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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Não devemos rebaixar ao nível do chão questões de relevo (notas da experiência ateniense)

1.1) No livro A Pátria Descoberta, Kujawski apontava que na ágora as pessoas discutiam todos os dias a fundação e a refundação da polis.

1.2) É exatamente isto o que ocorre quando um país escreve e reescreve a constituição diversas vezes, já que todos têm o direito a terem a liberdade e a verdade que quiserem. O que antes afetava uma cidade agora afeta um país de proporções continentais, composto de mais de 5 mil municípios. Isso é uma hecatombe nuclear, feita numa dimensão política. Enfim, não sei o que é pior: ser atingido pelo míssil Satan-2 ou ver isso acontecer mais uma vez em nossa história.

2.1) Quando você discute todos os dias algo que é essencial, você simplesmente banaliza algo que deveria ser debatido somente entre os melhores da nação. Isso é o rebaixamento da essência das coisas. E isso é uma das causas do relativismo moral.

2.2) O fundamento da liberdade para o nada é dar pérolas aos porcos. Quando questões de relevo - que pedem que o Espírito Santo nos conduza nos caminhos da verdade - são discutidas rotineiramente entre todos os membros que se encontram na ágora, tal como discutimos futebol no barzinho, isso aí é um indício de que nada de bom surgirá a partir daí. Não é à toa que a democracia ateniense desaguou numa tirania, num populismo nefasto.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de novembro de 2016.

É loucura trocar a veneração devida a um vassalo de Cristo pela veneração a uma folha de papel

1) Tal como meu amigo Vito Pascaretta bem disse, os americanos trocaram a veneração por uma Família Real pela veneração a Constituição. Em outras palavras, preferiram adorar um totem, a exemplo dos índios, a venerar um vassalo de Cristo, que toma o seu país como um lar e o povo que nele vive como parte de sua família.

2) Se Deus e os Dez Mandamentos não forem encarados como a verdadeira constituição de todas as coisas, então as constituições não passam de folhas de papel que prescrevem um novo tipo de culto: o culto ao país tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode ser fora dele ou contra ele. Além de ser um culto herético, uma vez que a finalidade deste Estado jamais será comentada nos livros de Teoria do Estado, trata-se de um verdadeiro ocultismo, coisa que é bem típica dos maçons.

3) Enfim, quando se troca a veneração verdadeira a um rei que é vassalo do Rei verdadeiro - que é Jesus Cristo - pela veneração a uma mera folha de papel - cuja concepção se funda em sabedoria humana dissociada da divina -, você está simplesmente fazendo veneração para o nada, pois isso aponta para um falso Deus. E isso é neopaganismo.

4) Se nações são coletividades individualizadas, então isso é a negação da República Cristã - é como se todos tivessem o direito a ter a liberdade e a verdade que quiserem, pois isso virou um culto - o que atingiria a todos os indivíduos que habitam há gerações um mesmo território, como se não tivesse havido história de vida comum entre eles - por isso mesmo, isso faz com que a solidariedade orgânica pautada na nacionidade seja trocada pela solidariedade mecânica que é própria da nacionalidade. Isso é construir um prédio sem fundações - em pouco tempo, tudo desaba. Ao longo da República Brasileira, eu já vi este prédio desabar e ser reconstruído do zero várias vezes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de novembro de 2016.

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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Como a palavra voltada para o nada faz do conservadorismo um eufemismo do conservantismo, de modo a mascarar a hipocrisia, a desonestidade de um ser ímpio?

1) Flatus vocis, se traduzirmos para o português, é voz chã, voz que está no nível do chão. Se algo está no nível do chão é porque é tão primário e tão tosco que não tem relevo algum, dado que não tem nenhuma elevação espiritual de tal forma que nos leve à verdade, à conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Quando você estuda um assunto, você se eleva espiritualmente. Se você é elevado espiritualmente, você falará as coisas com bondade, com caridade. Não só do modo oral, tal como fazemos entre os presentes, no mundo real; também o fazemos por escrito, seja entre os ausentes - coisa que fazemos por e-mail -, seja entre os presente, coisa que se faz na rede social.

3.1) De nada adianta conhecimento sem sabedoria, pois isso é soberba.

3.2) Eu vejo muitos contatos que conhecem o catecismo de cabo a rabo, gente que só sabe freqüentar a missa tridentina, mas não tem a nobreza necessária para promover a fé fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus com argumentos sensatos ou com posturas exemplares. Neste ponto, muitos deixam a desejar.

