1) Na economia fundada no amor ao dinheiro e na ambição desmedida, a busca pelo sucesso e pela expansão rápida dos negócios a qualquer custo faz com que a teoria das escalas de produção se reduza a verdadeiros círculos secantes, pois, por conta da sabedoria humana dissociada da divina, o empresário inescrupuloso estará manipulando o tempo de modo a que tenha um lucro maior.
2) Nesta economia, os juros arbitrados serão confundidos com juros livres, uma vez que são fundados na especulação, na manipulação das coisas para o fim específico de lucrar sempre mais. Como a especulação implica necessariamente a não participação num investimento, então a economia tende a ser impessoal, indiferente à real demanda das pessoas, uma vez que os produtos serão todos baseados em algo genérico e padronizado, algo abstrato e sem compromisso com a excelência, coisa que funda em Cristo.
3) Na teoria dos círculos secantes, o tamanho da empresa está medido na ambição do empresário - o que faz com que a economia alcance um caráter subjetivo, psicológico. O que vemos como algo pequeno, na verdade, é um vir-a-ser grande para o empresário ambicioso. Ele se valerá da cultura do "jeitinho" de modo a obter vantagem em tudo - além disso, tenderá a escolher as coisas pelo que é conveniente e dissociado da verdade. Tenderá comprar a tudo e a todos de modo a que tenha ainda mais poder de modo a usar, gozar e dispor das coisas como mais lhe aprouver - e os empregados serão vistos como acessórios, que podem ser dispensados, já que o ser humano é algo que nunca será levado em conta.
4) Esta é pois a ordem da economia descristianizada, fundada na acumulação do capital como um fim em si mesmo, como se fosse uma máquina.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 22 de março de 2016 (data da postagem original).
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