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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Nascer no Brasil não quer dizer ser brasileiro

1) Se ser brasileiro implica nascer no Brasil, então isso implicaria dizer que eu conheço mais da minha terra por ser daqui nativo do que o não aqui nascido, uma vez que ele será visto inexoravelmente como um um explorador malvado. E esse tipo de conceito é esquerdista, fora da conformidade com o Todo que vem de Deus - portanto, inconstitucional, posto que é fora da Lei Natural.

2) A verdade é que nascer nesta terra não é sinônimo de ter capacidade política para escolher os melhores que farão com que nosso país seja tomado como se fosse um lar, tendo por Cristo fundamento - e isso pede não só capacidade técnica como também boas capacidades espirituais e psíquicas. Dito por essa via, a pessoa que não tiver capacidade civil para bem exercer suas funções de modo a bem servir bem seus semelhantes, de modo a fazer da cidade dos homens um espelho da cidade de Deus, não poderá, por conseqüência lógica, ser capaz de escolher seus representantes na política, pois a capacidade eleitoral é uma decorrência da capacidade civil - e não duas coisas independentes, por força de haver dois códigos leis distintos: o civil e o eleitoral.

3) Se formos olhar nossa realidade, muitos de nós não têm a menor capacidade de tratar o semelhante como o espelho de nosso próprio eu, isso sem falar que muitos até mesmo perderam o senso das proporções. O amigo Haroldo Monteiro já havia cantado esta pedra antes, em seus artigos.

4) O não nascido aqui, que não foi criado na falsa cultura brasileira, tem melhores condições de tomar o Brasil como se fosse um lar em Cristo do que o nativo. Só por isso, ele teria condições de escolher políticos mais virtuosos, pois o fato de tomar o país como se fosse o lar confere a responsabilidade de fazer uma escolha séria e responsável. Eu vejo isso, através da figura de meu pároco - se ele fosse brasileiro, ele faria escolhas políticas melhores do que muitos de nós, fora que pode fazer a ponte entre Polônia e Brasil, pois ele conhece as duas realidades muito bem, o que o preparará e muito bem para a pátria do Céu, para a santidade, já que serviu em duas terras muito bem, enquanto pároco, enquanto educador, enquanto primeiro catequista de toda uma comunidade paroquial.

5) Na Polônia, a imigração para outras terras tende a ser mais facilitada quando há párocos poloneses trabalhando em outras terras, indo servir a Cristo em terras distantes. Eles fazem isso tão naturalmente que Cristo fez de São João Paulo II timoneiro da Igreja, a Arca de Noé nos tempos do Gênesis. E isso é a Nova Navegação, pois a Polônia vai restaurar aquilo que se perdeu por força da Revolução Liberal do Porto, em 1820.

6) Se este exemplo fosse imitado, muitos de nós deixaríamos de ser o que somos: apátridas, por força de nossa má consciência, coisa que há de nos levar ao fogo eterno, por conta de conservarmos o que é conveniente e dissociado da verdade, que é Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de dezembro de 2016.

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