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sábado, 24 de setembro de 2016

Notas sobre a importância das nuances da linguagem para a filosofia - o caso da palavra "ridículo", tanto em inglês quanto no português

1) Como já foi dito, a grande vantagem de se aprender línguas estrangeiras é que você é capaz de aprender diferentes nuances. E essas nuances precisam ser passadas de um jeito que o leitor de nossa língua seja capaz de ouvir e compreender. Não é à toa que João Guimarães Rosa falava que isso é mais do que traduzir - trata-se de um traduziradaptar.

2.1) Exemplo disso está na acepção da palavra "ridículo". No português, o que é absurdo é digno risos; no inglês, o que é digno de espanto é causa do ridículo, seja para o bem, seja o para o mal.

2.2) Trata-se de algo mais amplo do que no português: não só as coisas absurdas em si mesmas são ridículas mas também coisas assombrosas, extraordinárias, são ridículas; se você as contar para outra pessoa, esta pode achar essa história absurda, a não que ser uma imagem comprove isto ao seu favor, uma vez que isso vale mais do que mil palavras.

2.3) Na linguagem televisiva americana, essa nuance do termo "ridículo" é extremamente interessante, uma vez que ela poupa a fala para aquilo que é útil, pois a imagem, objetivamente falando, provará o que o argumento não provará, por ser um dado subjetivo, dado que é difícil de ser obtido, a não ser que haja um verdadeiro esforço individual para isso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de setembro de 2016.

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