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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Notas sobre o segundo turno das eleições municipais no Rio de Janeiro (2016)

1) Um lugar vai precisar ser ocupado, que é o da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro - por essa razão, é inevitável que o Rio de Janeiro vai ter de escolher entre ficar em conformidade com o Todo que vende Deus, tal como se fosse mercadoria, ou a conformidade com o Todo que vem do Demônio, uma vez que ambas as coisas que levam ao nada. Afinal, um prepara o caminho para o inferno, pautado numa liberdade para o nada; o outro é o inferno em forma de partido - e o Freixo é acessório que segue a sorte do principal, a ideologia comunista, própria do anticristo.

2) É odioso dizer isso, mas o mal menor precisa ser escolhido, para esta circunstância que se dará agora, neste próximo domingo. O que não podemos fazer é ficar de braços cruzados, conservando sistematicamente essas coisas, pois elas estão dissociadas da verdade, da conformidade com o Todo que vem de Deus. Uma vez que esta eleição for decidida, nós precisamos fazer as coisas que precisam ser feitas, de modo a que candidatos católicos sejam eleitos.

3) Não é preciso esperar dois anos - política se dá no alto dos céus e se faz todos os dias, pois implica pregar verdades urgentes. É um tipo de evangelização, coisa que se faz a partir do bem comum, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de outubro de 2016.

Notas sobre o Laissez-faire

1) Se olharmos para a realidade, para aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, o laissez-faire é deixar fazer o que se deseja, desde que isto não seja ilícito aos olhos de Deus - se a pessoa toma os riscos do negócio, confessará os pecados em público, pois roupa suja também se lava em público, diante da assembléia paroquial, uma vez que você estará vendo em cada membro da comunidade a figura de Cristo, que se faz às vezes de consumidor dos seus serviços. Afinal, a verdadeira liberdade decorre da cultura de se amar a Deus sobre todas as coisas, uma vez que Cristo é a verdade em pessoa.

2) Em tempos de negação à fraternidade universal, a lei natural foi progressivamente substituída pela lei positiva, fundada em sabedoria humana dissociada da divina. E o que era ilícito, por ser ofensivo a Deus, passou a ser legalizado. Logo, quando se converte o liberalismo em libertarismo, nós temos uma ilusão de laissez-faire -  uma verdadeira perversão, a ponto de se conservar o que é conveniente e dissociado dessa verdade.

3) Como no verdadeiro laissez-faire a pessoa deve confessar seus pecados em público, já que toma a todos os clientes como irmãos e irmãs, numa ordem em que a fraternidade universal é negada surge a figura da dignidade da pessoa humana. A pessoa pode ser um verdadeiro demônio, mas tem o direito de não produzir prova contra si própria, já que está desobrigada de confessar seus pecados em público, a não ser que seja condenada a reparar o dano, a indenizar o cliente. Isso aí decorre deste fundamento da ética protestante: se você peca forte, você deve crer forte em si mesmo - e isso é realmente hipócrita. Não é à toa que puritanismo é uma hipocrisia completa. Num mundo onde o confessionário foi abolido, a neurose, a fofoca e o fingimento histérico tornam-se a ordem do dia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro 12 de outubro de 2016.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

O que é preciso para entender o que escrevo?

1) Houve quem dissesse o seguinte: "Dettmann, eu leio os seus textos, mas eu não me sinto parte deste mundo que você prega, visto que sou protestante, ainda que não praticante".

2) O que escrevo é mais do que uma obra científica sobre tomar o país como se fosse um lar em Cristo e não como se fosse religião de Estado desta República: o que escrevo foi feito da mesma forma como foi feita a Bíblia: de católico para católico. O texto foi feito para quem vive a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus - ou seja, foi feito para quem tem uma cosmovisão católica, que foi a que fundou este país.

