1) O problema dessas explicações que buscam a unidade transcendental das religiões está no fato de que todas as religiões são boas, são verdadeiras. Se todas as religiões são boas, elas dispensam a pessoa de Jesus, a ponto de se reduzirem a uma bondade operativa, fundada no fato de se conservar o que é conveniente e sensato, como se o homem não tivesse sido marcado pelo pecado original, como se essa barafunda entre o sensato e o insensato não existisse.
2) A verdade é uma só, pois só no Cristianismo é que encontramos um Deus que veio até nós, na pessoa de seu Filho muito amado, de modo a nos salvar do pecado. Como Ele é a verdade em pessoa, então Ele tem a realeza em pessoa, e essa realeza nunca entrará em colapso, pois Ele venceu a morte. Por isso, tudo o que se fundar na conformidade com o Todo que vem de Deus jamais entrará em colapso, uma vez que o Salvador feito Homem garantiu que o mal não destruirá a Igreja, assim como o acessório que segue a sua sorte: a civilização cristã.
3) Quando se busca a unidade transcendental das religiões, então tudo se reduz a uma só causa, a ponto de apontar a monarquia como o começo do crepúsculo da civilização, e não sua aurora, jogando na lata do lixo todas as lições de Aristóteles sobre as formas virtuosas e viciosas dos regimes políticos, por conta de estarem ou não em conformidade com o Todo que vem de Deus. Isso necessariamente leva a uma linha inexorável de decadência e morte, como se Deus estivesse morto. E quando admitem que Ele não está morto, então dizem que temos um Deus que simplesmente não age - uma explicação deísta, o que é tipicamente maçônico.
4) O problema dessas explicações é que elas dispensam o milagre e a renovação da verdade por essas forças extraordinárias de ação que decorrem de um Deus onipresente. Essas explicações negam as fundações do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves decorrentes de Ourique, pois são fatalistas. Eis o verdadeiro perigo desses estudos panenteístas - eles são relativistas. Afinal, as idéias têm conseqüências - e essas conseqüências são nefastas.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 26 de julho de 2018.
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