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domingo, 27 de março de 2016

Notas sobre cultura, comércio e tecnologia

1) Lugares diferentes possuem ecossistemas diferentes - e cada ecossistema diferente produz recursos diferentes.

2) Seres humanos são seres técnicos - tendem a adaptar o ecossistema às suas circunstâncias de vida, ao seu modo de viver. Seres humanos habitando ecossistemas diferentes tendem a desenvolver diferentes tipos de adaptação ao meio ambiente. 

3) Ainda que duas tribos morem no mesmo ecossistema, o processo de adaptação nunca é igual, uma vez que os indivíduos são diferentes e cada um olha para o mesmo problema de uma maneira diferente - por conta disso, acabam encontrando uma solução diferente para o mesmo problema.

4) Quando tribos se encontram e fazem trocas, as individualidades são compartilhadas - não só a linguagem é desenvolvida como também as soluções são compartihadas.

5) O conceito de tecnologia só pode ser compreendido tanto dentro do conceito de cultura quanto dentro do conceito de técnica - e ele abrange também a questão da troca.

6) Quando uma tribo A adquire um arco e flecha da tribo B, esse arco será comparado com o arco e flecha que a cultura A produzia, se houver um - se ele for melhor do que o outro, aí ocorrerá a engenharia reversa desse B e esse arco B será adaptado àquilo que puder ser encontrado no lugar A, de modo a ser melhor do que o arco B ou tão efetivo quanto ele.

Continuação da reflexão sobre o parentesco agnato

1) Num conceito mais estrito, agnato é todo aquele que é parente por parte de Pai. No Direito Romano, é todo aquele que estava sujeito à autoridade de um pater familias.

2) O conceito de parente agnato se transformou completamente a partir do cruzamento desse conceito romano com a moral cristã. Como o pai de Adão e o pai de Eva são o mesmo Deus criador, o divino Pai eterno, então nós somos parentes por força agnatícia, pois amamos e rejeitamos tudo aquilo tendo por Deus fundamento. Como Jesus veio a salvar a todos os povos, então o conceito se tornou universal, elástico, distribuído. Isso formou não só uma nobreza, como também a democratizou, de modo a imitar aquilo que decorre da excelência, fundada no mais alto dos céus.

3) Através de Nossa Senhora - que gerou um segundo Adão - e São José, seu castíssimo esposo, esse parentesco agnato se aperfeiçoou em um novo parentesco cognato, tendo por modelo à Sagrada Família Cristã, dando às mulheres um papel que antes não tinham, na vida em sociedade.  Na Idade Média, a mulher tinha uma liberdade sem precedentes - e isso se perdeu a partir do renascimento do Direito Romano e da autoridade do pater famílias, base para o neopaganismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de maio de 2016 (data da postagem original).

Notas sobre o parentesco agnato

1) Em latim, "agnus" quer dizer "cordeiro".

2) Agnato é tudo aquilo que é próprio do cordeiro. E o cordeiro definitivo é Cristo, pois na cruz Ele pagou pelos nossos pecados.

3) Parentesco agnato é, pois, a grande família de batizados. Embora não tenhamos laços de sangue (parentesco cognato), o amor ao irmão, fundado em Cristo, gera um novo homem e uma nova mulher, a ponto de gerar uma nova família.

4) Como escravos foram batizados e puderam se casar, então estes puderam legar bens aos seus filhos.

5) Como nobres foram batizados, estes podiam se casar com gente de condição inferior (casamento morganático) sem perder aquilo que decorria do título de nobreza. Com isso, o escravo, por força do casamento, era considerado livre.

6) O conceito de abolição de família, fundado na mentalidade revolucionária, se dá por escalas. Primeiro, ocorre a abolição da família agnatícia, coisa que se deu com o protestantismo, que não crê em fraternidade universal. Como o protestantismo preparou o caminho para o libertarismo, o qual, por sua vez, preparou o caminho para o totalitarismo (comunismo), o próximo passo foi acabar com a família cognata, através do amor livre, sem compromisso. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de março de 2016 (data da postagem original).

A indiferença é fruto do casamento entre o igualitarismo e a impessoalidade

1) Se a impessoalidade foi consagrada como princípio, então a indiferença, uma das conseqüências diretas da cultura de negação da fraternidade universal em Cristo Jesus, foi tornada a ordem do dia.

2) Se o libertarismo preparou o caminho para o totalitarismo, então o hábito de se atacar constantemente a autoridade da Igreja Católica e promover mentiras contra ela como se algo verdadeiro partiu do protestantismo e preparou o caminho para o libertarismo. E eles usaram a imprensa, recém-inventada, para isso - por conta disso, inventaram a propaganda.

