1) Quem faz do trabalho uma forma de santificação se preocupará em fazer o melhor trabalho possível, da melhor forma possível. A excelência é um hábito que aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus, um valor eterno.
2) Quem busca a riqueza como sinal de salvação buscará fazer as coisas no menor tempo possível. Procurará reduzir custos, sejam eles de material, sejam eles de pessoal. Dessa forma, a qualidade do produto será sempre inferior àquela feita da forma tradicional.
3.1) A excelência leva à caridade. Atender ao Cristo necessitado é sempre um ato de bondade, de beleza interior - e se o trabalho enobrece o homem, então ele lapida o coração do homem na forma de uma jóia.
3.2) É por isso que discordo do Roberto Campos: a caridade salvará o mundo porque fomenta a beleza no mundo interior das pessoas, a ponto de refletir no mundo exterior. Se o exemplo arrasta, então isso é um distributivismo.
3,3) Quem busca a eficiência como um fim em si mesmo faz com que o trabalho perca a sua nobreza e passe a se tornar um tormento, já que o trabalho deixou de ser associado a um pessoa, a ponto de ser reduzido a sua natureza e função, nos moldes de um sistema organizado, uma empresa - e nesse ponto é capaz de produzir pecados perenes, já que pessoas jurídicas não morrem da mesma forma como morrem as pessoas naturais. A eficiência pela eficiência gera apeirokalia no âmbito laboral.
3.3.1) É da perda da beleza interior que temos a perda do senso estético, da beleza exterior.
3.3.2) Se o belo aponta para verdade, então a eficiência pela eficiência é arte pela arte, pois faz as pessoas conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade, uma vez que isso é vazio, por se fundar no amor de si até o desprezo de Deus. E isso faz da ciência e da técnica uma espécie de ideologia a serviço da riqueza enquanto sinal de salvação.
3.3.3) Isso só confirma o argumento de que a liberdade para o nada criada pelo libertário-conservantista só pavimenta o caminho para o comunista.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 9 de julho de 2018.
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