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terça-feira, 13 de setembro de 2016

O que pode acontecer quando publicar meu livro?

1) Eu só quero ver quem é que vai me proteger quando publicar meu livro. Do jeito como sofri patrulhamento ideológico de protestantes, republicanos e comunistas aqui no facebook, ao longo desses quase dez anos de atividade intelectual independente - razão pela qual eu não admito nenhuma pessoa que faça parte de qualquer uma dessas três linhas -, é provável que eu seja fortemente perseguido na rua, quando for reconhecido, por conta do meu trabalho publicado

2) Se eu fosse rico, contrataria seguranças, pois nem na polícia dá pra confiar. E quem tentasse fazer alguma coisa contra mim, por conta das idéias que publico, mandaria minha equipe investigar o sujeito e iria processá-lo civil e criminalmente. Isso sem falar que montaria uma outra equipe de inteligência jurídica, de modo a colher informações acerca dos juízes que vão julgar minha causa - eu iria evitar que juízes corruptos ou comprometidos com esta ideologia fraudulenta fossem sorteados para a causa. Do mesmo modo, uma equipe também para monitorar o ministério público, pois não permitirei que promotores ideológicos me acusem de coisas que não fiz. Isso era algo que faria.

3) Em tempos de atomização de indivíduos, eu preciso criar a minha comunidade, já que os que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento estão dispersos pelo país afora - e só tenho contato com eles pela internet. E é por conta de estarem dispersos que estou online, já que a presença física fica impossível. Isso sem falar que o fato de morar com a minha família, que tem uma visão de mundo diferente da minha, restringe muito minhas ações, a tal ponto que não posso fazer coisas que podem me levar ao conflito com ela, o que não é desejável. Contornar essas dificuldades com um mínimo de danos é um trabalho de longo prazo e não é nem um pouco fácil.

4) Eis uma boa razão para se usar bem a riqueza: usá-la na luta contra o mal objetivo, o que é um tipo de caridade, de bondade. Não me incomodo de ficar pobre, mas este é o preço a pagar para se viver em paz neste país.

5) Uma coisa que faz com que eu não veja com simpatia os endinheirados no Brasil está no fato de que eles não usam sua riqueza em prol do povo - e um bom uso disso é empregá-la na luta contra o mal. Além disso, eles não fazem mecenato. Esses que amam o dinheiro nunca aprenderam o seguinte: para ser rico, é preciso ser pobre primeiro, pois a pobreza, tal como há no Cristianismo, é a escola da riqueza. Se não houver riqueza espiritual primeiro, de que adianta ter muito dinheiro? Dinheiro é para ser usado na promoção do bem comum, seja isso feito pela iniciativa pública ou privada - esse negócio de usá-lo para ficar construindo ainda mais riqueza, como isso tivesse um fim em si mesmo, é algo extremamente sem sentido. É mais ou menos como o fisiculturismo: é uma tolice ficar musculoso por vaidade, já que isso aí tem um fim em si mesmo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de setembro de 2016.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Como o ritmo de vida fundado na velocidade das máquinas prepara o caminho para a destruição da nossa civilização?

1) Antigamente, a melhor forma de você causar uma boa impressão entre as famílias mais influentes da Idade Média ou Renascença era declamando poesias. Tanto era verdade que se fazia necessário decorar poemas inteiros de modo a declamá-los melhor.

2) Até porque a vida imitava a arte e a arte imitava a vida. Tanto é que o ritmo da agricultura, que é o ritmo próprio dos ciclos naturais, fundados na eternidade, dava a oportunidade de as pessoas meditarem sobre coisas importantes, terem uma vida interior rica e apreciarem a beleza por trás das coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus. E isso favorecia muito à atividade poética, até mesmo a artística.

3.1) Num mundo ditado pela indústria, onde somos escravos do tempo e do dinheiro, a vida interior fica em segundo plano. Não há tempo para a contemplação e para apreciar a beleza das coisas. Por isso mesmo, a imaginação das pessoas fica pobre, por conta de não haver contato com aquilo que há de belo.

3.2) E onde há apeirokalia, há necessariamente entropia - isso sem falar que há uma vontade política feita de tal modo a justificar isso, ao tomar todos esses fatos como se fossem coisas - e ao fazer isso, o que é insensato e dissociado da verdade é conservado conveniente e isto acaba virando um odioso esquema de poder, onde ocorre a corrupção sistemática dos valores que constituem a base de vida da sociedade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. Uma corrupção que não tem freios e que não tem limites, o que acaba criando um vácuo de poder que será preenchido por um sistema de dominação totalitário, com pretensões de ser um esquema global: o islamismo.

