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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Notas sobre a questão da novidade no jornalismo

1) A questão da novidade é uma questão relativa. Os sucessivos desdobramentos da lava-a-jato e o caos planejado do PT já não são mais novidade; a História da República, ao longo de seus 127 anos, nos atesta uma sucessão de escândalos - neste ponto, pode-se falar em uma verdadeira tradição escandalosa, fundada na mentalidade revolucionária que a constituiu.

2) Como meu colega Carlos Cipriano de Aquino bem disse, a cada geração uma nova sociedade é fundada no Brasil - e isso faz com que percamos o sentido da história. Como não temos o senso da História - na verdade, são poucos os que têm esse senso -, somos obrigados a confiar na Imprensa, a dar ares de infalibilidade a ela, a ponto de alimentar ainda mais o sensacionalismo que promove, o que fomenta ainda mais o relativismo moral.

3) A maior prova disso é que, em média, uma constituição, nesta república, dura 25 anos, o espaço de uma geração. A nossa atual está dentro dessa faixa e já tem mais de 80 emendas, sendo uma a cada 4 meses. Isso é o cúmulo da instabilidade!

4) Se no plano do macro não há novidades, no plano do micro, no plano do que não se vê, há pessoas sensatas, recolhidas em suas casas, em seus mosteiros de fato, estudando a realidade e debatendo na rede social. Esse jornalismo intelectual lembra os primórdios do jornalismo - e a refundação cultural e intelectual do Brasil dar-se-á exatamente da forma como se deu na Inglaterra do século XVII ou XVIII: pessoas inteligentes se reunirão em suas paróquias, nas casas uns dos outros, discutirão temas importantes e produzirão uma reflexão conjunta que é levada a todos os outros que são do mesmo grupo, ainda que dispersos pelo país afora. E é justamente isso que está acontecendo.

5) Eu já tive a oportunidade de publicar várias histórias relacionadas às investigações que promovo e sobre as conversas que tenho, cuja relevância afeta a todos os contatos interessados em uma investigação séria sobre a realidade das coisas, como vejo no meu colega Haroldo Monteiro. Se isso fosse feito sistematicamente, o jornalismo do bananistão seria trocado por um jornalismo que retoma os seus primórdios - e esse para mim é o jornalismo clássico, pois leva à eternidade, à conformidade com o Todo que vem de Deus. 

6) Estou certo de que isso, cedo ou tarde, vai acontecer um dia. É o que vejo!

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