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sábado, 7 de julho de 2018

O conceito de homem-hora dos liberais precisa ser revisto

1) Quando se ganha uma diária de R$ 372, isto significa que você ganha R$ 15,50 para cada hora vivida. E cada hora vivida - seja trabalhando, seja descansando, seja se divertindo, seja fazendo o bem para os seus semelhantes - tem razão produtiva fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, já que todas essas coisas estão integradas na vida de um indivíduo. E isso deve ser sempre considerado, objetivamente falando.

2.1.1) O conceito de homem-hora dos liberais só é medido pela hora trabalhada, sem levar em conta estes outros aspectos. E em cada país, o período laboral pode ser estipulado entre 6 a 12 horas por dia, dependendo da política local, o que denota o caráter subjetivo dessa política.

2.1.2) Se o Estado for tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, então o cálculo fica impossível ou difícil de prever, por conta da instabilidade política que é própria desses países autoritários, já que estão servindo liberdade com fins vazios a ponto de fazer o maior número possível de pessoas não pensar na vida eterna. E é por conta do ambiente descristianizado que muitas pensam que podem arrogar o lugar de Deus, que pode tudo - o que é ilusão.

3.1) Infelizmente, essa gente não vê o que deve ser visto: para se fazer um bom trabalho, você precisa se preparar espiritualmente muito bem, antes de desempenhar funções que levem a criar ou a distribuir riquezas para quem as criou, bem como para todos os semelhantes que amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

3.2.1) A vida não se reduz à natureza, às operações ou mesmo à função do trabalho, pois a riqueza não é sinal de salvação, já que não vivemos a vida em conformidade com o Todo que vem de um demiurgo, que divide o mundo entre eleitos e condenados, tal como vemos na época da Guerra Fria, dividido entre países capitalistas e socialistas.

3.2.2) A vida fora do ambiente do trabalho deve ser vista como uma forma de se preparar para o trabalho, já que o trabalho é causa de enobrecimento e de santificação geral da sociedade.

3.2.3) Quando a riqueza é poupada, o valor do homem por hora vivida na virtude tende a ser medido por um período de 24 horas objetivamente falando e não pela legislação local, que varia de 6 a 12 horas, subjetivamente falando, pois a diária percebida em 24 horas, por força dos rendimentos da poupança, pode ser usada para se comprar o pão nosso de cada dia, já que em algum momento de nossas vidas nós trabalhamos por isso - este é o preço de se viver na Santa Escravidão: nós somos livres em Cristo. E se a pessoa foi agraciada por Deus, podemos dizer que alguém antes dela trabalhou por isso, de modo que pudesse usufruir disso. Por isso, eles devem dar graças a Deus por terem esta estrada pavimentada, já que o trabalho delas é expandi-la e preservá-la - e isso é conservar o que é conveniente e sensato, já que tudo isso aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.2.4) Quando se faz da riqueza um sinal de predestinação, isso cria a figura da classe ociosa, já que o trabalho enquanto meio de santificação perdeu o seu sentido. E a falta de uma tradição de bem servir cria um mundo líqüido, onde tudo é relativo - o que faz com que tudo o que é sólido, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus, se desmanche no ar, por força do amor de si até o desprezo de Deus.

3.2.5) Quando a riqueza é um meio de evangelização, nós recebemos um caminho pavimentado pelas gerações anteriores e nosso trabalho é dar continuidade ao projeto de uma vida, de modo a expandi-lo e preservá-lo, pavimentando o caminho para as gerações futuras. E isso é um tipo de capitalização moral, pois isso é algo muito mais amplo do que a riqueza medida somente através do metal, que não se reproduz, tal como uma planta ou um animal.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de julho de 2018.

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