Pesquisar este blog

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Notas sobre geopolítica espiritual

1) Tem se tornado um costume atribuir a São João Paulo II o fato de este ser o pai da geopolítica espiritual. Por isso, tenho tentado pensar a geopolítica tomando se fosse norma o fato de os Papas, hoje, serem peregrinos, imitadores deste estilo de pontificado. Tal como os antigos reis, os Papas estão sendo cada vez mais itinerantes, dado que é muito edificante para uma nação ter o seu líder espiritual máximo mais perto dela, de modo a tomar o país como se fosse um lar em Cristo mais facilmente, o que inviabilizaria qualquer semente fundada na mentalidade revolucionária de ser plantada ali.

2) Como geopolítica deve ser pensada dentro da realidade da pátria, de modo a ser tomada como se fosse um lar em Cristo, então a geopolítica espiritual leva em conta também coisas historicamente já estabelecidas, como a sede do primeiro bispado e as sedes cardinalícias.

3) Naturalmente, sede cardinalícias podem ser criadas, dependendo da importância da sede do bispado, em termos de estimular o povo a viver a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus.

4) O Papa deve estar atento às necessidades espirituais de cada povo, de modo a que este tome melhor o país como se fosse um lar em Cristo. E nisso, a História da Fé Cristã na terra local conta muito.

As sedes de primazias são sedes naturais de concílios

1) A sede do bispo primaz é um microcosmos de Roma.

2) Quando Roma se pronuncia, então a matéria fica decidida. Como a sede primaz é um microcosmos de Roma, naturalmente ela acaba servindo de sede de concílios, caso o Papa queira decidir alguma matéria. Se o Papa resolve instalar um concílio de Salvador, por exemplo, então Salvador se faz de Roma dentro das circunstâncias do concílio.

3) Historicamente, os concílios eram realizados nos bispados importantes mais próximos ao foco da heresia a ser combatida, pois ficava mais fácil colher provas da heresia, julgá-la e condená-la. E os bispados mais importantes são, em geral, os que possuem primazia, quando tomamos os fato de se tomar o país como se fosse um lar, em Cristo.

Notas sobre o atual retrato territorial e espiritual da Terra de Santa Cruz

1) Atualmente, o Brasil tem 3 sedes cardinalícias: São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.

2) Como o sangue dos mártires da fé na Terra de Santa Cruz é representado pelo cardeal, então o Brasil deveria ter, em tese, 5 sedes cardinalícias, o que refletiria a atual realidade espiritual da pátria, na nossa atual circunstância.

3) Belém do Pará se tornaria a sede cardinalícia do norte do Brasil; Salvador, a do Nordeste; Rio de Janeiro, a do Sudeste; Cuiabá, onde se encontra  Padre Paulo Ricardo, seria a sede cardinalícia do Oeste e São Paulo seria a sede cardinalícia do Sul.

4) Se o país deve ser tomado como se fosse um lar nas suas 5 regiões, então 5 devem ser os representantes dos mártires, dentro desta circunstância.

Comentários sobre a primazia do Bispo de Salvador, na Terra de Santa Cruz

1) Dentre os bispados do Brasil, o primeiro bispado, o de Salvador, tem a primazia, pois é o primeiro dentre os que supervisionam o bom andamento da evangelização Cristã na Terra de Santa Cruz. Ele é a caixa de ressonância - aquilo que vem de Roma deve passar por Salvador primeiro. É um microcosmos do Papa, o que faz de Salvador uma pequena Roma no Brasil.

2) Por ter a primazia, já que Salvador foi a primeira capital do Brasil, então o Arcebispo de Salvador é quem coroa os Imperadores, no Rio de Janeiro.

3) Transferir a capital do Rio pra Brasília foi um erro terrível, pois deixou a sede do poder separada de uma sólida sede espiritual. Eis porque é cruel romper a aliança entre o altar e o trono, tal como foi edificada em Ourique.

Pensamentos sobre o Senado e o STF, enquanto Tribunais da Federação

1) O Senado, enquanto tribunal competente para se julgar os crimes de responsabilidade da Presidência da República, está estruturado desta forma: 3 senadores por Estado (pois são 27 entidades federadas: 26 estados e o Distrito Federal). Para este caso, e somente este caso, o Senado atua de tribunal da federação, pois é ele quem fiscaliza os atos da Presidência da República.

