1) Se ser brasileiro implica nascer no Brasil, então isso implicaria dizer que eu conheço mais da minha terra por ser daqui nativo do que o não aqui nascido, uma vez que ele será visto inexoravelmente como um um explorador malvado. E esse tipo de conceito é esquerdista, fora da conformidade com o Todo que vem de Deus - portanto, inconstitucional, posto que é fora da Lei Natural.
2) A verdade é que nascer nesta terra não é sinônimo de ter capacidade política para escolher os melhores que farão com que nosso país seja tomado como se fosse um lar, tendo por Cristo fundamento - e isso pede não só capacidade técnica como também boas capacidades espirituais e psíquicas. Dito por essa via, a pessoa que não tiver capacidade civil para bem exercer suas funções de modo a bem servir bem seus semelhantes, de modo a fazer da cidade dos homens um espelho da cidade de Deus, não poderá, por conseqüência lógica, ser capaz de escolher seus representantes na política, pois a capacidade eleitoral é uma decorrência da capacidade civil - e não duas coisas independentes, por força de haver dois códigos leis distintos: o civil e o eleitoral.
3) Se formos olhar nossa realidade, muitos de nós não têm a menor capacidade de tratar o semelhante como o espelho de nosso próprio eu, isso sem falar que muitos até mesmo perderam o senso das proporções. O amigo Haroldo Monteiro já havia cantado esta pedra antes, em seus artigos.
4) O não nascido aqui, que não foi criado na falsa cultura brasileira, tem melhores condições de tomar o Brasil como se fosse um lar em Cristo do que o nativo. Só por isso, ele teria condições de escolher políticos mais virtuosos, pois o fato de tomar o país como se fosse o lar confere a responsabilidade de fazer uma escolha séria e responsável. Eu vejo isso, através da figura de meu pároco - se ele fosse brasileiro, ele faria escolhas políticas melhores do que muitos de nós, fora que pode fazer a ponte entre Polônia e Brasil, pois ele conhece as duas realidades muito bem, o que o preparará e muito bem para a pátria do Céu, para a santidade, já que serviu em duas terras muito bem, enquanto pároco, enquanto educador, enquanto primeiro catequista de toda uma comunidade paroquial.
5) Na Polônia, a imigração para outras terras tende a ser mais facilitada quando há párocos poloneses trabalhando em outras terras, indo servir a Cristo em terras distantes. Eles fazem isso tão naturalmente que Cristo fez de São João Paulo II timoneiro da Igreja, a Arca de Noé nos tempos do Gênesis. E isso é a Nova Navegação, pois a Polônia vai restaurar aquilo que se perdeu por força da Revolução Liberal do Porto, em 1820.
6) Se este exemplo fosse imitado, muitos de nós deixaríamos de ser o que somos: apátridas, por força de nossa má consciência, coisa que há de nos levar ao fogo eterno, por conta de conservarmos o que é conveniente e dissociado da verdade, que é Cristo.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 1º de dezembro de 2016.
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