3.3) E o termômetro disso é a desobediência: quando vejo gente tratando o vigário de Cristo como um zé ninguém, é sinal de que devo bloquear as pessoas, visto que não são capazes de fazer retiro e meditar sobre o que se fala.

3.4) Ainda que soubesse a Doutrina da Santa Madre Igreja a fundo, eu faria críticas pontuais e educadas, mais ou menos como faço, quando vou criticar alguém: com caridade e com bondade, tal como fiz com todos aqueles absurdos que o Alexandre Seltz falou sobre monarquia. Quando faço isso, é porque tomo quem vai receber a crítica como um irmão em Cristo, um filho da Igreja, ainda que tenha recebido o cargo de ser o timoneiro da arca de São Pedro. Se seguissem meu exemplo, não fariam isso que fazem.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2016.

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A República no Brasil nasce de confluências internas e externas fundadas no pecado

1) D. Bertrand falava que a República no Brasil nasceu de dois homens, Marechal Deodoro da Fonseca e Silveira Martins, disputando os favores de uma mulher. Deodoro foi preterido e derrubou o regime quando os republicanos disseram, de maneira mentirosa, que seu rival seria o próximo presidente do Conselho de Ministros do Império (Primeiro-Ministro). De maneira impetuosa, disse: "deixe-me assinar esta porcaria" - e até hoje estamos nesta porcaria. E o que mais me assombra é ver historiadores profissionais como o Villa defendendo esta desgraça - por isso que odeio o conservantismo, pois isso revela não só uma escolha; ela revela o caráter de quem escolhe.

2) Meu amigo Hodney S. Fortuna falou uma coisa correta: o anglicanismo é o que tem de pior do protestantismo; o rei inglês rompeu com a Igreja Católica de modo a forjar uma anulação de casamento, pois queria ter um filho homem de qualquer maneira - e tal como Maquiavel, os fins justificavam os meios nulos que usou. Em Direito, isso é valer-se da própria torpeza. E o pior é que essa nulidade foi imposta à força - e dessa nulidade nasceram os Estados Unidos.

3) Os republicanos adotaram o regime de um país nascido do adultério de Henrique VIII, adotaram a figura de Mariane - uma prostituta, símbolo da Revolução Francesa - e o presidente desta ordem revolucionária perdeu os favores de uma mulher para o seu rival. Isso só confirma o que falei: o que há de bom vindo da América? Uma grande foi dita: aqui, as piores idéias sempre prosperam, mas isso vem dos apátridas aqui nascidos e não dos poucos que sabem do que o Brasil realmente foi feito, ainda que não tenham aqui nascido.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2016 (dia das bruxas, que também pode ser lembrado no dia 15 de novembro).

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domingo, 30 de outubro de 2016

New bloggers on the block

1) Alguns contatos vêem o meu trabalho e já estão fundando seus próprios blogs, como o Rafael Oliveira. Eles já estão me pedindo opiniões sobre as postagens.

2) Por conta disso, estou começando a escrever postagens por força do debate de autor para autor.

Link para o blog que me foi indicado hoje: http://santuarionazarim.blogspot.com.br/

Antes de estudar a História dos EUA, eu preciso conhecer a História do Brasil verdadeiro primeiro

1) Antes de entrar a fundo na História dos Estados Unidos, eu preciso antes em que circunstância me encontro. Pois bem: eu estou no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil antes de Brasília, falo português e sou católico. Antes de estudar a História de um país estrangeiro, devo primeiro conhecer minhas origens. E é a partir disso que comparo este país ao meu país.

2.1) Levei 20 anos para conhecer a História do Brasil a partir da forma como conheço: como um desdobramento daquilo que foi edificado em Ourique.

2.2) Meu país foi fundado a partir da missão de que devemos servir a Cristo em terras muito distantes, pois Cristo também queria montar um Império para si. Se a conformidade com o Todo que vem de Deus tem sentido universal, então é natural que o Império de Cristo seja necessariamente ultramarino. Qualquer outro que tente fazer isso sem mandato do Céu estará fazendo isso em busca de si mesmo - basta ver o Império Comercial Holandês, por exemplo.

3.1) Uma vez que você conhece as fundações sobre as quais este país foi fundado, você poderá comparar História de outros povos a partir de suas próprias origens. Citemos um exemplo: os Estados Unidos.

3.2) O que eles têm de bom? Comparando este tipo de fundação que eles tiveram com aquilo que recebemos por desdobramento em Ourique, eles nada têm a acrescentar. Pelo menos, é o que me parece.

