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domingo, 29 de julho de 2018

Notas sobre a natureza gnóstica do princípio da impessoalidade

Leitura da carta de são Paulo aos Efésios:

17 - Eis, pois, o que eu digo e atesto no Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos, cuja inteligência os leva para o nada.

20Quanto a vós, não é assim que aprendestes de Cristo, 21se ao menos foi bem ele que ouvistes falar e se é ele que vos foi ensinado, em conformidade com a verdade que está em Jesus. 22Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, 23e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. 24Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade.

Efésios 4, 17.20-24


1) Quando você reduz a sua pessoa às suas funções profissionais, você está praticando impessoalidade. As pessoas não terão uma concepção holística do que você é, uma vez que você não é só homo oeconomicus: você é membro de uma família, você é vizinho e toma o lugar onde você mora como um lar em Cristo, apesar de alguns insistirem em tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

2) Roberto Santos, numa de suas brilhantes postagens, havia dito que a morte existe de modo a não haver pecados perenes entre nós. Se você reduz a sua pessoa à sua função profissional, então você faz da riqueza sinal de salvação - e neste ponto você ama a si mesmo até o desprezo de Deus, o que leva à morte eterna, já que o trabalho não está sendo usado para santificar a si mesmo e a todos ao seu redor.

3) Como a pessoa jurídica tende a ser uma pessoa perene e é uma criação humana, ela passa a produzir pecados perenes. Veja o facebook: mesmo que Zuckerberg passe, essa empresa, enquanto viver, terá um passado que a condene: que foi colaborar com a esquerda e começar a censurar todos aqueles que discordem da agenda da esquerda. E como a empresa não é pessoa natural, ela não responde a Deus e não pode ser absolvida de seus pecados, embora possa ter patrimônio e responda a obrigações com base nisso.

4) Tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, é dar infalibilidade a uma instituição criada por um ser marcado pelo pecado original. Se o homem é pecador, o Estado e a empresa também são - e de forma mais gravosa, por serem pessoas perenes. Por isso que todo trabalho dessa natureza deve se submeter à Igreja, que foi criada por Aquele que foi verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que foi semelhante a nós em tudo exceto no pecado.

5.1) Por isso, nunca deposite suas esperanças num homem, num presidente da República, principalmente quando ele prometer socialismo ou salvacionismo. Os vícios de cada presidente deixam fortes marcas na política de Estado - e esses vícios acumulados geram pecados perenes cada vez mais gravosos. 

5.2) Por isso que não podemos acreditar na idéia de um Estado que não se submete à Igreja, pois o homem virtuoso depende de Deus. Se Estados virtuosos decorrem de homens virtuosos, então o Estado deve e precisa se submeter à Igreja, tal como foi Portugal, quando D. Afonso Henriques foi tornado rei pela iniciativa do próprio Cristo, em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de julho de 2018.

Comentários:

 José Augusto Seijas

1) O fim justo pode ser visto em relação à pessoa que o usa, como podemos ver na questão do Facebook, que pode ser usado como forma de evangelizar, instruir, alertar. É o que vemos no seu caso, nos padres, nas comunidades católicas. Dentro deste princípio, até o Papa o utiliza.
 

2) Quando se reduz a pessoa que utiliza um determinado instrumento tão-somente à sua utilidade, aí podemos ver que o fim tende a ser injusto, nefasto. A dinamite foi criada para fins pacíficos, mas ela foi usada para fins bélicos e ate hoje produz pecados perenes.

Postagem relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2018/03/notas-sobre-relacao-entre-pessoa.html

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