3) O professor Olavo fala que a melhor forma de você entender um autor é você incorporar dentro de si a cosmovisão adotada pelo autor - e isso pede que você se converta. Essa cosmovisão deve estar internalizada na carne, de modo a que você consiga entender o sentido da obra; se a chave para entender a Bíblia é a cosmovisão católica, na teoria da nacionidade você vai precisar desta mesma visão, pois Cristo é também construtor e destruidor de Impérios e escolheu os portugueses de modo a que servissem a Ele em terras distantes - e o Brasil é desdobramento desta tradição. Por conta disso, a interpretação desse meu trabalho está intimamente ligada aos postulados que formaram a fé católica, visto que minha obra é acessório perto do principal, a fé católica.

4) Com base nessa cosmovisão católica, você vai lendo as obras que li com olhos de católico. E você entenderá porque escrevi o que escrevi.

5.1) Não escrevi com neutralidade acadêmica - eu fiz uma investigação das coisas tendo por fundamento a conformidade com o Todo que vem de Deus.

5.2) Se a fé fundada nessa conformidade gerou o método científico, então a verdadeira ciência decorre necessariamente da verdadeira fé. E é porque não encontrarei nas universidades ambiente propício para isso que fiz as coisas de forma independente dessas instituições - eu estive o tempo todo a serviço do Santo Espírito de Deus de modo a apreciar retamente todas as coisas.

6) Se você se sente um "peixe fora d'água", isso não é culpa sua. Eu levei 20 anos para entender do que o Brasil foi feito - e eu me sentia um "peixe fora d'água" como você. Um dia você vai chegar onde cheguei - o que escrevi é só um atalho. Se você quer ler meus textos realmente, de modo a compreender o que digo, então se prepare espiritualmente para a leitura do mesmo modo como me preparei para escrever. Se a pessoa não tiver a curiosidade ou a necessidade de ter uma cosmovisão católica de modo a compreender melhor o que digo, fará conservantismo e estará à esquerda do Pai. Por conta disso, desse conservantismo insensato, você será uma pessoa eternamente apátrida e nada de bom contribuirá à sociedade a não ser com a sua própria prole - será uma proletária, no sentido romano do termo; um tipo de escória, que votará na esquerda e na manutenção deste maldito regime chamado República no Brasil.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2016.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Venerável Fulton Sheen e a questão do amor de si

1) À medida que nos tornamos melhores a cada dia, mais o amor de si nos domina - isso se dá de tal forma que podemos correr até mesmo o risco de perder a noção da causa da nossa bondade: a bondade de Deus, que é infinita. Afinal, o despertar da consciência de si é uma negação da consciência do amor de Deus - e a má consciência se dá pela inconsciência, ao não dizer sim a Ele o tempo todo, sem cessar.

2) Se declararmos que somos santos ou salvos de maneira consciente e peremptória, tal como fazem os protestantes, mais estamos próximos da maldade, da sabedoria humana dissociada da divina, já que tais declarações só revelam uma má consciência, própria de alma deformada pelo amor de si, coisa que se contrapõe ao amor de Deus. Isso é tão verdadeiro que Jean-Jacques Rousseau acreditava que, dentre todos os homens, ele se julgava o mais perfeito, a tal ponto que ele abandonou seu filhos logo após nascerem - o que denota um vício grave de caráter, uma verdadeira hipocrisia.

3) A mesma coisa pode ocorrer com a beleza: quanto mais ficarmos conscientes acerca da nossa beleza, mas vaidosos nos tornamos - e isso é servir a verdade de Deus com fins vazios, já que isso é edificar liberdade para o nada.

4) A verdadeira bondade é inconsciente - a tal ponto que nós somos coisas feitas de modo a que Deus opere o bem entre nós.

Venerável Arcebispo Fulton J. Sheen

Comentários adicionais:

Róger Badalum: não há melhora social sem regeneração espiritual. Dito em outras palavras, a melhora social não pode ser colocada acima da regeneração espiritual.

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/10/da-relacao-entre-psicologia-humanista-e.html

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/10/o-recondicionamento-moral-e-mais.html 

Da relação entre a psicologia humanista e o conservantismo

1) Até o advento da psicologia humanista e de sua intensa influência na igreja, os cristãos geralmente consideravam a autoestima como uma atitude pecaminosa.

