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terça-feira, 31 de julho de 2018

Sobre o potencial de fazer engenharia reversa num livro de Wordsworth Donisthorpe

Um livro que sinto que devo ler, e fazer uma engenharia reversa nele, é o Individualismo: um sistema de política, de Wordsworth Donisthorpe. Ele era um liberal radical, um anarquista, tão revolucionário quanto é o comunista. Destaco algumas coisas que precisam ser evitadas:

1) Individualismo não é individualidade. Não se pode fazer do homem, enquanto indivíduo, a medida de todas as coisas. Afinal, ele não é Deus, mas criatura que encontra sua razão de ser vivendo a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Eu tenho horror ao individualismo porque ele semeia má consciência nas pessoas, a tal ponto que faz o maior número possível de pessoas inflarem sistematicamente o seu amor de si até o desprezo de Deus. No final das coisas, relativizarão tudo o que é de mais sagrado, a ponto de servirem liberdade com fins vazios, ao conservarem de maneira sistemática o que é conveniente e dissociado da verdade, ficando à esquerda do Pai, ainda que se digam de direita, nominalmente falando.

3.1) Como cada indivíduo é único, o indivíduo é insubstituível. Como indivíduos são seres mortais, então é preciso que haja sucessores de modo a dar continuidade às vocações fundadas nas individualidades mais nobres, a ponto de se prolongarem no tempo. Neste ponto, a individualidade admite tradição - se Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, então tudo o que devemos fazer é imitá-Lo.

3.2) Numa sociedade onde tudo é fundado no amor de si até o desprezo de Deus, indivíduos são trocados uns pelos outros, a partir do momento em que o liberal busca usar a sociedade de modo a colher o maior número de benefícios possível. E isso é violação ao princípio da não-traição, pois usar e descartar o seu semelhante é uma forma de agressão, pois é uma grave ofensa a Cristo.

3.3) A noção de sistema tende a uma gnose, uma vez que você tende a reduzir os indivíduos às suas ações ou omissões úteis, fazendo com que sejam usados, trocados e descartados de modo a se colher ao máximo de benefício possível - e isso é escravidão. E isso é a morte do próprio sistema, uma vez que ele tende a se fechar em si mesmo, a ponto de negar a dignidade humana que é devida a um indivíduo que é especial, uma vez que para os egoístas Deus está morto. E isso é tão verdade que são incapazes de ver Cristo nos outros.

4.1) Eis no que dá a liberdade sem verdade. Uma tirania completa.

4.2) Quando meditei sobre isso, usei elementos de Santo Agostinho e dados da realidade histórica, de modo a retirar a gnose típica dos liberais. Eis aí porque vejo que o esforço de fazer engenharia reversa desse pensamento é válido.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de julho de 2018.

Postagem relacionada: 

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2018/07/da-individualidade-como-um-dado-da.html

Comentários sobre uma postagem do meu colega Haroldo Monteiro

Por definição, só é uma realidade política aquilo que é simbolizado e entra em tensão no cosmion político. O Morticínio de brasileiros ainda Não Foi Simbolizado até hoje, mas o "assassínio" de gays já foi, a defesa pela "liberdade" das mulheres já foi e etc. Por isso que há hipersensibilidade para essas questões e total indiferença para com aquelas! Uma vez simbolizado, seja uma realidade ou não, o símbolo passa a ser uma realidade política, que entra no cenário da luta política, que nas suas profundidades, não passa de uma luta entre símbolos de realidade!

Haroldo Monteiro

Facebook, 29 de julho de 2018.

https://web.facebook.com/harolalm/posts/2288062821218988

1) Meu colega Haroldo Monteiro mencionou que o símbolo conta muito em política.

2) A ideologia de gênero e outros assuntos do gayzismo são levados fortemente em conta por que já foram inculcados na imaginação das pessoas, a ponto de atuar no simbólico.

3.1) O assassinato de 70 mil brasileiros por ano nunca é levado em conta, até porque o ser brasileiro está todo permeado por falsa história, construída a base de mentiras, principalmente no fato de que o Brasil foi colônia de Portugal. O mal dos revolucionários se expande porque o que é bom, fundado em Ourique, está ausente no imaginário da pátria.

3.2) Para que isto tenha relevância política, esta questão (o que é ser brasileiro?) precisa estar no imaginário da pátria. E naturalmente isto implica tomar o país como um lar em Cristo por força de Ourique.

3.3) Como brasileiro é aquele que extrai pau-brasil - cuja tinta é usada pela nobreza, sobretudo no cardinalato, que tem o dever defender aquilo que custou o sangue dos mártires-, então isto é causa de nobreza, de virtude. Outra aplicação do pau-brasil é que ele é muito usado na confecção de violinos, essenciais para a música clássica, coisa que aponta para o Céu, por ser elemento de alta cultura.

