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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A formação jurídica moderna: um risco para a alma

Optar pelo Direito como área de atuação profissional, hoje, é um risco para a alma. O Direito hodierno lida fundamentalmente com egos; egos estes que se alimentam de valores abstratos. Isto, durante uma época que nega compulsivamente a realidade das ideias, tratando-as como uma grande brincadeira inconseqüente, pode conduzir indivíduos, sociedades, povos inteiros pela estrada da loucura, procurando por horizontes utópicos até faltar chão sob os pés e despencar do abismo.

Evitem a formação jurídica contemporânea. Evitem, bem dizer, todo o ambiente das ditas ciências humanas e sociais. Evitem mesmo as ciências da linguagem. É doloroso para as personalidades predispostas a tais conhecimentos, sei bem. Mas mais doloroso é o ópio intelectual que um se obriga a consumir para prosperar nesses meios, pois idéias têm, sim, conseqüências.

Se me fosse questionado hoje, sugeriria estudassem, primeiramente, as ciências da terra. Aprendei a plantar, a colher, a fazer boa uva e bom vinho. Lidai com aquilo que a natureza divina concede, e cujas leis fundamentais o homem reconhece, ainda, não poder alterar - pois o resultado dos maus pressupostos logo lhe atinge os sentidos, como o mau vinho ao se tornar vinagre intragável.

Depois, apenas depois, com os pés bem fincados em terra boa e boa rocha, atendei ao amor pelo conhecimento das coisas mais altas. Não pelo que se comenta hoje, mas pela Verdade que se construiu no Eterno, nos tempos em que se sabiam tão reais as pontes do céu, quanto aquelas do mar e da terra: os tempos do Trivium, de memória perpétua.

(Leonardo Faccioni)

O Mundo Ocidental tornou-se um mundo ateu


"Que ninguém se iluda! O mundo ocidental não aceita o cristianismo; tornou-se uma civilização ateia, que julga a religião como fonte de alienação, intolerância e atraso.

Para os bem-pensantes da atualidade, é inaceitável que o homem precise de Deus para organizar sua vida e discernir o que é certo ou errado, bem ou mal. Certamente há ainda tantas pessoas religiosas... Mas, a questão não é esta: o Ocidente não aceita que a religião tenha algo a dizer na organização da sociedade... A religião somente é tolerada como realidade privada e meramente subjetiva... Já há tempos para o nosso mundo Deus deixou de ser uma realidade - a Realidade - e tornou-Se apenas uma desbotada e incerta opinião...

Valem, para o mundo atual, as trágicas e tristemente proféticas palavras de Nietzsche: “Deus morreu! Deus está morto! E nós é que O matamos! Tudo o que havia de mais sagrado e de mais poderoso no mundo esvai-se em sangue sob o peso do nosso punhal... Não vos parece grande demais essa ação? Não deveríamos nós mesmos nos tornar deuses, para pelo menos nos tornar dignos dela?"

A questão é que quando o homem pensa matar Deus, somente mata a si mesmo, mata o fundamento último de sua própria dignidade. Leio autores ateus tão lúcidos e inteligentes, partilho mesmo tantas percepções deles e, no entanto, percebo em todos eles a lacuna, o rombo, o abismo tremendo de uma falta de sentido global para a existência... Sem Deus, sem a Realidade última, onde e como alicerçar realmente a existência? É esta a questão, é este o desafio. Só em Deus o Sentido global de tudo se descortina! Pois bem! Que os cristãos, serenamente, tenham a coragem de proclamar sua fé, mesmo neste Ocidente prepotente, emancipado e meio perdido..."

(Dom Henrique Soares da Costa)

O martírio moral do Papa Bento XVI

O que tornava o pontificado de Bento XVI intolerável para o mundo jamais foi a "formação de uma Igreja refratária e sectária", como acusam, mas o exato oposto. O exemplo do primeiro Pontífice Romano a, em décadas, mostrar-se mais interessado em conformar o mundo à Igreja, e não a Igreja ao mundo, atraiu incontáveis jovens, por todas as partes, dispostos a retomar o projeto da Cristandade em suas almas, lares, aldeias, países. A Igreja de dois mil anos ensaiava reapresentar-se inteira ao século XXI, após um longo silêncio. Bento XVI recordou aos católicos, urbi et orbi, que tinham uma religião.

Esse despertar, os poderes da Terra não podiam aceitar. O martírio moral do Papa Bento XVI é uma nova crucificação da Verdade.

