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quarta-feira, 2 de março de 2016

O dilema do concurseiro é o mesmo do prisioneiro

1) A questão do concurseiro lembra muito o dilema do prisioneiro, na teoria dos jogos - ele sabe que as questões estão ideologizadas e que atentam contra a ordem de seu ser no mundo, a sinceridade. Ao invés de denunciar isso, ele vende sua alma ao diabo, finge saber o que não sabe, passa e acaba servindo ao diabo, esses demônios que aparelham a máquina pública de modo a atentar contra nós, que somos livres e vivemos a vida em conformidade com  o Todo que vem de Deus.

2) Se sou integro, ainda que eu passe dificuldades, é preferível para mim trabalhar na livre iniciativa, em que sou empreendedor e sirvo ao meu próximo, a atuar no serviço público, recebendo ordem de alguém que não tem preparo nem para chefiar o governo e nem para chefiar as coisas de Estado. Pois a posição de chefia é só uma questão de vaidade, ao invés de ser fundada no mérito técnico. E isso acaba gerando uma verdadeira esculhambação dos infernos.

Como a ideologização das provas de concurso público fomenta a má consciência coletiva

1) Em uma prova de português, houve uma questão em que tomava a palavra "cerva", derivação regressiva de cerveja, como uma palavra culta e digna de uso. Uma candidata ficou indignada, pois dizia que cerva é uma gíria - e perdeu pontos junto ao examinador.

2) Esta questão está voltada àquela velha briga entre lingüistas e gramáticos - e isso leva à ideologização da linguagem. No caso da língua portuguesa, eu aceito tomar a mente do examinador como se fosse coisa porque a língua é uma ferramenta. Agora, quando o negócio é prova de Direito, a coisa muda de figura: qualquer questão ideológica numa prova de Direito é feita de maneira deliberada, de modo a escolher os mais medíocres, os mais cordeirinhos, de modo a que façam a vontade do demônio. Quando faço uma prova de Direito ideologizada, é como se estivesse fazendo parte de uma farsa - e isso atenta contra a minha consciência, pois sou tão preso à verdade, àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, que não admito responder a perguntas que não sei ou que vão contra os princípios dos quais sou um arvorado defensor, por crer realmente neles. Esse tipo de coisa me forçaria a fingir ou a mentir - e isso é muito ruim. 

3) Quanto mais se formaliza o ensino, quanto mais se avança na cultura do formalismo, coisa que descamba na economia de concurso público, maior é o fingimento e maior o auto-engano. É preciso se ter uma alma muito íntegra de modo a não ser varrido pela pressão de ser mais um na multidão de apátridas que não sabem o que fazem.

Notas sobre algumas falácias que aprendi no tempo de faculdade

1) Quando cursei faculdade, os meus professores diziam que a defesa técnica é indispensável.

2) De nada adianta a defesa técnica se a pretensão do réu é destituída de fundamento. Ela só terá fundamento se a pretensão do autor for abusiva ou fundada em má-fé, pois o excesso é um atentado à verdade, àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

3) Em uma jurisdição descristianizada, a obrigação do advogado não é a de servir com dignidade e justiça as causas que patrocina - o objetivo é vencer. Se ele vencer, o vencido terá que arcar com as custas e os honorários. O negócio se tornou mais econômico do que justo - e isso é um atestado de que os meus colegas de profissão amam mais o dinheiro do que a verdade. Afinal, o socialismo ama o dinheiro - e ele é tão canalha que não deixa as pessoas serem honestas e livres, de modo a agirem com base naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, fonte da justiça e do bom direito.

4) Enfim, o advogado se tornou um mero ativista judicial, um agente revolucionário, um tergiversador - um criminoso da pior espécie.

Nota sobre a falsidade das provas orais

1) Esse negócio de saber as coisas na ponta da língua é a pior coisa que pode acontecer. A pessoa decora as coisas de modo a agradar examinador, principalmente em prova oral, coisa comum no direito.

