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domingo, 6 de março de 2016

Notas sobre a situação política do País, após a restauração da Monarquia

1) Assim como houve os republicanos de última hora, há os monarquistas de última hora, que querem conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E isso inclui o maior vício que a República trouxe: permitir que qualquer um pregue por aí a verdade que quiser, coisa que é incentivada pela imunidade tributária e pela proteção constitucional às suas liturgias.

2) Ora, "templo de qualquer natureza" implica pregar o diabo como se fosse Deus - não é à toa que existem igrejas satânicas agora sob a proteção da Carta Constitucional de 1988.

3) Esse primeiro momento da restauração da monarquia vai ser marcado pelo duelo de duas facções: os ouriqueanos - que são originalistas, pois defendem a restauração da Aliança do Altar com o Trono, edificada desde Ourique - e os laicos - os que ainda estão influenciados pelo americanismo da República e estão defendendo a falsa liberdade religiosa que havia neste nefasto regime, causa que semeia relativismo moral.

4) O Poder Moderador será exercido de modo a que a cultura de debate, própria do Parlamento, não termine numa guerra civil. Como os conservantistas não possuem nada, exceto a própria razão de conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade, estes perderão o debate público de goleada. E a concordata provisória, que seria assinada com o Vaticano, será revertida na mais pura Aliança do Altar com o Trono, tal como havia antigamente.

5) Ao mesmo tempo em que há essas facções político-espirituais no debate público, há ainda o duelo dos federalistas com os centralistas. O cerne do debate é não deixar que a autonomia das províncias não se torne um credo federal, de modo a que naturalidades não se convertam em nacionalidades, o que gera apatria sistemática.

6) No campo econômico, há ainda o debate entre os capitalistas e os distributivistas. Se a Aliança do Altar com o Trono é a base espiritual e legal de tudo, então a ordem econômica, a ordem da produção de riquezas, fundada no fato de se tomar o país como se fosse um lar, deve levar em conta tudo aquilo que pode nos levar à vida eterna. E a busca da riqueza deve ser buscada de modo a que possa ajudar ao maior número de pessoas possível - e isso se chama distributivismo. Pois buscar a riqueza para si mesmo, sem ajudar o próximo, é sinal de que este detentor da riqueza vai manipular a ordem política, de modo a que todos, inclusive políticos, sejam seus capachos. E foi o que aconteceu na América, a maior nação capitalista da História.

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