente ocorre aqui. E um livro sobre a história da cidade do Rio de Janeiro poderia nascer.
2.1) Quem advoga o municipalismo como bandeira deveria agir no âmbito cultural de modo a escrever livros acerca da história da cidade onde esta pessoa viveu e foi criada, mas não vejo ninguém atuando nessa direção.
2.2.1) Se a cidade é crucial para o desenvolvimento do estado, como é o caso da minha, então é preciso que se conte também a história dos bairros como base para se contar a história da cidade, pois as pessoas vivem nos bairros - e o Rio de Janeiro é prodigioso neste aspecto.
2.2.2) Isso pediria uma espécie de reunião de Estado-maior discutindo a história e o futuro da cidade nos próximos anos. Na verdade, três Estados-maiores: um para se discutir a história da cidade, outro para discutir a história do estado, a partir da síntese dos 92 municípios que compõem o estado do Rio de Janeiro, e mais outro a respeito de contar a história do Brasil sob a perspectiva local, de modo a servir de base para se escrever uma história do Brasil a partir da síntese dos olhares dos 26 estados, mais o Distrito Federal.
2.2.3) É bem trabalhoso, mas é melhor isso do que nada, uma vez que a história do Brasil, tal como ela é contada nas escolas, não passa de um microcosmos da História universal contada desde um ponto de vista cosmopolita, uma vez que o Brasil separado de Portugal foi criado para ser o império dos impérios do mundo, para servir de laboratório para toda e qualquer experiência totalitária que venha a ser aplicada no mundo num futuro não muito distante - eis aí a verdadeira essência do centralismo que é aqui praticado, coisa que é contrária a tudo aquilo que foi montado por conta da missão de servir a Cristo em terras distantes, o que leva a um federalismo pleno.
3.1) Enfim, formar esse pessoal qualificado para tal discussão vai ser um grande desafio, uma vez que sem eles não haverá uma educação de base séria, como quer o governo.
3.2.1) Não é à toa que o problema da formação das almas no Brasil é o mais complicado de ser resolvido - e isso não encontra precedente em qualquer lugar no mundo. Ele terá que ser resolvido desde a base: a partir das famílias.
3.2.2) Os pais que tiverem algum conhecimento precisam colocar na cabeça de que é preciso preparar seus filhos para a vida - e esta me parece a primeira coisa que deve ser feita. A preparação para a vida leva os filhos a seguirem o caminho de seus pais, pois caminho conhecido é caminho seguro.
3.2.3) Se houver uma vocação extraordinária, algum membro dessa família seguirá um outro caminho, a ponto de ser incluído no cabedal familiar e não vejo outro caminho que não este. Afinal, a história da cidade pode ser contada pela história das famílias - por isso, é preciso fazer do hábito de se escrever uma cultura, tal como os portugueses faziam. É isto que precisa ser resgatado urgentemente.
Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 2019.
Comentários:
Sylvia Maria Sallet: Nossa! É incrível
como tens clareza quanto à necessidade de saber que a alma tem que ter um
conhecimento maior do lugar onde esta nasceu, de modo a personalidade ter um chão e, dessa forma, poder tomar esse chão como um lar e assim lutar por nossas necessidades de pátria, de lugar, de sociedade, uma vez que ela tem conhecimento de sua ligação total com o Todo-Poderoso, a ponto de estar ciente de seu papel quanto à tomada de decisões corretas, no tocante à ação política.
José Octavio Dettmann: Sim. O estudo da razão pela qual Portugal foi criado em Ourique leva ao pleno entendimento disso.