1) 50 mil advogados são formados todos os anos no Brasil, num contexto em que morrem 70 mil pessoas por ano. Ou seja, todo advogado recém-formado vai pegar um homicídio. Como é mal formado, não será um bom assistente de modo a fazer o criminoso restituir em dinheiro indenizado aquilo que destruiu: a vida de alguém.
2) Se já não bastasse a indústria das indenizações, há ainda a indústria das indenizações que decorrem de danos permanentes, decorrentes de crimes permanentes, estigmatizantes. Crimes de homicídio pedem advogados com sensibilidade humanística, de modo a defender os interesses da família da vítima - e esses recém-formados, esses jumentos fabricados numa indústria acadêmica da vida, não têm.
3) Se isso é realidade no micro, imagine no macro: somos 200 milhões de habitantes e há cerca de 100 milhões de processos a serem julgados no país. Praticamente um processo para cada dois habitantes - é como se todo mundo estivesse brigando com todo mundo. De fato há uma guerra civil - e ela está nos tribunais. Eis o que dá a chamada cultura de litigância: ela leva a dizer o direito para o nada, o que edifica liberdade para o nada. É uma desgraça completa.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 6 de setembro de 2016.
2) Se já não bastasse a indústria das indenizações, há ainda a indústria das indenizações que decorrem de danos permanentes, decorrentes de crimes permanentes, estigmatizantes. Crimes de homicídio pedem advogados com sensibilidade humanística, de modo a defender os interesses da família da vítima - e esses recém-formados, esses jumentos fabricados numa indústria acadêmica da vida, não têm.
3) Se isso é realidade no micro, imagine no macro: somos 200 milhões de habitantes e há cerca de 100 milhões de processos a serem julgados no país. Praticamente um processo para cada dois habitantes - é como se todo mundo estivesse brigando com todo mundo. De fato há uma guerra civil - e ela está nos tribunais. Eis o que dá a chamada cultura de litigância: ela leva a dizer o direito para o nada, o que edifica liberdade para o nada. É uma desgraça completa.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 6 de setembro de 2016.
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