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domingo, 30 de outubro de 2016

Antes de estudar a História dos EUA, eu preciso conhecer a História do Brasil verdadeiro primeiro

1) Antes de entrar a fundo na História dos Estados Unidos, eu preciso antes em que circunstância me encontro. Pois bem: eu estou no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil antes de Brasília, falo português e sou católico. Antes de estudar a História de um país estrangeiro, devo primeiro conhecer minhas origens. E é a partir disso que comparo este país ao meu país.

2.1) Levei 20 anos para conhecer a História do Brasil a partir da forma como conheço: como um desdobramento daquilo que foi edificado em Ourique.

2.2) Meu país foi fundado a partir da missão de que devemos servir a Cristo em terras muito distantes, pois Cristo também queria montar um Império para si. Se a conformidade com o Todo que vem de Deus tem sentido universal, então é natural que o Império de Cristo seja necessariamente ultramarino. Qualquer outro que tente fazer isso sem mandato do Céu estará fazendo isso em busca de si mesmo - basta ver o Império Comercial Holandês, por exemplo.

3.1) Uma vez que você conhece as fundações sobre as quais este país foi fundado, você poderá comparar História de outros povos a partir de suas próprias origens. Citemos um exemplo: os Estados Unidos.

3.2) O que eles têm de bom? Comparando este tipo de fundação que eles tiveram com aquilo que recebemos por desdobramento em Ourique, eles nada têm a acrescentar. Pelo menos, é o que me parece.

3.3) Na verdade, a tradição dos americanos é toda forjada em rupturas; eles nasceram em tempos de Reforma Protestante e o rei da Inglaterra rompeu com a Igreja Católica, fazendo do seu domínio uma religião de Estado, em que tudo está nele e nada pode estar fora dele ou contra ele.

3.4) Como o rei inglês fundou sua própria Igreja, passou a ter os dois corpos: o corpo temporal e o corpo espiritual. Passou inclusive a perseguir todos os que opunham a isso e muitos partiram para a América, seja porque foram perseguidos, seja porque acreditavam que a Europa era um continente de condenados e que o Novo Mundo seria a terra prometida dos eleitos, os perseguidos.

3.5.1) Como foram vários grupos perseguidos tomando diferentes lugares próximos como se fossem um mesmo lar, eles tinham que buscar um acordo de modo a cooperar entre si, de modo que este projeto de nação não perecesse.

3.5.2) Por conta disso, acabaram implementando elementos semelhantes à República Greco-Romana - e sem perceberem, a chaga do neopaganismo estava inseminada neste projeto, pois isto é acessório perto do principal: os fatos decorrentes da Reforma Protestante, cujo fato gerador foi o fato de o rei inglês haver rompido com Roma.

3.5.3) O commonwealth estabelecido, à semelhança da República Romana, era uma realidade sociológica, coisa que foi confirmada não só por força dos próprios fatos, mas também por força dos estudos na tradição greco-romana, feita pelos melhores da terra, que forjaram esta nação.

3.5.4) Não obstante o melhor esforço, fundado em sabedoria humana, a fundação da nação americana não passa de uma gambiarra, pois, onde não há uma fundação sólida - seja por força de um batismo, tal como houve na Polônia, seja por força de uma missão recebida do alto do Céu, como aconteceu conosco - a tendência é que os Estados Unidos, fundados no modernismo, acabem sendo corroídos pela cultura que é própria da mentalidade revolucionária que fez aquele país, uma vez que os EUA não possuem fundações católicas, mas protestantes.  O Império do Brasil tinha fundações muito mais sólidas, antes de ser destruído pelos ventos revolucionários que destruíam a Europa, ao eclodir a Revolução Francesa.

3.5.5) E como o professor Olavo de Carvalho disse: somente a Igreja Católica, por ser a mestra na verdade, é que tem os meios necessários de modo a resistir ao cupim revolucionário - basta ver que o Brasil resistia bem ao comunismo, até o momento em que implementaram Gramsci desde dentro. E não à toa que a queda da fé católica representou a queda do Brasil verdadeiro - e o começo dessa queda foi quando a monarquia caiu, pois a ordem da liberdade voltada para o nada, edificada pela República, preparou o caminho para que grupos mais radicais na mentalidade revolucionária tomassem as rédeas do Poder, tal como vemos no petismo. O Brasil precisou de 127 anos para despertar desse torpor, quando tudo já estava no fundo do poço, perdido. E isso é divina providência - se não fosse o trabalho do Olavo e o trabalho de alguns poucos sensatos que lutaram pelo país, enquanto outros diziam tolamente que iriam embora dele, isso não seria possível.

3.6.1) Enfim, pode-se dizer que o renascimento brasileiro se deve ao prof. Olavo - e isso é um verdadeiro trabalho de startup intelectual.

3.6.2) Se não fosse por ele, não haveria o ambiente necessário de modo a que se buscasse o conhecimento de maneira sincera de modo a compreender realmente do que o Brasil foi feito. A ele, o meu eterno obrigado; e ao Crucificado de Ourique minha eterna gratidão por ter me posto nesta terra e meu eterno sim à missão de servir a Ele nestas terras distantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2016 (data da postagem original).

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