3) É no protestantismo que vemos a promoção da riqueza, do amor pelo dinheiro, como sinal de predestinação, de salvação eterna. E é isto que promove o capitalismo, o amor pela acumulação de capital em si mesma - como isso promove a eficiência como se fosse uma segunda religião, então o mundo é reduzido a um verdadeiro mecanicismo, criando uma solidariedade mecânica, forçada. E isso é arbítrio, pois promove o totalitarismo.

4) Não é à toa que Calvino estabeleceu uma verdadeira ditadura na Suíça - e os príncipes protestantes praticaram um absolutismo de fato  e de direito, fundando igrejas nacionais em que o rei é o corpo temporal e místico da nação, fazendo com que o país fosse tomado como se fosse religião, coisa que promove o totalitarismo. Por isso, o anglicanismo, que é protestantismo, prepara o caminho para o totalitarismo.

5) Também é verdade sabida que quem elegeu Hitler foram os protestantes. Lutero era hostil aos judeus - ele advogava a solução final, coisa que Hitler efetivou, ao matar seis milhões deles.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de março de 2016 (data da postagem original).

O igualitarismo é filho dileto da impessoalidade

1) Se o libertarismo prepara o caminho o totalitarismo, então o igualitarismo, coisa que os comunistas tanto pregam, é conseqüência direta do princípio da impessoalidade, coisa que os libertários tanto pregam.

2) Como o igualitarismo é conseqüência da impessoalidade, então tentam transformar o bom em ruim e o ruim em bom. Exemplo disso é o argumento de que todas as religiões são boas, partindo-se da premissa de que todos têm a sua verdade. E isso acaba promovendo um verdadeiro relativismo moral, uma indiferença sistemática, pois corrói tudo aquilo que é mais sagrado, fundado naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

3) Enfim, a busca da liberdade fora da liberdade em Cristo produz um Goebbels, ao dizer que uma mentira dita infinitas vezes se torna uma verdade.

sábado, 26 de março de 2016

Notas sobre a necessidade de aprender sozinho

1) Esse negócio de democratização do ensino é uma grande furada. Num colégio onde não há divisão dos alunos por conta do nível de conhecimento, a vontade de aprender do melhor acaba sendo moderada e até mesmo esmagada pela má vontade dos medíocres, que constituem a maioria da turma, por conta da presença obrigatória, fundada na falácia do direito à educação.

2) A maior prova disso é que, quando a turma de polonês, debandou, o meu padrinho desistiu de ensinar, Eu, que estava realmente interessado em aprender a língua, acabei sendo prejudicado, pois por força dos medíocres o meu desejo sincero de aprender foi esmagado.

3) Eu me inscrevi no São Bento para o curso de inglês, um ano após a debandada da turma de polonês. Ao ver que a turma sabia muito menos do que eu, eu decidi largar o curso, pois a minha vontade de querer sempre mais terminaria esmagada pelo baixo nível dos meus colegas. E eu não tenho tempo a perder com algo que vai ser prestado abaixo daquilo que demando.

4) Não tem jeito - se eu quiser aprender mesmo, eu vou ter de aprender sozinho. Para isso, vou ter de me associar com todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento.  

5) Quando começar a viajar pelo país afora, eu vou atrás dos que têm conhecimentos em línguas estrangeiras. E vou passar o máximo de tempo possível com os meus pares até ter um domínio mínimo do idioma. O resto, eu completo com literatura e com o lidar constante com nativos dessa língua. Prefiro agir dessa forma - cursinhos nunca mais.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de maio de 2016 (data da postagem original).

quinta-feira, 24 de março de 2016

Notas sobre ser escritor

1) Escritor, na foma imperial, é escriptor.

2) O escriptor extrai daquilo que está criptografado aquilo que decorre da dor de Cristo. É um sacro ofício - e ao escrever, ele esculpe em texto as suas impressões em autênticas letras d'or, de ouro. Daí que seu ofício é uma vocação - e se isso é feito em língua portuguesa, então isso fica na conformidade com o Todo que vem do Cristo Crucificado de Ourique.

3) Ao morrer, quando o escritor vai pra tumba, pra cripta, sua conversa se estende por gerações a fio - e com isso vai semeando consciências, de modo a que todos tomem o país como se fosse um lar ao conservar a dor de Cristo. Eis um segundo sacerdócio, fundado na ordem da eternidade, que é a ordem dos cronistas.