2) Isso é uma perversão do uso da fala, pois o conhecimento é usado como adorno, como peça de exibição, ao invés de ser usado como ele deve: como uma prerrogativa, fundada na verdadeira imitação em Cristo, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida - logo, a justiça. Assim que eu passo pela prova oral, tudo é esquecido - e nada é mais falso do que isso, pois esse tipo de coisa favorece o fingimento, o auto-engano, coisa que é muito comum na cultura brasileira.

3) Se a pessoa vai falar para um público ou vai fazer uma sustentação oral, ela vai se preparar, de modo a convencer os ouvintes ou os julgadores da causa de que a pretensão do autor ou do réu é conforme o bom direito. Isso só é válido se esta pretensão estiver em conformidade com o Todo que vem de Deus - e eu, como advogado, preciso estar convencido de que meu cliente tem razão, pois preciso analisar o caso e perguntar constantemente ao meu cliente se ele tem certeza quanto a isso - se ele tiver um proceder leal e um dizer sincero, aí vale à pena defendê-lo, pois esse negócio de que até o mais sacana tem o direito de se defender em juízo é inconstitucional e vai contra a lei natural. Se ele não tiver razão, o que ele prega é indefensável, além de ser má-fé defender algo fundado na malícia, pois isso só incentiva o retardamento dos efeitos práticos da justiça.

terça-feira, 1 de março de 2016

Como o credo federal aprofunda mais a crise provocada pelo senso de se tomar o país como se fosse uma religião?

1) Esse processo de converter naturalidade em nacionalidade nasce do credo federal - é um desdobramento do senso de se tomar a nação como se fosse uma religião - como a parte tem a sua verdade, que se dissocia do todo federal, ela acaba se tornando todo por direito próprio, por força de sabedoria humana dissociada da divina. Basta que os interesses dessa região não sejam atendidos que ela vai querer buscar o seu próprio caminho, pois, segundo Eurípedes, o homem rico em sabedoria humana e pobre em sabedoria divina segue sua própria direção, o que leva ao abismo. 

2) Esse processo de conversão não é bem uma distinção, tal como me comentaram - é um desdobramento que nasce sem fundamento no Cristo. Segue mais ou menos como a lógica que há nos EUA, marcada pela formação protestante.

3) Se isso que apontei é uma aprofundamento do desastre republicano, então esse processo se opõe radicalmente à noção de nacionidade. Pois nacionidade nasce do fato de que há um patriarca entre nós; o  pai da nação é um pai de família - como o Rei é a evolução do patriarca, então seus sucessores devem honrar a tradição edificada desde o primeiro Rei, uma vez que ele é escolhido por Deus, tal como se deu com D. Afonso, escolhido pelo próprio Cristo.

Por que minha nação imaginária não rompe com o Brasil?

1) Se a Pseikörder, este cantão virtual que só existe na imaginação deste vos escreve, quisesse ser independente do Brasil, ele precisaria romper com tudo aquilo que foi edificado com base no Cristo Crucificado de Ourique - e no final, seríamos uma espécie de Estados Unidos do hemisfério sul.

2) Isso é uma ilusão - romper politicamente com o Brasil não é tão simples como se pensa, tal como os separatistas do Sul pensam. Você precisaria romper com toda uma ordem de ser, fundada com base no Cristo Crucificado de Ourique, o que seria sacrilégio. Como eles vieram apátridas, pois seus países, por conta do modernismo e do liberalismo, romperam com a pátria do céu, então acham fácil que a ruptura se dá à base de bico de pena - afinal, não foram educados nas verdadeiras fundações da pátria, pois acreditaram nas mentiras desta república, que lhes prometeu mundos e fundos, pensando esta ser uma terra onde corre leite e mel, como Canaã, na Bíblia. A América de língua hispânica seguiu essa lógica e vive uma tragédia crônica, de proporções continentais.

