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domingo, 11 de setembro de 2016

Como converter um libertário-conservantista: notas sobre um estudo de caso

1) Ao contrário de muitos, eu prefiro tomar uma postura mais discreta. Em vez de publicar um vídeo no youtube mandando pessoas irem tomar naquele lugar como faz o Conde, o que não é nem um pouco caridoso, eu prefiro conversar com a pessoa inbox e mostrar que existem outros caminhos, fazendo com que a pessoa amplie seus horizontes e troque o errado pelo correto.

2) Exemplo disso está no liberalismo. Em vez de ficarem no doutrinarismo, seria mais salutar trabalhar a nuance de que o verdadeiro liberalismo, que se funda na magnificência e que leva ao distributivismo, não é libertarismo, coisa que é fundada no amor ao dinheiro e que se funda na ética protestante, que nega a fraternidade universal, a qual vem de Cristo e da vida fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. Na época em que o Papa Pio X condenou o liberalismo, liberalismo e libertarismo eram tomados como se fossem sinônimos, tal como conservadorismo e conservantismo.

3) Desde que percebi essas nuances, vi que há uma necessidade de se fazer uma readequação das formas, sem a necessidade de se criar novos dogmas ou extinguir algo que já foi estabelecido. Por isso mesmo, aquilo que Sua Santidade, o então Papa Pio IX, proibiu é na verdade o libertarismo, já que busca liberdade fora da liberdade em Cristo, o que edifica liberdade para o nada. Não é à toa que as encíclicas devem ser vistas sob o prisma da hermenêutica da verdade, da conformidade com o Todo que vem de Deus qualificada na continuidade. A tal ponto que as formas são readequadas, uma vez que novas nuances são descobertas. Afinal, trata-se de sensatez - e o doutrinarismo é um atentado contra a caridade fundada na verdade, quando faz disso tábula rasa.

4) Quando novas nuances são descobertas, ocorre a temperança. Muita gente prega que imposto é roubo - na verdade, quando se toma o país como se fosse um lar, a colaboração com o governo se faz necessária, posto que lidar com o bem comum é algo emergencial. Em tempos emergenciais, a lei posta por força de autoridade faz com que se economize o tempo necessário de modo a convencer as pessoas de modo a colaborarem com este projeto de civilização edificado desde Ourique, uma vez que são muitos os insensatos que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade - e essa insensatez pode levar a um conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida. Pode não ser popular, mas é fundado na virtude, coisa própria de quem diz o Direito com justiça - e quem sofre a injustiça da impopularidade fundada nesta circunstância pode ser tomado como se fosse um mártir, pois foi senhor dos senhores ao ser servo dos servos em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2016.

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