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domingo, 3 de abril de 2016

Sobre a falácia do homem médio

1) No últimos anos de faculdade, eu fui apresentado ao critério do "homem médio" como sinônimo de "bom pai de família".

2) Por "homem médio" eu entendo o homem massificado, filho desta ordem descristianizada - ele é uma folha de papel - e pela doutrinação que se faz na escola ele acaba se rebelando contra a família, a ponto de denunciar os pais ao Estado, um dos componentes para a abolição da família. Em caso de mulher, ela é ensinada desde a escola pública e gratuita a se rebelar contra o patriarcado e incentivada a ir com freqüência às tais "oficinas de masturbação". É a treva!

3) O homem medíocre será reduzido a um animal: nasce, cresce, se reproduz e morre, sem ter vida alguma. É a morte! 

4) Se você estuda Direito e vê um professorzinho ensinando isso, mande-o às favas. 

5) Como esse sujeito pode ser bom pai de família, se tudo é incentivado para se ter uma ordem só de famílias desestruturadas, desde a cultura do divórcio até a absurda noção de "direito das famílias", que tenta normatizar como casamento válido a poligamia, o casamento gay e até mesmo o casamento de um homem com a sua mão esquerda ou até consigo próprio? Absurdo!

6) Se eu tivesse meus 25 anos nesta época de rede social, eu faria como fiz com o meu professor de Tributário: iria desmascará-lo na frente de todo mundo, até o momento em que ele ficaria com o galho dentro e me aprovaria automaticamente, sem necessidade de prova alguma. Estas coisas passam dos limites e meu sangue ferve diante de tanta desonestidade. 

7) Tenho muita coragem para pensar e raciocinar, mas eu não posso me exaltar - se isso acontecer, eu fico doente. Por isso que meu trabalho é conscientizar quem vai pra rua protestar: essas pessoas não perderão a saúde diante do mal - na verdade, terão mais vitalidade, ao estar frente a frente com o mal, de modo a derrotá-lo. É por essa razão que eu sou um colono - e não um soldado, como muitos querem que eu seja.

Notas sobre o fato de se estar frente a frente com a suma realidade, por conta do ofício de escritor

1) Como Deus tudo vê, tudo pode e tudo sabe, então o fato é que nada pode ser anteposto a Cristo. Como nada pode ser anteposto a Cristo, então Ele é a última instância da realidade, a verdade por excelência. E ao estar diante da verdade por excelência, você deve ser sincero - sua alma deve estar presente a Ele e prestando-lhe contas o tempo todo, seja no confessionário, seja no diário, que é o confessionário do escritor diante do Sumo Ouvinte, do Ouvinte Onisciente - afinal, Ele é o conselheiro admirável, filho da Mãe do bom conselho, Nossa Senhora. 

2) Todos os dias estou diante de uma voz que me fala coisas importantes e necessárias. Não são vozes vindas do exterior, como a dos paroquianos, mas elas falam ao meu coração e ressoam no meu cérebro. Eu ouço essa voz claramente, por conta do fato de escrever e por conta de estar em constante contemplação. A voz me é familiar: é a voz do próprio Espírito de Deus - seja me confortando, seja me dizendo coisas para que eu possa escrever, Ele está sempre lá comigo, a todo o momento e a todo lugar.

3) É por conta disso, do fato de saber tudo o que me afeta, que estou sempre me confessando e sempre comungando. Vai chegar um tempo em que a confissão semanal vai tornar-se confissão diária - e vai chegar um tempo em que a comunhão semanal vai se tornar diária, uma vez que acessório segue a sorte do principal.

4) O meu trabalho, se bem executado, leva a santificação de muitos, incluindo este que se faz instrumento de Cristo - este escritor que vos fala. Por isso, eu tenho o privilégio de estar numa das poucas profissões do mundo onde posso trabalhar em casa e realizar tanto a comunhão quanto a confissão freqüente. Se eu progredir na fé a esse ponto, eu posso dizer, com toda a certeza, que foi o próprio Cristo Crucificado de Ourique quem me deu essa graça, pois servi e servirei a Ele em terras distantes, através da rede social - e continuarei a servir até o fim da vida.

