1) Quando a mãe adotiva do meu pai era viva, ela tinha um pé de café.
2) Aqui onde moro, volta e meia eu costumo ver revoadas de jacu.
3) Se tivesse o poder de Cristo de mandar uma oliveira sair de onde está e ir plantar-se no mar, eu mandaria o pé de café que vi na minha época de criança no Murundu ir plantar-se no sítio aqui do lado do meu condomínio no Pechincha, aos meus 37 anos de idade.
4) Os jacus iriam se alimentar dos frutos do pé de café e iriam soltar suas fezes, que mais parecem pé-de-moleque.
5) Se tivesse poder divino, eu iria tirar a máquina que inventaram para processar o cocô do jacu do seu lugar, no Espírito Santo, e traria aqui pra casa. No final, iria ter café jacu à vontade, sem pagar uma fortuna na Confeitaria Colombo.
6.1.1) O problema é que riqueza não se cria a partir de milagre - se fosse assim, a riqueza seria sinal de salvação.
6.1) Como isso não é possível, já que não sou divino, a solução seria ter um lugarzinho pra plantar café, um viveiro de jacus - com direito à licença do IBAMA para criar a espécie - e comprar a máquina que inventaram no Espírito Santo para processar o cocô do jacu de modo a ter o café beneficiado. Outra saída possível seria comprar a patente da máquina, de modo a fabricá-la eu mesmo, assim que o privilégio temporário passar, contados 20 anos do registro no INPI.
6.1) Como isso não é possível, já que não sou divino, a solução seria ter um lugarzinho pra plantar café, um viveiro de jacus - com direito à licença do IBAMA para criar a espécie - e comprar a máquina que inventaram no Espírito Santo para processar o cocô do jacu de modo a ter o café beneficiado. Outra saída possível seria comprar a patente da máquina, de modo a fabricá-la eu mesmo, assim que o privilégio temporário passar, contados 20 anos do registro no INPI.
6.2.1) Por essa razão, o jeito é me organizar, pois isso é humanamente possível. Todas estas coisas pedem muito investimento e seriam implementadas não na minha época, mas na época dos meus filhos ou dos meus netos - isso se tiverem um parafuso a menos tanto quanto eu.
6.2.2) No dizer dos nativos norte-americanos, nós não herdamos a terra dos nossos antepassados - o que fazemos é pedi-la emprestada aos nossos filhos de modo a torná-la produtiva. E os juros disso não vêm só em forma de capital financeiro, já que a riqueza não é sinal de salvação - os diários e as memórias escritas que decorrerem das nossas experiências podem ser contados como juros que pagamos aos nossos filhos, quando se tornarem nossos sucessores de tudo aquilo que fizemos.
6.2.3) E é com base nesse legado que eles renovam o empréstimo e aprimoram a estrada criada. Eis a tradição, ligando o passado, o presente e o futuro.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 12 de julho de 2018.
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