(Leonardo Faccioni)

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Não há território sem alma

"Antes de salvar o território, é preciso salvar a alma do Brasil. Território sem alma sempre tivemos e só serviu pra ser perdido."

Olavo de Carvalho​

Comentários:

1) É da alma que se vem a força para se tomar o país como um lar. Uma alma conforme o Todo que vem de Deus faz qualquer terra distante servir a Cristo - e é nessa constante servidão que um país será tomado como se fosse um lar, com base nesse santo modelo.

2) Salvar o território por salvar o território é conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Territorialismo é efeito decorrente de se tomar o país como se fosse religião, pois tudo está no Estado e nada poderá estar fora dele. Como o país é tomado como se fosse religião, conserva-se o que é conveniente e dissociado da verdade. E até mesmo uma pequena concessão territorial pode ser um grande negócio para quem conserva o país como se fosse religião, mas pode gerar uma tremenda ofensa a quem toma o país como um lar, pois a integridade do lar foi violada.

3) Esses que tomam o país como se fosse religião foram leitores de Maquiavel: em o Príncipe, Maquiavel disse que o povo não tolera pequenas ofensas, mas é indulgente nas grandes. E quando se dilapida a soberania nacional, eles partem do pressuposto de que o povo é incapaz de se revoltar das grandes ofensas, tal como o PT tem praticado. Basta ver o caso do Petrolão, em que a Petrobras foi constantemente violada, manchando o orgulho nacional.

3) Enfim, hoje sabemos que Maquiavel está errado e que ele só queria inculcar entre nós uma confusão dos infernos - e a maior prova desse erro está no modo os fatos mostram isso, na nossa realidade atual. Há uma grande luta que varre este país: quem toma o país como se fosse religião oprime quem toma o país como um lar. E os abusos dessa corja parasitária estão para se chegar ao fim - e isso é questão de tempo.

O que se pode fazer pelo Brasil? Relatos de minha experiência


1) Meditando sobre esse assunto, o melhor que posso fazer para a causa conservadora é escrever minhas reflexões e passar adiante o que sei a quem bate a minha porta, aqui no facebook. Seria ótimo pra mim ocupar com justiça espaços nobres e de honra - mas, do jeito como eles estão contaminados de esquerdistas, confesso que não teria saúde emocional para agüentar tanta merda e tanta ofensa gratuita por todos aqueles que se recusam a enxergar a verdade e que ficam a agir igual feras irracionais, que merecem ser abatidas. Por isso, vou continuar me esforçando para progredir na fé e nos estudos - até que eu seja chamado para um projeto realmente sério. No caminho, quem bater a minha porta, eu acolherei, com base do que venho refletindo e passando adiante. Este é o caminho que encontrei para poder pescar homens de modo a que conservem a dor de Cristo, que fundou a civilização ocidental.

2) O dia que houver uma universidade à prova de esquerdistas, estarei à disposição para dar aula - não cobrarei salário, mas os que se sentirem gratos pelo serviço poderão dar honorários de 10 a 20% do valor da mensalidade que vai manter a Instituição funcionando. Podem chamar isso de "couvert intelectual" - mas nesse caso, quando sirvo a vocês o que sei, ajo tal qual um artista: exponho um retrato de algo que é belo e bom por si mesmo e que poderá fazê-los refletir sobre as coisas que acontecem, pois o belo é algo que valoriza a alma e a inteligência - e tudo isso está temperada na verdade, que vem de Deus. A universidade deve ter os aspectos de um restaurante: cheia de leituras deliciosas para alimentar a alma e com boas conversas que restauram a alma para o senso da eternidade, como um descanso após a labuta diária, do dia-a-dia. É uma extensão da missa de domingo, mas voltada para o conhecimento e para a observação da realidade.

3) É por essa razão que eu não creio em universidade pública e gratuita tal qual os restaurantes populares, da época do Governador Anthony Garotinho, discípulo do Brizola: além do alimento estragado (marxismo cultural), você está sujeito a toda a sorte de malefícios que afetam a saúde física e a alma: como fumar maconha, putaria dentro do estabelecimento e outras coisas mais. A universidade pública e gratuita é a mistura indigesta de um pé sujo com um prostíbulo. Nada de bom poderia sair dali.

José Octavio Dettmann

O problema da elite: o problema capital de nosso tempo


"O problema capital do nosso tempo, o problema da elite, é, no fim das contas, um problema de pedagogia humanística. Existe mesmo, hoje, política que consiste na exterminação das elites pelas armas dos especialistas. E foi bem preparada: da diminuição das lições latinas existe apenas um passo para a destruição dos livros e dos museus.

O resultado mais freqüente da moderna educação universitária é um decidido adeus aos livros. Mais tarde, combaterão as 'línguas mortas' na escola. Enfim, declararão inútil todo o ensino secundário, com as suas idéias vagas e inúteis duma 'cultura geral'; talvez toquem, com isso, no ponto nevrálgico da discussão. Todo o problema espiritual dos nossos dias é, pois, um problema de falta de educação humanística, um problema pedagógico; e todo problema pedagógico dos nossos dias é um problema da escola específica das classes médias, da escola secundária." 

— Otto Maria Carpeaux (em "A idéia da universidade e as idéias das classes médias")

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Sobre a importância dos bancos caseiros

01) Do jeito como a poupança no banco tá cada dia mais inviável, onde mil reais só geram 5 reais de rendimento ao mês, acho que seria bem mais sensato recorrer ao banco caseiro para poder financiar os próprios projetos ou os projetos que são sérios para a pátria com o apoio da família e de todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas que você, tendo por Cristo fundamento.

02) Se a pessoas sentirem que você é de confiança e responsável com o trato com o dinheiro, todo dia elas vão te deixar trocados que, acumulados, geram um bom dinheiro no longo prazo, pois a taxa de rendimento é maior do que a taxa do banco - o único problema é que o dinheiro não está protegido da inflação, já que o governo manipula a moeda.

03) Sempre que alguém sério e honesto precisar de dinheiro, empreste-o. Depois de um tempo, ele te devolve o dinheiro, acrescido de uma pequena remuneração, uma vez que o dinheiro teve caráter produtivo para aquela pessoa, pois você a ajudou - e é sempre bom haver a possibilidade de ela te pagar de modo diverso pelo serviço que você prestou a ela, seja com trabalho ou com alguma coisa que seja útil pra alguém que você conheça, já que você aproximou os credores aos bons pagadores. Emprestar dinheiro é um modo de dar liberdade e se funda na confiança - por isso, mantenha um cadastro de bons pagadores. E saiba ouvir as pessoas e seja prestativo, pois o prestativo conhece a demanda de seus irmãos.

04) A idéia do banco caseiro consiste em fomentar uma integração entre as pessoas, de modo a que se crie um senso de comunidade, em torno da sua liderança. A liberdade bancária deve ser no sentido de fomentar a generosidade e a caridade. É com iniciativas como essa que se fomenta a distribuição de bens entre os membros da sociedade, evitando a concentração de bens, de modo a haver uma aliança mortal e macabra entre o governo e os grandes empresários. É fomentando bancos caseiros e comunitários que se quebra a concentração bancária, base para o totalitarismo.

05) Havendo disciplina financeira, e tendo uma vida tranqüila, sem luxos ou prazeres despudorados, é possível viver a vida de maneira confortável.

06) Certa vez me perguntaram se eu vou aos teatros e cinemas. Do jeito como as coisas são caras, e como o conteúdo dos eventos é cheio do veneno tóxico da ideologia, isso acaba se tornando prejudicial, tanto ao espírito quanto às finanças. Muitas dessas saidinhas decorrem de um namoro ou de amizades com pessoas baratas, que se destinam à busca do prazer para todo e qualquer fim, coisa que sai cara no longo prazo.

07) Volta e meia sou criticado por ter a vida que eu levo, de modo reto e sem excessos. Mas as pessoas que o fazem não param pra pensar que isso é bom e seguro - elas exercem a liberdade de expressão sem a reponsabilidade primeira de antes observar e assimilar, para só depois refletir e falar algo que seja sensato ou relevante. Chesterton concordaria em gênero, número e grau comigo.

08) A questão do banco caseiro se funda na poupança, na noção de que é preciso guardar as coisas para o futuro, quando vierem as adversidades, os tempos de crise. As coisas boas que recebemos derivam de Deus, da eventualidade. Se você é um bom servo de Deus, é preciso saber ser guardião desses tesouros. Veja mais aqui: https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com.br/2014/02/as-coisas-se-medem-pelo-tempo-de-deus.html

09) Mais detalhes sobre isso que falo, ver o que falo da minha experiência pessoal, nesta postagem: https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com.br/2014/02/uma-historia-pessoal-decorrente-da.html