5) Meu amigo Helleno não consegue conceber, muito menos imaginar, um santo trabalhando na Internet, meio este onde se vê conservantistas e libertários a todo o lugar e a todo o momento, pecadores contumazes por excelência. Se ele ler meus mais de 2 mil escritos, feitos à base de muita meditação e contemplação, talvez ele perceba que isso é possível. Só Deus sabe o que se dá dentro da minha cabeça - por isso, eu decidi consagrar minha atividade ao Sagrado Coração de Jesus Sacramentado. Faço isso todos os dias de quinta, quando vou à Adoração ao Santíssimo Sacramento. Um dia farei pelo método de Santo Afonso de Ligório.

sábado, 2 de abril de 2016

Notas sobre o divórcio que se dá entre o topo e a base da pirâmide social

1) Numa sociedade sem Cristo, nós temos o problema permanente dos "señoritos satisfechos" - pessoas bem nascidas, com a sobrevivência garantida, que não sabem o que fazer da vida e que não se interessam por saber qual é a sua situação acerca deste mundo e de que modo elas podem servir a Deus, dentro de suas circunstâncias. O fato de haver indivíduos assim revela um permanente problema: a crise das vocações. Eis um retrato da angústia, decorrente do fato de se estar num mundo cada vez mais vazio de sentido, fundado no fato de se conservar de maneira conveniente a crença de que nada é eterno, uma vez que isso está fora da verdade, daquilo que é conforme o Todo que vem de Deus - eis, pois, o abismo a que nos leva a cultura do hedonismo, da busca da liberdade voltada para o nada.

2) Numa sociedade fortemente cristianizada, como a da Idade Média, o tédio e o comodismo eram coisas impossíveis e até impensáveis, pois os mosteiros absorviam esses bem-nascidos e davam a eles a possibilidade de consagrarem suas circunstâncias pessoais à obra de Deus, esse grande engenheiro social que fazia grandes obras em todos, a todo o tempo e em todos os lugares. E era em Deus que essas solidões acabavam sendo compartilhadas - pelo exemplo do santo, a pessoa acabava tomando o país terreno, circunstancial, como se fosse um lar a partir do exemplo dado pela pátria celestial, pois nele era possível ver o exemplo da eternidade, um modelo perfeito e bem acabado de integração social que se dava entre pessoas diferentes - de diferentes lugares e diferentes épocas - que dedicavam suas vidas servindo a Cristo, ao levar suas diferentes circunstâncias de vida à consagração dos altares, pois para Deus nada disso é impossível.

3) O fato de vivermos uma vida sem Deus faz com que a vida intelectual esteja divorciada da contemplação necessária de modo a que seja nobre e edificante. Sem essa vida de contemplação, a atividade intelectual se reduz a um verdadeiro carreirismo - e num mundo movido a dinheiro, o intelectual é reduzido a um peão de campo, como vemos nos jornalistas de hoje em dia. Qualquer assunto voltado para o nada passa a ter ampla cobertura, ao passo que os verdadeiros assuntos dedicados à santidade da alma, bem como da pátria como um todo, passam a ter cobertura quase que nenhuma, a ponto de isso nem sequer existir, uma vez que não deixam meios para sequer imaginar a possibilidade de que isso realmente exista.

4.1) Todos esses fatores contribuem para que a classe intelectual - que ocupa o topo da hierarquia social, fundada na ordem do trabalho - comece a trair os que estão na base da pirâmide, esses que mantêm essa atividade possível. O divórcio entre a classe laboral e a classe intelectual se deve por conta da cultura de impessoalidade. 

4.2) O bem nascido não deve a Deus e não deve aos seus compatriotas tudo o que ele é - ele deve a si mesmo. Ele tem muita auto-confiança - acha-se uma espécie de Deus ateu auto-proclamado. Por conta da impessoalidade, ele não consegue enxergar nos que viveram a vida antes dele um irmão em Cristo, que deu a sua vida de modo a que pudesse ser o que ele é hoje. A cultura de ingratidão sistemática é, pois, fruto de uma cultura de impessoalidade, fundada no amor ao dinheiro e no amor ao presente como sendo o norte de todas as coisas, uma vez que esse presente não tem o lastro do passado - e como não há lastro no passado, o futuro é imprevisível e inseguro. É uma cultura de esquecimento - e é isso que nos levará à apatria sistemática. 
 
José Octavio Dettmann
 
Rio de Janeiro, 02 de abril de 2016 (data da postagem original).

