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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Notas sobre a fundação das cidades (ontem e hoje)

1) Antigamente, as cidades, tal como Jesus, nasciam sem planejamento algum e o núcleo povoador - que constituía o centro da cidade - se dava em torno da Igreja matriz, que mais tarde se tornava a catedral, por ser a Igreja-Mãe de todas as paróquias das colônias (dos bairros mais afastados do Centro, no sentido mexicano do termo - o que equivale à periferia, hoje em dia)

2) Hoje em dia, as cidades são concebidas a partir da prancheta de desenhos dos arquitetos e o seu desenvolvimento gravita em torno de seu centro comercial. As residências todas são jogadas para os subúrbios, obrigando as pessoas a irem procurar emprego fora de suas casas, criando um movimento pendular permanente.

3) No Rio de Janeiro, a revitalização do Centro do Rio é com o propósito de fazer as pessoas morarem cada vez mais perto do Centro Comercial, reduzindo assim os custos de transporte e a produtividade média do trabalhador por hora trabalhada, dado que deslocar-se da periferia para o centro constitui um elevado custo de oportunidade que afeta à produtividade geral da empresa - e as empresas estão evitando contratar gente da Baixada Fluminense por conta do elevado custo de oportunidade, por conta dos gastos com transporte e por conta do tempo que este trabalhador perde se deslocando da periferia para o centro.

4) Essa revitalização quebra não só a estrutura de metropolização - em que a Igreja-mãe serve a Cristo em terras distantes - como também cria uma nova oportunidade: as cidades da periferia, por força do distributivismo, poderão se desenvolver por meio de economia própria. Para isso, o trabalho das dioceses locais precisa ser muito fortalecido - e uma das possibilidades é patrocinando a atividade local, de modo a que seus habitantes não dependam tanto do Centro do Rio, o que quebra o movimento pendular, causando uma revolução econômica sem precedentes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2016.

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