1) Quando você enumera os seus parágrafos, você cria uma referência. Além de isso ajudar na leitura, ele permite a retomada da mesma mais tarde, a partir do ponto em que paramos. Isso faz com que um texto muito longo continue sendo lido, pois você vê nele uma noção de progresso - quanto mais você progride na leitura, mais você se aprofundará.
2) Uma outra vantagem da enumeração do parágrafo está no fato de que um argumento usado no texto X, se combinado a um outro argumento de um texto Y, pode gerar um texto Z, que aborda novas nuances e permite explorar outros territórios desconhecidos. A própria enumeração do texto favorece a engenharia reversa, no sentido de você entender o que está nele posto. É mais ou menos como fazemos com engenharia reversa de software - a enumeração leva à criação de breakpoints, que podem ser aproveitados em outros softwares, uma vez entendido o comportamento do software dentro daqueles parâmetros estabelecidos.
3) Além disso, o próprio parágrafo enumerado pode ser dividido em subenumerações, de modo a ficar mais curto e mais organizado.
4) Quando se enumera tópicos, você cria um sistema de artigos que trabalham de maneira coordenada de modo a produzir um livro ou uma sentença, um conjunto de impressões que te levam a conformidade com o Todo que vem de Deus e que te fazem obedecer à palavra do Criador, ao reconhecer a força invisível da lei natural, fundada na verdade, pois Cristo é exatamente isso: a verdade. O próprio reconhecimento disso cria a obrigação para que os outros a sigam, se eles amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. E a justiça neste aspecto acaba se distribuindo por conta da força da sabedoria e do exemplo, por conta de sua finalidade pedagógica.
5) Quando não se tem o hábito de enumerar parágrafos, a coesão textual tende a desaparecer e leitura tende a se tornar enfadonha, chata.
6) Se para escrevermos bem precisamos de um bom modelo a ser imitado, então imitemos os autores de patrística ou as encíclicas papais, quanto ao estilo de enumerar os textos. O texto corrido, aprendido nas escolas, é só falatório - e quanto mais longo e maçante for, mais irrelevante ele se torna.
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