3.3) Na verdade, a tradição dos americanos é toda forjada em rupturas; eles nasceram em tempos de Reforma Protestante e o rei da Inglaterra rompeu com a Igreja Católica, fazendo do seu domínio uma religião de Estado, em que tudo está nele e nada pode estar fora dele ou contra ele.

3.4) Como o rei inglês fundou sua própria Igreja, passou a ter os dois corpos: o corpo temporal e o corpo espiritual. Passou inclusive a perseguir todos os que opunham a isso e muitos partiram para a América, seja porque foram perseguidos, seja porque acreditavam que a Europa era um continente de condenados e que o Novo Mundo seria a terra prometida dos eleitos, os perseguidos.

3.5.1) Como foram vários grupos perseguidos tomando diferentes lugares próximos como se fossem um mesmo lar, eles tinham que buscar um acordo de modo a cooperar entre si, de modo que este projeto de nação não perecesse.

3.5.2) Por conta disso, acabaram implementando elementos semelhantes à República Greco-Romana - e sem perceberem, a chaga do neopaganismo estava inseminada neste projeto, pois isto é acessório perto do principal: os fatos decorrentes da Reforma Protestante, cujo fato gerador foi o fato de o rei inglês haver rompido com Roma.

3.5.3) O commonwealth estabelecido, à semelhança da República Romana, era uma realidade sociológica, coisa que foi confirmada não só por força dos próprios fatos, mas também por força dos estudos na tradição greco-romana, feita pelos melhores da terra, que forjaram esta nação.

3.5.4) Não obstante o melhor esforço, fundado em sabedoria humana, a fundação da nação americana não passa de uma gambiarra, pois, onde não há uma fundação sólida - seja por força de um batismo, tal como houve na Polônia, seja por força de uma missão recebida do alto do Céu, como aconteceu conosco - a tendência é que os Estados Unidos, fundados no modernismo, acabem sendo corroídos pela cultura que é própria da mentalidade revolucionária que fez aquele país, uma vez que os EUA não possuem fundações católicas, mas protestantes.  O Império do Brasil tinha fundações muito mais sólidas, antes de ser destruído pelos ventos revolucionários que destruíam a Europa, ao eclodir a Revolução Francesa.

3.5.5) E como o professor Olavo de Carvalho disse: somente a Igreja Católica, por ser a mestra na verdade, é que tem os meios necessários de modo a resistir ao cupim revolucionário - basta ver que o Brasil resistia bem ao comunismo, até o momento em que implementaram Gramsci desde dentro. E não à toa que a queda da fé católica representou a queda do Brasil verdadeiro - e o começo dessa queda foi quando a monarquia caiu, pois a ordem da liberdade voltada para o nada, edificada pela República, preparou o caminho para que grupos mais radicais na mentalidade revolucionária tomassem as rédeas do Poder, tal como vemos no petismo. O Brasil precisou de 127 anos para despertar desse torpor, quando tudo já estava no fundo do poço, perdido. E isso é divina providência - se não fosse o trabalho do Olavo e o trabalho de alguns poucos sensatos que lutaram pelo país, enquanto outros diziam tolamente que iriam embora dele, isso não seria possível.

3.6.1) Enfim, pode-se dizer que o renascimento brasileiro se deve ao prof. Olavo - e isso é um verdadeiro trabalho de startup intelectual.

3.6.2) Se não fosse por ele, não haveria o ambiente necessário de modo a que se buscasse o conhecimento de maneira sincera de modo a compreender realmente do que o Brasil foi feito. A ele, o meu eterno obrigado; e ao Crucificado de Ourique minha eterna gratidão por ter me posto nesta terra e meu eterno sim à missão de servir a Ele nestas terras distantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2016 (data da postagem original).

A rede social é uma batalha de Ourique continuada e ampliada

1) Se meu rei, D. Afonso Henriques, deu combate a Ismael em Ourique, eu, como herdeiro da promessa que o Cristo Crucificado fez a Ele, devo dar combate a Ismael e a toda a gente que prepara o caminho para ele em todos os lugares onde se fala o português como língua - e isso se dá não só no Rio de Janeiro, minha cidade, mas também em todos os pontos das Lusitânias Antiga, Nova, Novíssima e Dispersa - os quatro cantos do mundo português.

2) Se Cristo mandou meu rei ir servir a Ele em terras distantes, eu também o farei - e o único meio que conheço para fazer isso bem é pela internet, através da rede social.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2016.