A contemplação nasce do senso de imensidão do mundo (real ou virtual)

1) Uma coisa que esses videogames atuais estão a me ensinar é a possibilidade de se contemplar a imensidão do mundo - num mundo virtual há muita coisa para se fazer e são tantas as possibilidades que você não sabe realmente o que deve ser feito primeiro. No Life is Feudal, eu me sinto desse jeito.

2) Como este jogo possui um sistema de sobrevivência, em que você deve se manter alimentado de modo a passar pelo dia vivo e alerta, você precisa priorizar a sobrevivência e satisfazer suas necessidades mais básicas. A partir do momento em que a satisfação das necessidades mais básicas deixa de ser um problema, uma vez que outras pessoas estão dedicando seus melhores esforços e dons para isso, você fica livre para se dedicar àquilo que mais lhe interessa. A maior prova disso é o fato de estar sempre escrevendo.

3) O lado bom de estar sempre em casa com a família é que estou sendo mantido por eles enquanto me dedico ao meu trabalho de escrever, uma vez que tenho tempo para fazer a atividade contemplativa necessária de modo a que esteja sempre escrevendo sobre coisas importantes, edificantes, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo. A atividade contemplativa que faço só é possível porque a questão da sobrevivência está garantida, pois este filósofo que há em mim e que vos fala poderá passar o resto da sua vida estudando e meditando, pois alguém está se dedicando a manter a classe pensante trabalhando. É um trabalho de realeza - e há famílias que se especializam nesse tipo de trabalho.  O maior desafio que estou a fazer é passar essa responsabilidade para os meus leitores - meus pais um dia morrerão e só posso contar com os meus leitores no futuro. Por isso preciso servir a eles de modo a que sucedam aos meus pais, de modo a que me mantenham naquilo em que eu mais necessitar.

4) Se a atividade intelectual é um segundo sacerdócio, então ela começou nos mosteiros, pois a busca da verdade exige quase que dedicação exclusiva a ela. Viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus não é fácil - e ser um exemplo de santidade para o outros é um prêmio que vale e muito a pena ser buscado. É preciso que as coisas do alto sejam procuradas constantemente, pois a política está sempre fundada no mais alto dos céus, de modo a se tomar o país como se fosse um lar em Cristo, uma vez que é nesse mesmo Cristo que organizamos as coisas de modo a que a caridade, a ordem fundada no amor ao próximo, seja a ordem do dia em nosso pais.

terça-feira, 29 de março de 2016

Notas sobre o tempo pascal

1) No Antigo Testamento, a páscoa representava o primeiro mês do ano do calendário hebreu. Como o calendário era lunar, então a páscoa se dava na primavera, na época do plantio.

2) A primavera é o começo da revolução, pois é o começo do ciclo produtivo, do ciclo agrícola. Se Cristo é o caminho, a verdade e a vida, então é na Páscoa que se dá a renovação de nosso ciclo espiritual. Por isso a páscoa é também renovação constante no sacrifício de Jesus, coisa que se dá todo domingo. 

3) Neste tempo pascal, nós passamos 50 dias como se fossem um grande domingo. Não um domingo no sentido polonês do termo, em que não se faz nada, mas no sentido russo do termo, pois domingo é o dia da ressurreição do Senhor, o dia do Senhor por excelência. Vivamos esses 50 dias na esperança de trabalhar duro e fazer do Brasil uma nação digna ser tomada como se fosse um lar com base no Cristo Crucificado de Ourique. Pois se Ele é a verdade, então Ele é a razão para sermos o que somos: a Terra de Santa Cruz. 

Sobre o perigo de se posicionar politicamente tomando os fatos como se fossem coisa

1) Ser de direita ou esquerda tomando estes fatos sociais que nós vemos hoje como se fossem coisa é aceitar o argumento de que o Estado tem a sua verdade e que tem o direito de não estar submetido à Lei Natural, coisa que se dá na carne até mesmo do governante eleito.

2) Como o libertarismo prepara o caminho para o totalitarismo, então não podemos, como católicos, escolher entre o conservantismo (estar à esquerda do pai de maneira moderada, ainda que muitos chamem isso de "direita" no sentido mais falso, pervertido do termo) e o extremismo revolucionário (estar à esquerda do pai de maneira radical, agindo tal qual um progressista que cava cada mais fundo a sua cova de modo a ir pro inferno de vez). A escolha entre um e outro é malminorismo e isso é uma conseqüência grave do pecado da omissão, pois não estamos ocupando o espaço.