2) Dentro desta forma, são 27 tribunais atuando em conjunto para julgar os crimes de responsabilidade: os 3 senadores em cada Estado atuam como se fossem um tribunal de apelação, o que implica um sistema de colegiado. Se o impeachment atendesse o sistema de credo federal, tal como está preconizado na Constituição, o impeachment só passaria se houvesse pelo menos 2 a 1 a favor do impeachment, dentro do sistema de votação por entes federados, pois o crime de responsabilidade da Presidência da República é um crime contra a Federação.

3) No caso de pronúncia, como basta apenas um juiz por Estado, então o tribunal deveria ser composto de 27 senadores investidos na função de juízes.

4) Se o STF fosse mesmo um tribunal da federação para os demais casos, ele deveria ser composto de 27 ministros, sendo um de cada Entidade Federal - e geralmente o nome local mais ilustre assumiria o cargo, o que equivaleria dar um certo ar aristocrático à Corte Constitucional.

Notas feitas a partir da realidade brasileira

1) Há uma nota de Tocqueville, não sei em qual livro se encontra, dizendo que o objetivo do Estado é fazer com que as pessoas não dependam mais dele. Ou seja, o Estado deve ensinar as pessoas a plantar o trigo e não ficar dando uma de Deus, de modo a dar o pão nosso de cada dia.

2) Na nossa realidade brasileira, o sonho das pessoas é fazer carreira no funcionalismo publico. Fazer carreira como um meio de vida honesto, digno.

3) Funcionalismo público, em si mesmo, é um meio honesto lícito de se ganhar a vida - isso não contraria o Direito Natural. muito pelo contrário, se houver uma aliança do altar com o trono ele favorece o processo de se tomar o país como se fosse um lar em Cristo, gerando uma liberdade com um propósito concreto, fundado em Cristo, que é o Rei dos Reis. O que é errado é fazer do carreirismo uma forma de comodismo, pois isso revela covardia espiritual.

4) Se nós ensinarmos os novos servidores públicos a serem empreendedores, de modo a que criem meios que possam fazer com que as pessoas aprendam a lavrar a terra, a pescar, a serem empreendedores, isso é uma solução distributivista. Pois se o Rei é pai de seu povo, então ele deve ensinar os filhos a serem livres independentes. Dentro dessa forma, o paternalismo não é odioso - é, na verdade, libertador, pois o Estado está atuando com caráter subsidiário, favorecendo a capacitação da população ao maior número de pessoas possível.

5) O maior desafio é tomar o Estado desde o funcionalismo público. Esta historicamente é classe mais esquerdista do país - e isso implica ocupar esse espaço. E esses novos servidores recém-ocupados precisam de toda uma estrutura, de modo a que possam suportar à cooptação ideológica que há lá dentro das repartições públicas. E não foi à toa que pensei sobre essas questões no artigo anterior.

Notas sobre a questão da ocupação de espaço no funcionalismo público - o caso dos cursinhos

1) Se eu fosse dono de cursinho preparatório para concurso público, eu faria uma escola preparatória, de modo a preparar o sujeito para ocupar o espaço e não se deixar ser cooptado pelos esquerdistas.

2) Trata-se de educação complementar àquela que o cursinho prepara, que é adestramento. Esta forma consciência e dá suporte aos que vão ocupar suas carreiras, num contexto de guerra cultural contra a esquerda.

3) Seria mais fácil se eu pudesse ocupar o espaço de uma escola já conhecida pela clientela. Mas, até ocupar esse espaço, eu precisaria algo que não tenho: um estômago de aço.

4) A minha natureza me pede que eu seja um colonizador - eu tendo a lançar as fundações e a começar as coisas desde o zero. Tal como crio um filhote de cachorro até a fase adulta, ele assume as feições do meu estilo de comando e livre dos vícios dos outros. Até ficar conhecido no mercado, o curso precisaria de tempo para isso. E é isso que a muitos falta, dado que é urgente ter paciência.