2) O movimento da autoestima tem seus fundamentos mais recentes na psicologia clínica, isto é, nas teorias da personalidade elaboradas por Wiliam James, Alfred Adler, Erich Fromm, Abraham Maslow e Carl Rogers, cujos seguidores popularizaram o movimento.

3) O fruto do conhecimento do bem e do mal gerou o ego pecaminoso representado pelo amor-próprio, autoestima, autoaceitação, autojustificação, hipocrisia, autorrealização, autodifamação, autopiedade, e outras formas de autofocalização e egocentrismo. Apesar da Bíblia não ensinar o amor-próprio, a autoestima, o valor próprio ou a autorrealização como virtudes, recursos ou objetivos, um grande número de cristãos de hoje têm sido enganado pelos ensinos pró-ego da psicologia humanista. Ao invés de resistirem à sedução do mundo, eles se submetem à cultura do mundo. Não somente eles não resistem à gigantesca onda do egocentrismo; como estão na crista da onda da autoestima, da autoaceitação e do amor-próprio. Na área do ego, dificilmente se pode perceber a diferença entre o cristão e o não-cristão, exceto que o cristão afirma ser Deus a fonte principal de sua autoestima, autoaceitação, autovalorização e amor-próprio.

Róger Badalum

Comentários adicionais:

Thomas Dresch:  Eu conheço dois remédios para esse mal: a Imitação de Cristo, por Thomas van Kempen, e Os Caminhos, de São Josemaria Escrivá de Balaguer. As pessoas têm de aprender que Deus é maior do que eu mesmo (o amor de si).

Postagem relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/10/veneravel-fulton-sheen-e-questao-do.html

domingo, 9 de outubro de 2016

É preferível ser escolhido a escolher

1) O poder de escolher é próprio da onisciencia e da onipotência. Deus sabe tudo e pode tudo. Logo, eu não posso fazer isso, por conta do meu entendimento imperfeito. E é por conta do meu entendimento imperfeito que não sou um verdadeiro homem, dado que minha bondade não é como a bondade de Deus.

2) O poder de ser escolhido é algo que posso fazer. Cristo é o caminho, por ser o verdadeiro homem. Logo, posso imitá-lo. Num mundo como este em que vivo, é mais fácil ser escolhido por conta do excelente serviço que presto do que escolher. Por isso, é melhor imitar a Cristo de modo a ser escolhido mais facilmente, uma vez que escolher é algo divino e não tenho entendimento perfeito das coisas.

3) Não tenho controle sobre as ações dos outros, mas posso controlar o que posso ou não fazer. Se tivesse de escolher, eu teria que controlar as ações dos outros - e as pessoas se tonariam longa manus das minhas ações, uma vez que seriam coisas e não seres humanos, tal como eu. A não ser que estejam sob minha subordinação, de modo a que eu confira um mandato para fazerem o que gostaria que fosse feito, eu nada posso fazer.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 09 de outubro de 2016.

Se eu fosse capaz de escolher meus amigos, eu poderia perfeitamente escolher quem é meu senhor ou o meu pai, mas não é isso o que ocorre

1) Há quem diga que a voz do povo é a voz de Deus. Se isso fosse verdade, a democracia seria superior à aristocracia, pois os verdadeiros homens, com seus entendimentos perfeitos, escolheriam sempre os melhores candidatos. Mas não é isso que ocorre.

2) Eu não escolho os melhores - os melhores se mostram com o passar com o tempo. Eu os acolho porque isso é escasso. Há algumas nobrezas mais comuns e outras mais raras - e o que é raro deve ser escolhido sobre o que é comum, pois mais difícil de se obter.

3) Eu só poderia escolher se fosse capaz de conhecer aquela alma muito mais do que ela própria se conhece. E este tipo de sabedoria não é deste mundo. E o Reino fundado nesta sabedoria não é deste mundo.

4) Não é à toa que é pela confissão que vou deixando que Ele me conte quem eu sou e de que modo posso servir a Ele, de modo a viver a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 09 de outubro de 2016.