4) Enfim, onde se descristianiza a sociedade, a noção do belo é destruída, uma vez que a verdade se torna algo relativo, o que acaba edificando liberdade para o nada. E a ordem do vazio acaba favorecendo a entrada de grupos oportunistas - e neste ponto que uma civilização acaba - e por isso mesmo, a da humanidade, que tem seu verdadeiro sentido de ser em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2016 (data da postagem original).

domingo, 11 de setembro de 2016

Por que a autopoiese kelseniana é uma falácia?

1) Se a autopoiese - a afirmação de que as normas se autofabricam - fosse verdade, então deveriam brotar filhotes de vade mecum a partir de um vade mecum que deixo sobre a minha mesa, da mesma forma como recolho frutas de uma árvore frutífera. Mas o vade mecum não é uma semente - nele não há a força vital necessária para germinar e brotar um descendente fértil de sua espécie. Como a autofabricação implica fazer uma cópia de si mesmo ou gerar descendentes férteis, então esse argumento é impossível, dado que está fora da realidade. É como tentar plantar uma árvore de dinheiro - isso é impossível. Se isso fosse possível, não teria valor algum. Afinal, do caos não brota a ordem.

2) O próprio Direito Natural não é autopoiético - toda legislação vem de uma vontade. Deus é a fonte da autoridade, pois Ele é a verdade - isso sem falar que Deus é uma pessoa. Ele sabe tudo - logo, Ele legisla sobre tudo e opera todas as coisas em todos, de modo a que tudo saia perfeitamente bem.

3) Por isso que digo que Deus é movimento, pois é Ele quem move a cooperação, uma vez que todos estão subordinados a Ele através da Santa Escravidão fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2016.

O eterno é confirmado pela sucessão de tempos particulares passados e futuros, já que Deus é onipresente e onisciente

1) O que é verdade no tempo A é verdade no tempo B e no tempo C. Se houve confirmação nestes três tempos, isso também será confirmado nos demais - e isso transcende qualquer vontade humana. Na verdade, isso vem de Deus.

2) Se a verdade fosse filha do tempo, o que se deu em A não é verdade em B e o que se deu em B não é verdade C, muito menos o que houve em A é verdade em C.

3) Seria a eterna ruptura. E a mentalidade revolucionária se funda em eternas rupturas à verdade, à conformidade com o Todo que vem de Deus. E a primeira ruptura se dá quando se conserva o que é conveniente e dissociado da verdade - e a mentalidade revolucionária é o acúmulos dessas negações ao eterno ao longo do tempo. Um espectro de tradição, algo diabólico.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2016.

Por que a verdade não é filha do tempo, tal como muitos dizem?

1) Se verdade fosse filha do tempo, desse tempo onde Chronos parece devorar a tudo e a todos, então a ordem seria edificada através de conservantismos, da postura própria de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E isso nega a Deus, fonte de toda autoridade. Logo, o mundo seria algo caótico, uma verdadeira desgraça. Não é à toa que isso geraria uma ordem totalitária, fundada em sabedoria humana dissociada da sabedoria divina.

2) O verdadeiro tempo que devemos considerar é o tempo de Deus, o kairológico. N'Ele, por Ele e para Ele se realizam a plenitude das coisas. E essas coisas são movidas através das três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2016 (data da postagem original).

O eterno transcende a soma do tempo decorrido. Logo, a verdade é filha do que é eterno

1) Se o Todo transcende a soma das partes, então o que é conforme o Todo que vem de Deus é eterno.

2) E o eterno transcende a soma de tudo o que se conhece por força da ação do tempo acumulada. A tal ponto que há mistérios, certas coisas que não podemos conhecer, uma vez que a onisciência é prerrogativa própria de Deus e não nossa.

3) Por isso mesmo a verdade decorre do que é eterno e não do tempo, de algo particular. Se esse particular não for fundado no que é eterno, ele edificará liberdade para o nada, o que nos afasta da amizade de Deus.

4) Como Deus tem onisciência, onipresença e onipotência, então Ele é o caminho, a verdade e a vida - logo, Ele tem autoridade para proclamar a verdade, uma vez que ela é eterna.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2016.

A tradição se funda na constância e não na imutabilidade

1) Tradição não é aquilo que é imutável. Na verdade, é aquilo que se mantém constante porque se funda na verdade, coisa que se funda na eternidade.

2) Não é à toa o verdadeiro significado de clássico é tradicional, pois o clássico é eterno, pois sua essência permanece a mesma, após 2016 anos de história.

3) Quem prega a imutabilidade da tradição está conservando as coisas de maneira dissociada da verdade. Não é à toa que esse apego materialista à tradição é conservantista. E isso acaba criando uma nova sola, a ponto confundirem o catolicismo com uma seita protestante, tal como fazem alguns rad trads.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2016.