Pesquisar este blog

sábado, 7 de julho de 2018

Tomar o país como um lar em Cristo leva em consideração múltiplas causas


1) Para se tomar o país como um lar em Cristo, você precisa levar conta os componentes espirituais, sobrenaturais, salvíficos, políticos, geográficos, econômicos e até mesmo o caráter de um povo que ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento de modo a encontrar uma boa razão para fazer isso e ir servir a Cristo em terras distantes. Essas explicações possuem múltiplas causas, a ponto de convergirem numa unidade, fundada na verdade, que é Cristo. E essas causas tendem a nunca se esgotar.

2) Em Ourique, nós encontramos os componentes espirituais, sobrenaturais e salvíficos: Cristo fez de D. Afonso Henriques seu vassalo e rei de Portugal, dando a ele a e todo o povo sujeito à sua autoridade e proteção o dever de servir a Cristo em terras distantes. Se Portugal for fiel nessa missão, poderá ser tomado como um lar em Cristo, a ponto de preparar todo um povo para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu.

3) Se todo um povo ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, o que aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus, então esse ponto apontará, com boa razão, que quem conserva o que é conveniente e dissociado é inimigo de Deus, já que é um bárbaro e apátrida, uma vez que constrói cidades fundadas no amor de si até o desprezo de Deus, sem levar em conta a Jerusalém celeste, o modelo que todas cidades humanas devem imitar. Esse é o fundamento da santa legitimidade.

4.1) Se as cidades se organizam tendo por modelo a Jerusalém celeste, então o modo como buscam imitar esse modelo - observando suas circunstâncias geográficas, históricas e econômicas - deve ser respeitado. E essa experiência poderá ser compartilhada com outras cidades sujeitas à proteção de autoridade do vassalo constituído em Ourique.

4.2) Não é à toa que isso levou à distribuição desse senso de governo a terras distantes, a ponto de fazer do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves um império de cultura, já que diferentes povos e diferentes culturas se associaram a Portugal e passaram a amar e a rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo, a ponto de se tornarem uma só unidade. Assim, essas pessoas acabam tomando essa unidade como um mesmo lar em Cristo, a ponto de todos esses povos juntos irem para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

4.3) Os fundamentos da formação de Portugal são democráticos porque se fundam na nobreza e no ditributivismo. Eles não são essencialmente etnárquicos, já que buscam sistematicamente a parceria de outros povos, a ponto de esses povos juntos tomarem o país como um mesmo lar em Cristo. E neste ponto, Jaime Cortesão tem a mais completa razão, pois somos melhores que os antigos gregos. Tomamos o país como um lar porque servimos a Cristo - e isso faz com que a causa nacional se respalde em algo universal, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus, já que Cristo é o verbo que se carne, a verdade em pessoa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de julho de 2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário