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sexta-feira, 11 de março de 2016

Como começa a aristocracia distribuída

1) A aristocracia distribuída começa a partir da recristianização do País.

2) Como o país é uma monarquia nova, a realeza terá que estabelecer a nobreza por mérito.

3) Havendo gerações de uma mesma família servindo de maneira excelente para o Império, aí haverá nobreza de sangue.

4) A aristocracia está aberta a novos membros, quando estes servem ao País por mérito. E se esses servirem bem ao País por pelo menos três gerações, então a nobreza já está na estirpe - por isso que é uma ordem hereditária, pois a sua fé cristã já não é mais algo a ser questionado, uma vez que a reputação da família é tomada como se fosse coisa.

A democracia não se confunde com a aristocracia distribuída

1) É importante não confundir a democracia, tal como a conhecemos hoje, com a aristocracia distribuída.

2) A ordem dos melhores se funda a partir da admiração. Não só os de baixo olham para os de cima como exemplo, como os de cima aprendem com os debaixo a servir a eles da maneira mais conforme o Todo possível.

3) Quando alguém que está num nível hierárquico abaixo se mostrar virtuoso e digno de ocupar uma posição superior, este é promovido, seja por merecimento técnico, seja por possuir qualidades pessoais compatíveis com aquilo que é próprio da natureza do encargo a ser assumido.

4) A aristocracia tem uma profunda relação com a doutrina do distributivismo. No âmbito político e administrativo, leva à meritocracia. E a meritocracia é a base de uma atividade econômica organizada, de modo a atender ao maior número de pessoas possível, de modo a que as necessidades comunitárias sejam atendidas e as pessoas possam continuar juntas na conformidade com o Todo que vem de Deus por muitos anos, até o fim da vida. 

5) Da combinação da aristocracia com a meritocracia, surge o empreendedorismo. E é desse empreendedorismo e do senso de bem servir que nasce o comunitarismo. Todas essas coisas estão ligadas à sã doutrina católica.

4) A meritocracia impessoal só leva à tecnocracia, pois só as qualidades técnicas contam, ao invés do caráter. É por isso que muitos no funcionalismo público têm um péssimo caráter. Isso é fruto de uma ordem descristianizada, em que o Estado está dissociado dos valores da Igreja Católica.

5) Onde o dinheiro tende a falar mais alto, a meritocracia se promove através do servilismo que se dá ao se puxar o saco do chefe ou quando o sujeito é um bom técnico. Onde o amor ao dinheiro fala mais alto, a impessoalidade fala mais alto. Por isso que a eficiência é tomada como se fosse religião - a ordem pode até funcionar bem, como se fosse um verdadeiro relógio suíço, mas ela não estará embasada em sólidos valores morais.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de março de 2016 (data da postagem original).

A democracia promove o totalitarismo

1) Onde quer que se vá, a quantidade de idiotas é infinitamente maior do que a dos sensatos. Num regime que tende a igualar a opinião do sensato a do idiota, o que vai acontecer será à promoção do relativismo moral, fundado no mais puro populismo e no mais puro utilitarismo.

2) Neste tipo de ordem, o peso do meu voto é de 1 para 150 milhões do que estão aptos a votar, bem abaixo de 1 por cento. Ou seja, ainda que eu vote corretamente, ainda que todos os sensatos - os que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - votem corretamente, a possibilidade de vencermos no voto é ÍNFIMA. A mentalidade revolucionária é a que mais se beneficia com a democracia, pois ela nega o fato de que a ordem virtuosa pode se dar por um só homem, que é conforme o Todo que vem de Deus, coisa que vemos na monarquia e na aristocracia. 

3) Não é à toa que os esquerdistas dominam as universidades. Pelo que puderam verificar, a partir de dados sociológicos, a maioria de nosso povo só se contenta com o que está disponível e só sabe conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Basta apelar, promovendo mundos e fundos, contratar os serviços de um bom publicitário eleitoral e eles são eleitos. Ainda que a sabedoria convencional, humana e dissociada da divina, diga que a culpa é do eleitor que votou mal ou que se absteve de votar, eu digo que a culpa está sempre no fato de se tomar a democracia como se fosse religião, pois ela tende a reduzir o país como se religião totalitária de Estado, a ponto de tirar, de nosso imaginário, Deus como sendo o centro de todas as coisas.

4) O regime democrático nasceu num país onde não se acreditava na fraternidade universal, própria do Cristianismo, e também num ambiente onde a autoridade da Igreja foi constantemente negada. Se a educação da Igreja Católica era voltada para formar a elite - e o povo se tornava virtuoso imitando essa elite, que imitava a Cristo -, a educação protestante era voltada para educar o povo em sua sabedoria humana dissociada da divina, uma vez que não crer numa hierarquia virtuosa leva necessariamente a não se crer na aristocracia como a base de todas as coisas, uma vez que ela aponta para o que se dá no mais alto dos céus. Eis aí as raízes do populismo e do totalitarismo, próprios de nossa república.

5) A decadência da civilização cristã é diretamente proporcional ao momento em que se começou a acreditar na reforma protestante enquanto sinônimo de progresso civilizatório e moral. O que aconteceu foi justamente o contrário: foi decadência moral e civilizatória.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de março de 2016 (data da postagem original).

quarta-feira, 9 de março de 2016

Somos monarquistas porque somos patriotas

1) Antônio Sardinha disse uma coisa interessante: "Somos monarquistas porque somos patriotas".

2) O próprio Cristo Crucificado de Ourique fez de D. Afonso Henriques Rei de Portugal. Cristo não fez de ninguém presidente em nenhuma parte do mundo português - e isso inclui o Brasil.

3) Se um bom rei ou imperador toma o povo todo como se fosse uma grande família, então tomar nosso rei ou nosso imperador por pai é tomar o país como se fosse um lar em Cristo.

terça-feira, 8 de março de 2016

Notas o neoconstitucionalismo, enquanto mentalidade revolucionária

Paulo Thomopoulos: Existe um movimento Pós-Segunda Guerra Mundial que predomina na doutrina constitucional e, infelizmente, isso acaba moldando a nossa "tradição" de juristas constitucionais. E juristas formados nesta mentalidade são a base pela qual se forma a composição do STF.

José Octavio Dettmann: E essa tradição fincou raízes na Carta de 1946, passou pelas cartas de 1967 e 1969, até a Carta de 1988. Esse pessoal é herdeiro direto da revolução de 1930, marcada pelo salvacionismo. E ela mesma foi herdeira direta de Kelsen, o pai da jurisdição constitucional. Essa geração toda foi influenciada pelo constitucionalismo italiano, marcada pela jurisdicionalização do conflito de interesses que se dá entre o capital e o trabalho, a base do fascismo.

José Octavio Dettmann: Além da guerra política que mencionei, há ainda essa guerra cultural que se dá no âmbito das nossas faculdades de Direito. E isso pede também conquistemos as universidades, de modo a que o pensamento jusnaturalista volte a ser a principal corrente das nossas universidades, pois isso que escrevi é próprio de quem é adepto da tradição jusnaturalista.

Paulo Thomopoulos: Afinal, sem o jusnaturalismo não há direito constitucional. Penso este ser o caminho para desconstruirmos este neoconstitucionalismo e os outros "neos".

José Octavio Dettmann: Sim. No preâmbulo da Carta de 1988, a lei constitucional invoca a proteção de Deus. Se ela invoca isso, então ela se sujeita ao exame da Lei da Boa Razão.

Paulo Thomopoulos: Eis o ponto! A maioria dos juristas entende que o preâmbulo da CF não tem efetividade - e nós sabemos que isso é não passa de papo furado.

José Octavio Dettmann: Se Deus não for o norte das coisas, então tudo não passará de preconceito - e isso vira anarquia.

Mesmo que a CRFB 1988 seja declarada nula em face da Lei Natural, os seus bons frutos serão salvos

1) Há um outro ponto importante: mesmo que se declare a nulidade da Carta de 1988 em face da Lei Natural, alguns elementos da Carta de 1988, que são sensatos, precisam ser preservados. Artigos dos direitos fundamentais que não contrariarem aquilo que decorre da Lei Natural são válidos - e algumas coisas que foram boas, como a questão do concurso público de modo a preencher os quadros da Administração Pública - coisa que não existia na Cartas Republicanas anteriores -, deve ser mantida, pois é uma medida sensata e salutar. Como essas coisas estão em boa razão, então essas coisas serão preservadas.