4) Enfim, se o pau-brasil não for visto como uma ibirarama, uma árvore nova e promissora, então ele será visto como uma ibirapuera, uma árvore velha e superada, a ponto de que merece ser destruída. Ou o Brasil acaba com a saúva comunista neste aspecto ou a saúva comunista acaba com o Brasil.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de julho e 2018.

Sobre a natureza liberal (revolucionária) do voto em branco

1) Há quem diga que não votar é menos pior do que mal votar.

2) Que eu saiba, malminorismo é conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Não votar é indício de neutralidade - indica que a pessoa não apóia nenhum lado, nem o certo - fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus -, nem o errado - o qual faz tudo estar no Estado a ponto de nada poder estar fora dele ou contra ele. E não se opor ao erro é aprová-lo - tanto é verdade que o lugar mais quente do Inferno está reservado a quem se manteve neutro em tempos de crise.

3.1) Nos tempos antigos, os que se mantinham neutros numa guerra civil eram os primeiros a serem mortos, por força de alta traição.

3.2) Se a amizade é a a base da sociedade política, então é insensatez ser indiferente ao fato de que se deve escolher ser amigo de Deus ou amigo do demônio. E a indiferença revela predileção tácita pelo demônio, o inimigo de Deus.

4) Onde a conformidade com o Todo que de Deus é a base da sociedade, votar em branco indica escolher liberdade fora da verdade, uma opção revolucionária. Isso é passar um cheque em branco para o demônio. Além disso, isto é um atestado de que você é incapaz de decidir naquilo que é grave, o que é um ato de apatria.

5) Assim como há uma guerra entre Deus e o diabo, há uma guerra na cidade dos homens, pois as coisas da Terra estão ligadas àquilo que decorre do Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de julho de 2018.

Da Individualidade como um dado da política - o caso dos que têm duas ou mais nacionalidades

1.1) Um indivíduo é aquele que não pode ser dividido em dois.

1.2) Logo, quem tem duas ou mais nacionalidades não pode ser dividido em dois ou três, uma vez que ser brasileiro, português e italiano fazem parte do ser, da essência daquela pessoa, a tal ponto que ela colaborará com estas três sociedades criando as pontes necessárias de modo que esses países sejam tomados como um mesmo lar em Cristo.

1.3) E por essa razão, ser proletário não é uma opção para este tipo de pessoa - ela precisa ser um exemplo para todos os outros, não importa onde esteja, já que está servindo a Cristo em terras distantes. Afinal, a quem muito foi dado muito lhe será cobrado - e o fato de ter duas ou três nacionalidades é um indício de que tem muita responsabilidade nas suas costas, a ponto de fazer disso uma cruz cujo madeiro é de chumbo.

2) Esta circunstância pessoal conta muito em política - e isso afeta quem está ao seu redor, seja se possui a mesma circunstância que a dele ou não. Se houver vários indivíduos assim, a ponto de formar uma comunidade votante, um colégio eleitoral, então essa circunstância sistematicamente distribuída se torna um sistema de política. Mas essa individualidade não pode se tornar individualismo, a ponto de o amor de si falar mais alto e assim desprezar Deus.

3.1) Esta pessoa não pode se submeter a uma cultura totalitária, onde o Estado tomado como se fosse religião exigirá que ele renuncie a algo que decorre da sua personalidade, daquilo que é próprio do direito de sangue ou de família.

3.2) Afinal, quem toma os países como um mesmo lar em Cristo buscará construir as pontes necessárias de modo que todas as comunidades da qual é cidadão em comum se beneficiem dessa circunstância pessoal, particular - e isso é uma espécie de distributivismo, pois ele morre para si de modo a beneficiar dois ou três povos, quando atua na política, uma vez que para ele a política é uma atividade ainda mais complexa por força desse dom que Deus lhe deu, que é tomar vários países como um mesmo lar em Cristo - e por isso ele precisa ser muito mais virtuoso, a ponto de ser um santo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 julho de 2018 (data da postagem original).

Postagem relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2018/07/sobre-o-potencial-de-fazer-engenharia.html

Lembrança da infância

1) Quando eu era pequeno, costumavam passar propagandas do governo incentivando o uso de camisinhas de modo que as pessoas não peguem AIDS.

2) Quando fazia frio, eu pedia à minha mãe uma camisinha para eu não pegar AIDS. Eu entendia literalmente, pois não sabia que AIDS era uma doença sexualmente transmissível - achava que se pegava essa doença da mesma forma que uma gripe.

3.1) Na época não havia faixa indicativa de idade para assistir à propaganda. Mesmo que tivessem, acho que a forma mais saudável de se prevenir esta doença é não assistindo TV e buscar a vida em santidade - e a castidade é parte da santidade.

