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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Notas sobre dialética marxista e lógica paraconsistente

1) A dialética marxista está intimamente relacionada com o fato de não se crer em fraternidade universal e toma como se fosse coisa o relativismo moral inicialmente fomentado pelo libertarismo. Por isso, sua análise é voltada para aquilo que é fruto da sabedoria humana dissociada da divina, dado que é a lógica dos loucos que perderam tudo exceto a própria razão, fundada no fato de que todos têm direito à sua verdade.

2.1) A lógica paraconsistente está relacionada ao fato de que a mente humana pensa em pares opostos, onde o cru é o oposto de cozido - mais ou menos como Lévi-Strauss bem apontou. 

2.2) Na dialetica, a tese é 100% cru e a antítese é 100% cozido - ao mesmo tempo, a tese pode virar antítese e a antítese virar tese. Basta que haja um convencionalismo - o que faz com que isso acabe dinamitando a lógica formal. 

2.3) Já a síntese leva à fusão das duas coisas, levando em conta um vasto campo que varia de 1% cru e 99% cozido a 99% cru a 1% cozido, o que implica não ser uma coisa nem outra, podendo ser qualquer coisa fora da tese e da antítese. E é na síntese que a lógica paraconsistente acaba sendo serva da dialética marxista.

2.4) A lógica paraconsistente leva em conta todas as contradições, em todos os seus graus - nela há graus que variam de 99% verdade e 1% mentira a 1% verdade e 99% mentira. Basta que haja um grau mínimo de mentira que já é o suficiente para se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade - e esse grau vai aumentando à medida que o erro vai sendo tolerado, estimulando ainda mais o senso de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Nesta ponto, ela completa o estrago causado pela dialética marxista: enquanto a primeira relativiza a verdade, a outra a fulmina completamente, criando um conceito de superação da verdade, a pós-verdade - e isso é o mesmo que dizer que Cristo não é Deus, o que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) A lógica paraconsistente ouve tudo, tolera tudo, desculpa tudo e justifica tudo - até porque parte do pressuposto de que não existe erro nem pecado, já que tudo é construção social, pois tudo não passa de invenção, de convencionalismo. Se não existe erro nem pecado, então ela tende a edificar liberdade para o nada, posto que fulmina o conceito de verdade. E isso é um prato cheio para os conservantistas se fortalecerem, pois quanto maior o grau da mentira, maior o grau do conservantismo. E quanto maior o grau do conservantismo, maior a mentalidade revolucionária.

4) O falatório da falsa direita também se opera dentro dessa mesma lógica, dado que são esquerdistas que se valem de uma máscara, chamada nominalmente de "direita". Muitos são levados a isso porque não sabem o que fazem. Rezemos para que estes acordem a tempo e não acabem caindo no fogo eterno, cujo caminho é induzido pelos inimigos da verdade em pessoa - os inimigos de Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2016.

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