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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Notas sobre a necessidade e sobre a conveniência de se ter um diploma

1) Algumas profissões são necessárias ao bom funcionamento do Estado. Logo, ter um diploma nessas áreas é necessário, como os diplomas de Direito, Engenharia e Medicina.

2) Em algumas profissões, o diploma é algo conveniente e não tê-lo não faz de você um profissional de segunda classe. Exemplo: todas as profissões voltadas à indústria cultural. O fato de não ter um diploma é um detalhe - e nas atuais circunstâncias, não tê-lo é até uma dádiva, uma bênção.

3) Em algumas profissões o diploma é algo conveniente por força de as universidades serem consideradas polos de desenvolvimento tecnológico. Podemos ver isso tanto nas áreas tecnológicas, exatas ou ciências biológicas.

4) O grande problema da cultura de diploma se deve por conta de como as universidades foram fundadas: como um lugar para preencher os quadros da administração pública. Trata-se de um projeto de poder republicano, em que o Estado é tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. Ou seja, confundiu-se a necessidade do diploma com a conveniência de se ter um diploma.

5) Como o brasileiro é um dos povos mais dinheiristas do mundo, a conveniência de se ter um diploma acabou virando necessidade financeira. E as empresas acabam estimulando ainda mais essa confusão, visto que é mais pragmático contratar alguém com diploma do que formar alguém que nada sabe. É por conta desse método impessoal de gerir pessoal - esse método moderno chamado impropriamente de "administração científica" - que a confusão acaba se agravando e generalizando, a ponto de gerar má consciência sistemática.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2016.

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