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domingo, 18 de setembro de 2016

Do espanto decorrem o absurdo e a admiração, matérias-primas da filosofia

1) Aristóteles dizia que a filosofia - a fonte da atitude filosófica, causa que nos leva à reflexão - vem do espanto.

2) O espanto tem fundamento em duas coisas: no absurdo e na admiração.

3) O absurdo vem das coisas que relativizam tudo o que é verdadeiro, que buscam liberdade fora da liberdade em Cristo, gerando uma verdadeira prisão. Segundo Camus, a primeira linha de conhecimento da verdade vem a partir do momento em que começamos a meditar sobre isso, fazendo um verdadeiro trabalho de engenharia reversa de modo a conhecer o que é verdadeiro e conforme o Todo que vem de Deus. A partir do que é conhecido e que deve ser portanto obedecido, por se fundar justamente nessa conformidade, temos a atitude necessária para combater esses absurdos que estão sendo edificados na vida social, a ponto de relativizar tudo o que é de mais sagrado.

4) A admiração é fazer coisas admiráveis, coisas essas que nos apontam para Deus. É o apostolado fundado nas boas obras, fundadas numa fé verdadeira. A admiração é alimentada a partir de séculos e séculos fazendo engenharia reversa a partir do absurdo. Não é à toa que o admirável parte de uma fé bem estruturada, bem formada naquilo que é verdadeiro.

5) O fato de muitos dos nascidos nesta terra não terem o senso de admiração se deve ao fato de que muitos conservam o que é conveniente e dissociado da verdade. Muitos deles perderam a conexão de sentido que levou à fundação deste terra - e por justamente desconhecerem aquilo que foi fundado em Ourique, tendem a ter uma leitura errada do país, fundada no fato de se tomar o país como se fosse religião de Estado, em que tudo está nele e nada pode estar fora dele ou contra ele. Não é à toa que o pai da doutrina das nacionalidades no Direito Internacional, Pasquale Mancini, teve seu trabalho condenado pela Igreja - ele era um homem de esquerda, pelo que pude ler na introdução às suas preleções de Direito Internacional, organizadas pela Unijuí, em 2003.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2016.

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