1) Não sou muito de ver filmes, mas costumo prestar muita atenção aos diálogos dos filmes a que meu pai assiste. A julgar pelos diálogos, se os personagens fossem pessoas reais, seriam pessoas interessantes de se conhecer. Pena que, onde me encontro, há muitas pessoas muito abaixo da ordem do ser que esses personagens representam.
2.1) Naturalmente, para compor esses personagens extraordinários, os que fizeram o filme tiveram que buscar referências na literatura - cujo modelo decorre de algo que havia no real - ou na própria sociedade onde o filme foi produzido, que possui ou deve possuir tipos sociológicos interessantes que dão causa à composição de personagens cuja ordem do ser é interessante. E neste ponto, literatura e sociologia se casam muito bem, no cinema.
2.2) Por isso que gosto de assistir os filmes dentro da perspectiva cultural de onde ele foi produzido. E é mais fácil fazer isso estando imerso nessa cultura - quando vejo filme por streaming, dentro de um ambiente cultural e televisivo americano, eu tendo a ver filmes dentro da perspectiva de um americano, já que ver filmes americanos num ambiente cultural brasileiro chega a ser grotesco e imbecilizante, visto que há um colonialismo de consumo, fundado na cultura de massa, onde todos têm a sua verdade, o que quer dizer que não há verdade alguma.
3) Se esses personagens fossem reais, alguns deles seriam bons amigos para mim. A julgar pelas coisas que vejo no Brasil, as pessoas aqui parecem ser mais robóticas, mais artificiais do que os personagens jogáveis do The Sims 3, tamanha é a cultura de dissimulação, de impessoalidade, de fingimento. Talvez o Walking Dead retrate melhor a nossa realidade, pois lidamos com verdadeiros zumbis, verdadeiros monstros, embora não aparentem ser aquilo que a série mostra, o que tende ao exagero.
4.1) Enquanto muitos no Brasil querem ser artistas de TV - o que faz do fingimento, próprio da arte cênica, uma marca de nossa cultura -, eu tenho outra ambição: eu quero ser um personagem digno de ser retratado nos filmes.
4.2) Como personagem, minha vida seria vista a partir daquilo que realizei, enquanto escritor e enquanto católico, pois olhariam para o conjunto da minha obra, que estaria cristalizado por força da minha morte. Isso daria um necrológio e tanto.
4.3) Desde pequeno dizem que sou único e muito diferente dos homens de minha terra, em meu próprio tempo. Por isso que me preocupo em ser autêntico, de modo que minha vida seja retratada por alguém que seja pio e sensato, seja no cinema ou mesmo numa biografia. E meus escritos ajudam neste aspecto.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 2016.
Matérias relacionadas:
http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/12/nem-sempre-um-bom-escritor-e.html
2.1) Naturalmente, para compor esses personagens extraordinários, os que fizeram o filme tiveram que buscar referências na literatura - cujo modelo decorre de algo que havia no real - ou na própria sociedade onde o filme foi produzido, que possui ou deve possuir tipos sociológicos interessantes que dão causa à composição de personagens cuja ordem do ser é interessante. E neste ponto, literatura e sociologia se casam muito bem, no cinema.
2.2) Por isso que gosto de assistir os filmes dentro da perspectiva cultural de onde ele foi produzido. E é mais fácil fazer isso estando imerso nessa cultura - quando vejo filme por streaming, dentro de um ambiente cultural e televisivo americano, eu tendo a ver filmes dentro da perspectiva de um americano, já que ver filmes americanos num ambiente cultural brasileiro chega a ser grotesco e imbecilizante, visto que há um colonialismo de consumo, fundado na cultura de massa, onde todos têm a sua verdade, o que quer dizer que não há verdade alguma.
3) Se esses personagens fossem reais, alguns deles seriam bons amigos para mim. A julgar pelas coisas que vejo no Brasil, as pessoas aqui parecem ser mais robóticas, mais artificiais do que os personagens jogáveis do The Sims 3, tamanha é a cultura de dissimulação, de impessoalidade, de fingimento. Talvez o Walking Dead retrate melhor a nossa realidade, pois lidamos com verdadeiros zumbis, verdadeiros monstros, embora não aparentem ser aquilo que a série mostra, o que tende ao exagero.
4.1) Enquanto muitos no Brasil querem ser artistas de TV - o que faz do fingimento, próprio da arte cênica, uma marca de nossa cultura -, eu tenho outra ambição: eu quero ser um personagem digno de ser retratado nos filmes.
4.2) Como personagem, minha vida seria vista a partir daquilo que realizei, enquanto escritor e enquanto católico, pois olhariam para o conjunto da minha obra, que estaria cristalizado por força da minha morte. Isso daria um necrológio e tanto.
4.3) Desde pequeno dizem que sou único e muito diferente dos homens de minha terra, em meu próprio tempo. Por isso que me preocupo em ser autêntico, de modo que minha vida seja retratada por alguém que seja pio e sensato, seja no cinema ou mesmo numa biografia. E meus escritos ajudam neste aspecto.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 2016.
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