1) Os loucos dominam a todos porque são agressivos - e além de agressivos, são imprevisíveis, o que inviabiliza qualquer defesa contra eles, já que a razão fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus se funda no que é cíclico, previsível, natural, regular, constante - por isso mesmo, obedecido.
2) Os loucos só conhecem a linguagem da violência, até mesmo a da violência velada, tal como vemos na fala. Como diz Chesterton, eles perderam tudo, exceto a razão, que é tomada como se fosse sua religião, cujo culto foi construído por gerações de pessoas ricas em sabedoria humana dissociada da divina, pessoas essas que lhes antecederam no tempo, tão loucas quanto estas que vivem no presente.
2) O louco, por conta de suas habilidades verbais, vive se mascarando. Por isso que o primeiro passo é desmascarar o louco, pô-lo nu diante de todos. Esse é o maior ato de agressão, de contra-ataque que se pode praticar, pois a caridade deve ser direcionada à platéia, de modo que não viva na conformidade com o Todo que vem deste que é rico em sabedoria humana dissociada da divina, dado que isso edifica liberdade para o nada.
3) Se, ainda assim, ele for que nem o Lula, a solução é dialogar na língua que ele conhece muito bem: a violência. E aquilo que é bom, por ser verdadeiro, angaria forças muito superiores do que a dos maus.
4) Trata-se de uma operação dialética - se o mal é negação, é preciso fazer a negação da negação, de modo a se restaurar o bem.
5) A doutrina de não se fazer o mal com mal só funciona em ambientes onde as pessoas são normais, civilizadas, pois o desonesto está à esquerda do pai no seu grau mais básico, ao passo que o louco faz esse conservantismo de maneira qualificada, extremada e isso pede meios mais ousados de contra-ataque, coisa que só quem busca a santidade é capaz de fazer. Enfim, quando estamos diante de loucos, estamos tratando de uma exceção à regra da doutrina prevista na Lei Natural, na conformidade com o Todo que vem de Deus, visto que é um caso excepcionalíssimo, que nesta atual circunstância se tornou algo sistemático. E este é o fundamento da desobediência civil, quando o governo está nas mãos de loucos que estão dispostos a fazer da sociedade um macrocosmos do manicômio do qual não deveriam ter saído.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 14 de setembro de 2016.
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