3) Se numa democracia o governante deve respeitar as leis, então comecemos pela única que os legisladores humanos não podem perverter, por ter sido elaborada pelo próprio Deus: Os Dez Mandamentos. Estar à direita do Pai implica obedecer os Dez Mandamentos, o que nos leva a estarmos em conformidade com o Todo que vem de Deus - e esses mandamentos têm pleno cumprimento naquilo que Cristo disse: amai a Deus sobre todas as coisas e amai-vos uns aos outros como Cristo nos tem amado, base para a fraternidade universal.

4) Ser de direita sendo utilitarista e relativista é tão-somente nominalismo. Como o libertarismo se funda numa visão de mundo protestante, que não crê em fraternidade universal, então  preocupar-se em posicionar-se politicamente diante de tais circunstâncias é sabedoria humana dissociada da divina. E isso é estar a um passo da excomunhão ou da apostasia.

domingo, 27 de março de 2016

Notas sobre o Império Romano

1) No Direito Romano, o parentesco se dava por relações de culto e não por relações de sangue. O pater familias era o microcosmos do sumo pontífice - e ele é quem oferecia sacrifícios ao deus da família e aos antepassados. O animal de sacrifício mais usado era o agnus, o cordeiro.

2) Geralmente essas famílias eram a base moral de toda a pátria, pois elas nunca tiveram mácula de escravidão, fundada no pecado de não se honrar os compromissos familiares para com a civitas romana. Quem não fosse honrado era escravizado por dívidas e seu corpo era vítima de castigo corporal, a ponto de este ser retalhado em tantos pedaços quantos fossem os credores. Essa prática era animalesca e partia do pressuposto de que o corpo era uma propriedade - se na propriedade temos os poderes absolutos de usar, o gozar e dispor, então naturalmente isso implicava poder de vida e de morte. 

3) O pater famílias era tido como se fosse um deus vivo dentro da família, a ponto de ter poder de vida e de morte sobre os seus filhos. Esse poder de vida e de morte causava muitos conflitos sociais - a tal ponto que manter o culto doméstico dentro do sangue era difícil. Por isso, os romanos adotavam membros de outras famílias, de modo a dar continuidade ao culto doméstico, no nome do pai antecessor.

4) A cultura familiar romana, por sua própria natureza, não permitia que um homem de família tivesse poder de vida e de morte sobre outros pais de família - por isso que a república foi o regime natural dentro de um regime culturalmente totalitário. Roma se expandia constantemente em guerras, de modo a manter sua economia doméstica, fundada numa economia agrária e latifundiária - e para isso, eles precisariam tomar terras e mais terras, bem como conseguir escravos. Os filhos passaram a ser senhores de família, uma vez que o soldo lhes permitia terem bens e uma vida livre da autoridade paterna. Esses eram os bens do pecúlio castrense.

5) Como nenhum pai de família podia dominar outro pai de família, os pactos de família eram algo corriqueiro. As filhas, junto com uma importância em bens e dinheiro, eram dadas como se fossem coisa para os varões mais ilustres da família aliada, geralmente soldados destacados que serviam à causa de Roma. Os casamentos eram todos fundados no dote, uma vez que Roma era uma sociedade pagã e extremamente materialista  A família que fosse rica em filhas se tornava cliente da outra que tinha mais filhos homens. Isso criava laços de servidão, por força do casamento - e a família rica em filhas era considerada algo acessório que seguia a sorte do principal, a família rica em varões. Como envolvia um grande número de indivíduos, isso gerava um verdadeiro culto doméstico. E quanto mais esse varão servisse à causa romana, mais digno de culto doméstico ele se tornava.

6) À medida que Roma crescia, mais complexa se tornava aquela sociedade - eram povos diferentes, com religiões diferentes e costumes, que por força da conquista e da proteção imperial romana precisavam conviver uns com os outros. A república, por conta da corrupção e dos abusos, gerava o poder de um homem livre sobre outros. Isso precisava ser moderado - e o Império Romano surgiu com base nessa natureza. Pouco depois da formação do Império, Cristo nasceu. E quando o Cristianismo conquistou o Império Romano, toda a cultura republicana romana foi transformada de modo a que ficasse em conformidade com o Todo que vem de Deus.