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sábado, 23 de agosto de 2025

Por que Alexandre de Moraes demora tanto para cair: a estratégia da resistência popular

A lentidão na queda de Alexandre de Moraes tem gerado frustração entre muitos brasileiros, que se sentem impotentes diante do que consideram um regime autoritário. Porém, essa demora não é sinal de fraqueza ou inação. Na realidade, trata-se de uma estratégia política complexa, em que cada decisão de chefes de Estado envolve variáveis, ramificações e impactos que podem levar anos para se concretizar.

A verdadeira tática em ação é a do “esgotamento”: deixar que o próprio inimigo se exponha e se desgaste por meio de suas contradições. Cada ato tirânico de Moraes — decisões arbitrárias, censuras e violações legais — não fortalece o sistema, mas revela sua fragilidade e desespero, mostrando ao público a existência de uma ditadura encoberta por uma fachada democrática.

A história oferece exemplos claros de que a pressão popular organizada e persistente é capaz de derrotar regimes aparentemente invencíveis. A queda do Muro de Berlim, após décadas de pressão política e econômica do Ocidente, e o Brexit, que manteve o resultado do referendo contra a oposição do sistema, demonstram que o poder do povo não pode ser subestimado. No Brasil, o impeachment de Dilma Rousseff mostrou que a mobilização popular, quando organizada e determinada, pode derrubar figuras poderosas em meses, mesmo quando o sistema parece resistente.

Um dos desafios é superar a chamada “narrativa do isolamento”. A grande mídia e seus cúmplices promovem uma sensação constante de impotência, fazendo o cidadão acreditar que está sozinho. A reação individual muitas vezes é a paralisação ou a passividade, mas é justamente aí que pequenas ações coletivas fazem diferença. Movimentos como o buzinaço ou manifestações visíveis quebram o silêncio, fortalecem a mobilização e mostram que a resistência é real e crescente. Cada ato de resistência se acumula, como soldados que se apresentam para a batalha, aumentando a pressão sobre o sistema.

A lição final é clara: a vitória contra a tirania exige paciência, resiliência, coragem e fé. Não se trata de um ataque isolado seguido de descanso, mas de uma persistência contínua, um trabalho diário de pressão e organização. Quanto mais o povo age de forma coletiva e determinada, mais expõe os abusos do sistema e contribui para sua própria libertação.

Em resumo, Moraes não demora a cair por acaso; ele está, na verdade, se desgastando diariamente diante da resistência organizada da sociedade. A força do povo, mesmo em pequenos atos, é o que torna possível, ao longo do tempo, que a justiça e a democracia prevaleçam sobre a tirania de poucos.

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