1) O senso de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade pode ser instituído através de uma programação mental, por meio de um regime de administração de incentivo. A cultura de conservantismo que é instituída no âmbito das organizações - sejam elas de caráter público ou privado -, ela ganha o nome de mentalidade.
2) A história das mentalidades é a história do conservantismo transmutado em programação mental, seja para se obter uma recompensa, seja para se obter prestígio social. A ideologia é o outro braço do conservantismo, pois ele é voltado para a tomada do poder e para a necessidade permanente de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade como medida última de justificação desse poder.
3) Enquanto a ideologia é o braço político e armado, a mentalidade é o braço econômico, financeiro e organizacional, escorado nos estudos da psicologia motivacional, nos fatores que motivam os homens a inflarem o ego de tal modo a amarem a si mesmos e a desprezarem a Deus como a razão de ser todas as coisas. As duas coisas caminham juntas, a ponto de ciência e técnica andarem sempre juntas no caminho para a construção de uma comunidade imaginada de modo que toda e qualquer utopia possa ser realizada, sem que haja qualquer freio moral ou ético para impedir essa ambição estúpida, mascarada, às vezes, de filantropia.
4) Só o verdadeiro Império de cultura que Cristo quis estabelecer para Si lá no milagre de Ourique é que pode frear essa ideologia criminosa, pois a verdade é o fundamento da liberdade. Esta é a única tradição que realmente importa, por ser verdadeira, uma vez que o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem fez de D. Afonso Henriques rei de Portugal de modo a nos mostrar o que deve ser feito ao longo das gerações - e esse trabalho só terá fim até a segunda vinda do Cristo, cujo momento de sua vinda não sabemos quando ocorrerá, uma vez que não nos cabe saber quando é o fim dos tempos.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 29 de julho de 2022 (data da postagem original).