Pesquisar este blog

domingo, 11 de setembro de 2016

Da importância do tempo para o surgimento de novas nuances na linguagem

1) Ao longo do tempo, a língua vai sendo trabalhada, pelos que sabem manejá-la, de modo a trazer nuances novas. Essas nuances novas, se fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus, produzem novos conceitos que não eram abarcados pela norma original, quando ela condenou alguma coisa numa época em que isso não era conhecido.

2.1) Se a norma que proíbe é um natural right - posto que se funda na Lei Natural, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus -, não faz sentido revogá-la, uma vez que a revogação da norma faz com que percamos as circunstâncias pelas quais ela foi editada, o que gera uma grave entropia, perda de informação.

2.2) A medida mais sensata seria aperfeiçoá-la - se não puder ser feita dentro do sistema da própria norma, melhor criar uma nova norma complementar a ela de modo a que ambas sejam interpretadas em conjunto, uma vez que a hermenêutica da conformidade com o Todo que vem de Deus se funda na verdade - e a continuidade é a qualificação dessa verdade no tempo.

2.3) Por isso que a continuidade, a filha do tempo, é a quarta dimensão do Direito; do tempo brotam nuances novas na linguagem -  essas nuances aperfeiçoam a linguagem, o que modifica a nossa maneira de interagir com o mundo, os nossos atos. Como esses atos modificados produzem novos fatos, eles passam a ter repercussão jurídica relevante, a qual não era conhecida antes - tanto é verdade que surgem novas normas, normas essas que serão verdadeiras e dignas de serem observadas, se estiverem fundadas na verdade. Não só novas normas mas também novas interpretações, feitas de tal modo a que se preserve aquilo que era verdadeiro antes e que continua sendo verdade, já que era conforme o Todo que vem de Deus.

3) Se isso acontece nas coisas que o Papa fala tal como se fosse o Cristo, a mesma coisa acontece quando o país é tomado como se fosse um lar em Cristo. Se o rei sanciona normas neste aspecto, de modo a melhor reger o bem comum, é porque ele é sucessor de D. Afonso Henriques e o faz de modo a servir a Cristo nestas terras distantes, posto que é o senhor dos senhores ao ser o servo dos servos em Cristo. E isso se faz por conta da chave menor que recebeu por força da missão recebida em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2016.

Nenhum comentário:

Postar um comentário