2) Essas medidas geraram bons frutos - logo, essas sementes devem ser salvas e servir de fundamento para o aperfeiçoamento da Carta de 1824. Do mesmo modo, a histórica boa fama da Carta de 1969, tida com a menos inflacionista do mundo, precisa ser trazida para a Carta de 1824.

3) A própria Lei da Boa Razão faz a modulação das coisas: ela retém o que é e bom conveniente, pois isso agrada a Deus, no sentido de se tomar o País como se fosse um lar em Cristo. Trata-se de questão de sensatez.

Quem declarará a Carta de 1988 nula?

Paulo Thomopoulos me fez esta pergunta: quem vai declarar nula a Carta de 1988?

1) Esta questão vai muito além do direito positivo - ela pede uma verdadeira política constitucional voltada toda para a consecução desse fim - o que demanda muito trabalho e muito empenho. Como a política no atual momento por que passamos, a República, é marcada por uma guerra de facções, de modo a se ocupar os espaços, então nós precisamos fundar partidos monarquistas e criar uma verdadeira coalizão composta de partidos monarquistas e de partidos simpáticos à causa monárquica, de modo a conquistarmos o poder. O presidente, que é a ponta do iceberg da coalizão, iniciará os trabalhos de modo a conduzir um governo de transição, de modo a se restaurar a monarquia.

2) Como o presidente faz a nomeação dos possíveis nomes que vão ocupar o STF, então nós precisamos cuidar da outra ponta: precisamos ocupar a presidência do Senado, de modo a que os partidos monarquistas ocupem a Comissão de Constituição e Justiça, quando da distribuição dos cargos que estão nas comissões permanentes da Casa - e os juristas imperiais serão sabatinados e terão a aprovação por maioria absoluta da Casa, que deve e precisa ser composta de partidos monárquicos ou simpáticos à causa monárquica.

3) Além disso, toda uma jurisprudência deve ser construída no sentido de que os artigos da Constituição de 1988 - sejam os originais, sejam os que decorrerem de emenda constitucional -  que atentarem contra aquilo que se fundamenta em Deus são inconstitucionais, por atentarem contra a Lei da Boa Razão (a Lei da Boa Razão é uma lei do tempo de El-Rey D. José I que declarava inconstitucional toda lei positiva que fosse contrária à Lei Natural, aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus - e é esta a primeira lei que deve ser repristinada).

4) Restaurada a Lei da Boa Razão, a própria Constituição de 1988 terá seu exame de constitucionalidade apreciado em face dessa Lei - como a Carta de 1988 está fundada num regime que vai contra a boa razão, fundada naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, então essa Carta será declarada nula  - e a carta de 1824 voltará a reger a nossa realidade. Antes de isso acontecer, o Congresso terá de estabelecer regras provisórias, enquanto a Carta de 1824 não é atualizada de modo a reger a nossa sociedade atual.

5) Esse tipo de coisa pede que tenhamos também a presidência da Câmara, pois é ele, o ocupante deste cargo, quem determina a pauta. E essa necessidade de criarmos regras provisórias, enquanto a Carta de 1824 não é atualizada, precisa ser prioridade na pauta do Congresso.

6) É uma verdadeira operação de guerra de conquista - então, precisamos formar uma poderosa legião disposta a conquistar aquilo que se perdeu, ao longo de 127 anos de República. É preciso uma geração de homens destemidos, prontos para enfrentar os infiéis pela espada, coisa que se dá através de discursos duros e diretos contra a mentalidade revolucionária, e com muita capacidade de trabalho, de modo a fazer as coisas em muito pouco tempo. O Comando Supremo dessa operação de guerra terá um comandante-em-Chefe: o Chefe da Casa Imperial do Brasil, o Imperador de Jure desta terra. E ele precisa ter a vocação do mando, própria dos generais.