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sábado, 17 de dezembro de 2016

Notas sobre o culto doméstico dado aos ancestrais

1) Em A Cidade Antiga, Fustel de Coulanges dizia que a família era constituída por força do culto doméstico dado aos ancestrais mortos. A base da família se dava justamente por força de honrar seus ancestrais mortos, o que leva à noção de tomar o país como um lar, tal como seus ancestrais tomaram. Por conta disso, pode-se falar em nacionismo primitivo, antes do Cristianismo.

2) Como na monarquia todo o povo é tomado como parte da família, então todo o povo é parte do culto doméstico que o Imperador faz, ao honrar o legado de D. Afonso Henriques, que recebeu do Cristo Crucificado de Ourique a missão de servir a Cristo em terras distantes, de modo a que o mundo inteiro viva a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus, já que Cristo é construtor e destruidor de Impérios.

3) O cristianismo não só recebeu esse culto doméstico que os romanos praticavam como também o humanizou. Deu a ele um sentido muito mais amplo, pois fez dele uma missão universal, pois todo o mundo deve ser tomado como se fosse um lar em Cristo - e cada família, assim como cada nação, tem um trabalho específico, dentro do caráter salvífico fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de dezembro de 2016.

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