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domingo, 20 de março de 2016

Espírito feudal x espírito mercantil

1) Se o espírito feudal se funda na aliança do colono com o soldado, que por sua vez se funda na Aliança do Altar com o Trono - coisa que se funda na liberdade em Cristo -, durante a época das Grandes Navegações tivemos de conviver com outro espírito, trazido com o Renascimento Comercial: o amor ao dinheiro, coisa que leva à economia fundada nos monopólios, fundada no pecado da ganância. 

2) Se tudo se reduz ao dinheiro, então qualquer coisa pode ser mercantilizada. Os comerciantes portugueses compravam os escravos das tribos guerreiras africanas e os revendiam na América, como se fosse coisa. A Igreja combateu duramente a ação nefasta dos que praticavam a mercância, esta atividade marginal, fora daquilo que foi estabelecido em Ourique.

3) O espírito mercantilista se aperfeiçoou na economia de larga escalada trazida por conta da Revolução Industrial. Usando ´tecnicas publicitárias e associações com a atividade bancária. Esse mercantilismo gerou um verdadeiro modernismo, destruindo todas as fundações decorrentes do verdadeiro espírito Cristão.

4) A ordem fundada no amor ao dinheiro é essencialmente mercantil e não crê na fraternidade universal - além disso, quer poder absoluto sobre tudo e todos. A atividade mercantil, fundada no amor ao dinheiro, é uma atividade marginal, pois ela relativiza tudo o que é mais sagrado. 

5) Não existe uma luta de classes, mas uma luta de espíritos: o espírito da vida feudal, liberal e conservador, revolucionário no sentido romano do termo (já que a vida se dá em ciclos, como na agricultura), e o espirito da vida mercantil, libertário, conservantista e revolucionário, no sentido germânico do termo, fundado na corrupção e na violência, própria dos bárbaros. Este espírito bárbaro é que prepara o caminho para o comunismo, para o totalitarismo.
 
José Octavio Dettmann
 
Rio de Janeiro, 20 de março de 2016 (data da postagem original).

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