3) Se eles quiserem ter uma identidade, eles precisam tomar o Brasil como se fosse um lar. E isso pede estudar a gênese de nossa História desde Ourique até aqui. Mas eles são estúpidos - além de orgulhosos.

4) Eu por muito tempo pensei que o Brasil, para ser grande, precisava ser uma nação de imigrantes - na época, eu não conhecia a História de Ourique. Agora que conheço essa história, hoje eu sirvo ao Brasil de modo a que o Reino Unido seja restaurado. Eu sou descendente de alemães, é verdade - mas como a história de vida na época do nascimento do pai foi marcada por conta de um histórico de família desestruturada, então esse legado vazio só será apagado a partir da família que meu pai e minha mãe formaram quando se casaram, em 1979 - desse casamento, eu nasci, em 1981, e meu irmão nasceu, em 1983. Nós somos um enxerto de oliveira que só foi dar fruto no lado português da família, o de minha mãe. Como me especializei em História do Brasil e levei 20 anos para compreender o Brasil como se fosse um lar, então eu sou um luso-brasileiro de origem alemã. Não tenho laços com a Alemanha, a não ser no sangue e na genética - culturalmente, sou ligado à civilização nascida em Ourique. E foi a ela que dei o meu sim, pois a compreendi perfeitamente, à medida que fui progredindo na minha formação.

5) Se todos os descendentes de imigrantes compreendessem as coisas mais ou menos como compreendi, com base nas minhas circunstâncias, aí cada pessoa renunciaria ao seu si vazio e deixaria que o Cristo Crucificado de Ourique fizesse habitação nele. E aí haveria um novo nós em que sua cultura ancestral de imigrante seria mesclada aos valores de Ourique - e eles ajudariam na restauração do país e no seu pleno aperfeiçoamento.

6) O dissabor deles só será vencido quando pararem de sentir de pena si mesmos. Eles sofrem desse pecado social sistemático, que obedece a uma lógica própria, dissociada dos vícios da república no Brasil - e isso os torna apátridas qualificados: seus países de origem renunciaram a pátria do Céu e nem aprenderam a tomar este país como se fosse um lar. Acreditaram nas falsas promessas de um regime republicano, cujo regime deve ser tomado como se fosse religião - como foram traídos, viraram filhos pródigos. E para isso, precisam voltar à casa do Pai.

Para o Brasil ser tomado como se fosse um lar, é preciso se edificar uma cultura de outono

1) O baseball obedece o ciclo da agricultura: em abril se começa a plantar e em outubro se começa a colher. Ele obedece o sentido do hemisfério norte, donde a cultura cristã é originária.

2) Se no hemisfério norte tudo é baseado na agricultura, na Pseikörder, que fica no hemisfério sul e cuja economia se funda no serviço, ocorre o que é complementar: assim que começa o outono, nós começamos a trabalhar - e trabalhamos até dezembro, quando o verão começa, pois neste calor causticante não há muito o que se fazer. O ar condicionado em tese resolveria as coisas, mas o custo da energia é tão alto que nem vale a pena estendermos nossa civilização no verão.

3) O Brasil é uma civilização de verão - como no verão não se pode trabalhar, então a única coisa que se restou no Brasil foi só o divertimento. E como bem disse Chesterton, quando uma civilização só tem apenas os seus divertimentos, tudo o mais acaba.

4) Para se tomar este país como se fosse um lar, o ano-calendário deve obedecer um ciclo econômico deve começar em abril e terminar em março. E quando o verão chegar, a tributação sobre a energia deve ser a mais baixa possível de modo a que nosso outono continue se prolongando até março, quando prestamos contas ao governo acerca do quanto faturamos e pagamos a nossa parte, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo. Se este país fosse uma monarquia, o Brasil cresceria e muito se a nossa cultura fosse de outono, pois é ameno e podemos trabalhar bem. Como o país é uma república e nada que venha dessa república faz sentido, então nós somos apátridas, enquanto formos uma civilização de verão, onde não se trabalha, por conta do calor excessivo.