1) Santo Agostinho de Hipona costuma dizer que estamos diante de um juiz onisciente; este pode tudo porque sabe tudo - e justamente porque sabe tudo que ele é perfeitamente justo e não é capaz de errar (the king can do no wrong). Esse juiz é tanto verdadeiro Deus quanto verdadeiro homem - por isso, perante o Cristo, nós temos o princípio da inafastabilidade.
2) É por conta do fato de estarmos diante de um juiz onisciente que a Cruz se faz necessária nos tribunais. Isso é um lembrete para o juiz, investido de suas funções, de não fazer o que Pilatos fez, pois ele vai prestar conta de seus atos diante do juízo final em caso de injustiça, pois Jesus é juiz dos vivos e dos mortos, além de ser legislador perfeito. Afinal, Ele deu à lei mosaica pleno cumprimento, com base na lei do amor - devemos amar-nos uns aos outros e perdoar-nos infinitamente. É difícil isso, mas não é impossível - se Cristo deu o exemplo, por que não fazê-lo?
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário