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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Notas sobre a indústria acadêmica

1) No artigo "Para onde vão as nações e o nacionalismo", de Katherine Verdery, ao longo do texto eu vi esta usar uma expressão tenebrosa: "indústria acadêmica".

2) Na língua inglesa, "industry" pode significar ramo de atividade - e o meio acadêmico é uma dessas especializações. No sentido luso-brasileiro do termo, a tradução mais adequada seria meio acadêmico.

3) Aqui no Brasil, a expressão "indústria acadêmica" seria algo extremamente pejorativo: a maior prova disso é que há fábricas e fábricas de monografias feitas por obrigação - e quem escreve não se dá nem o trabalho de estudar ou pesquisar, fora todo aquele padrão e estilo de linguagem que é uma verdadeira camisa-de-força, feito de tal modo a ser incompreensível e para ficar mofando numa prateleira de biblioteca. Não é à toa que só no Direito saem 50 mil novos diplomados, muitos dos quais verdadeiros jumentos.

4) Enfim, indústria acadêmica é isso: fábrica de diplomas. É como imprimir dinheiro sem lastro - no final das contas, o papel não terá valor nenhum, pois o meio acadêmico é uma farsa. Se o ensino é uma farsa, então o diploma é um atestado assinado por uma autoridade falsa, que prega coisas fora da lei natural - portanto, ilegítimas, dado que decorre da violação da lei eterna. O problema por que estamos a passar é que essa falsificação é genuína - ela não só é mantida por todos os que pagam impostos como também cria todo o aparato burocrático para compor a estrutura de Estado do Brasil.

5) Se a revolução industrial levou a proletarização da sociedade, então a indústria acadêmica proletariza o conhecimento - e de lá saem hordas de jumentos. A USP é o exemplo mais famoso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de setembro de 2016.

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