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sábado, 13 de fevereiro de 2016

Para se acabar com a cultura de massa, é preciso quebrar o paradigma da impessoalidade

1) Se o marxismo é uma cultura, então ela depende da cultura da liberdade fora da liberdade em Cristo, do fato de que todos têm direito à verdade que quiserem, coisa que foi edificada pelos libertários. E isso leva a uma cultura de massa, que não forma indivíduos - ela apenas entretém as massas de modo a que elas não se revoltem ante ao tédio e à miséria deste mundo em que nos encontramos, completamente descristianizado.

2) O direito de publicar qualquer coisa que quiser - sem depender de permissão ou licença expressa e fundado no fato de que todos têm o direito à verdade que quiserem - criou a cultura de massa. O livro, o disco, qualquer artigo cultural que seja, será precificado no mercado e vendido pelo preço estipulado em loja - e o escritor viverá de seus direitos autorais e não daqueles que ajudou a converter para a verdade, fundado no fato de que todos amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento. Com isso, a escrita perdeu o seu caráter evangelizador e passou a ter fins mercenários - e isso transforma a língua num instrumento mercenário, a tal ponto de que qualquer um pode modificá-la por meio de uma penada, através da colaboração da academia brasileira de letras, ocupada por esquerdistas.

3) O escritor tornou-se uma profissão comercial como outra qualquer, e não uma arte, um ofício que leva às pessoas mais próximas a terem consciência daquilo que é verdadeiro e conforme o Todo que vem de Deus. Enfim, a impessoalização da arte, enquanto conseqüência direta da industrialização da cultura, levou ao relativismo moral. Por conta do amor ao dinheiro e por conta da tendência de não se acreditar em fraternidade universal, os editores e os críticos literários mais corruptos, associados a escritores igualmente corruptos, tendem a promover verdadeiros artistas subversivos - e o lixo acaba se tornando luxo, a ponto de o falso, o vazio, ser tomado como se fosse verdade.

4) Certos ofícios, por conta de sua natureza evangelizadora, não podem se render ao deus do dinheiro. O escritor, para semear a verdade, precisa ser mantido através de doações regulares de todos aqueles que ajudou a converter para a verdade, de modo a viverem a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus - por isso que escrever é um tipo de sacerdócio. Se os meios de ação real são limitados, então o escritor, para ser bem-sucedido, precisa ser um professor que ensina aos seus pares por escrito - por isso, ele deve servir a todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento. Só por meio de muito trabalho é que ele constrói a comunidade fundada por todos aqueles que vivem a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, tendo por referência o trabalho desse escritor em particular, como vemos em Chesterton ou em Tolkien, por exemplo.

5) É através dessa comunidade construída que temos a sistematização do trabalho escrito, na forma de livros. E esses livros são distribuídos a toda a população, que remunera todo o esforço organizado do escritor. Por isso que, quando essa comunidade é construída, o editor se organiza numa pessoa jurídica, passando a editar livros e a revelar talentos que necessitam de sua proteção e assistência.

6) Nenhuma editora existe sem existir o trabalho do escritor. E a partir do momento em que as editoras passam a amar mais o dinheiro do que a evangelização por escrito, aí é que a cultura morre, pois deixa de ser livre. E a morte da cultura começa pelas relações impessoais de mercado entre escritor e mercado, coisa que passa pelo intermédio de um agente literário. Eis aí a tragédia provocada pela indústria cultural.

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