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domingo, 8 de julho de 2018

O que acontece quando o trabalho deixa de ser santo e enobrecedor e passa a ter fim nele mesmo?

1) Para haver capitalização, é preciso que haja uma atividade profissional organizada, criada de modo a atender aos outros em suas necessidades gerais e específicas. Isso não pode ser feito no amor de si até o desprezo de Deus, a ponto de fazer da riqueza um sinal de salvação - na verdade, isso deve ser feito de modo a ver nos seus clientes a figura do Cristo necessitado, de modo que a atividade laboral seja um lugar de encontro e não de sujeição.

2) Como foi dito pelo colega Roberto Santos, a atividade econômica organizada não pode se reduzir a ela mesma, à sua natureza e às suas funções - isso faz com o que o trabalho deixe de ser uma atividade enobrecedora e santificadora, essencial para se tomar o país como um lar em Cristo.

3.1) Quando o trabalho perde esse caráter enobrecedor e santificador, o trabalho deixa de ser uma arte e passa a assumir um caráter ideológico, a ponto de fazer da riqueza um sinal de salvação - e isso é uma espécie de apeirokalia.

3.2) E é nesse ponto que a capitalização vira capitalismo, uma vez que a riqueza se tornou uma ideologia - e é por conta do amor ao dinheiro que o Estado é tomado como se fosse religião, a ponto de tudo estar no Estado e nada poder estar fora dele ou contra ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de julho de 2018.

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