3.2) É como se quisessem dar mais bebida de modo a se tratar o alcoolismo. Isso sem falar que é parte da estratégia revolucionária promover a promiscuidade, fazendo as pessoas pecarem sistematicamente pela fornicação, a ponto de perderem sistematicamente a amizade com Deus, já que a finalidade do sexo está sendo servida com fins pervertidos, a ponto de estar fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. A fornicação pode não ser o mais grave dos pecados, mas muitos vão para o inferno por força de não confessá-lo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de julho de 2018.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Notas sobre a relação entre voto facultativo e proletarização geral da sociedade

1.1) O voto facultativo é um indício de que a sociedade está proletarizada, pois o proletário em nada contribui para a sociedade política, uma vez que não toma o país como um lar em Cristo, por ser indiferente a isso (e isso se dá porque ele é ateu ou mora numa sociedade onde o protestantismo é a fé dominante da sociedade, o que leva inexoravelmente todos à perda da conformidade com o Todo que vem de Deus, a ponto de deixarem de amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, que é a verdade em pessoa).

1.2) Se o indivíduo descrê na política como a mais alta e mais nobre das atividades humanas, então ele vai se dedicar ao divertimento. Quando não há nada na sociedade a não ser os divertimentos, então esta sociedade está irremediavelmente perdida.

2.1) Os que tomam o país como se fosse religião nunca vão deixar de votar.

2.2) A única forma de detê-los é elevar sistematicamente as almas dos que tomam o país como um lar em Cristo e evangelizar todos aqueles que estão a se manter neutros em tempos de crise (no caso, os que estão condenados a serem proletários, por força de um demiurgo que dividiu o mundo entre eleitos e condenados).

3) A partir do momento em que o catolicismo se torna a fé dominante da nação, votar se torna uma obrigação moral - e uma obrigação conseqüentemente legal, pois é mecanismo de legitima defesa em face das ações nefastas dos revolucionários, uma vez que faz com que os amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento sejam solidários e se unam de modo a fazer com que os honestos ocupem os espaços nas câmaras legislativas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de julho de 2018.

Por que não devemos tirar o "h", quando formos escrever desonra ou desonestidade?

Na língua inglesa, desonesto é dishonest.

Seria mais sensato escrevermos "deshonesto". A razão é que ela nos permite a criação de novas palavras. Vou citar um exemplo:

Horda => hordeiro => sujeito que gosta de ser parte de hordas, a ponto de promover badernas, desordens.

Deshordeiro => aquele que torna este hábito, este estilo de vida próprio da mentalidade revolucionária, um crime, restabelecendo a ordem.

Percebam a nuance. Isto torna a língua mais inteligente. Quando tiver uma editora própria, eu adotarei minhas próprias regras de língua portuguesa. Vou estabelecer uma nova tradição gramatical.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de julho de 2018.

domingo, 29 de julho de 2018

A redução de uma pessoa às suas funções levou a uma crise do mecanismo dos contratos, a uma crise de confiança, a uma injustiça sistemática

1) O ônus da prova cabe a quem acusa, mas só é possível acusar quem você conhece. E conhecer implica ter intimidade, a ponto de ter conhecimento de toda uma dimensão holística da pessoa a quem você vai acusa, seja como profissional, pai de família, vizinho, amigo, irmão em Cristo. E por conta disso, você deve ter uma boa razão para fazer isso, já que estar em juízo é discutir a relação.
 
2.1) Se você reduz a sua pessoa à sua função profissional, então você se torna salvo de antemão e irresponsável. E isso não é algo bom, pois é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.2.1) A coisa se torna particularmente mais grave quando pessoas perenes cometem pecados perenes, já que a função das empresas se reduziu tão-somente a produzir riquezas.

2.2.2) Isso gerou uma crise nos contratos e nos pactos, a ponto de adotarem, como medida prática de dizer o Direito, a inversão do ônus da prova ou a levar em desconsideração a pessoa jurídica quando os atos de direção praticados são estranhos à natureza e à função das empresas constituídas, a ponto de haver lavagem de dinheiro, sonegação de imposto ou fraude de toda sorte.

3.1) Mas esta solução consagrada no Código de Direito do Consumidor é uma solução capenga - a melhor solução seria restaurar o princípio da pessoalidade, que deve ser feito de tal forma que A e B se conheçam e possam negociar as cláusulas do contrato de tal maneira que isso gere vantagens para ambos os lados - e isso implica amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

3.2) Devemos ver a Cristo em todas as pessoas a quem servirmos - como Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, então devemos ser leais com aquele que é o caminho, a verdade e a vida, uma vez que estamos diante d'Essa pessoa e a Ela devemos dar o nosso melhor.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de julho de 2018.

Notas sobre a natureza gnóstica do princípio da impessoalidade

Leitura da carta de são Paulo aos Efésios:

17 - Eis, pois, o que eu digo e atesto no Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos, cuja inteligência os leva para o nada.

20Quanto a vós, não é assim que aprendestes de Cristo, 21se ao menos foi bem ele que ouvistes falar e se é ele que vos foi ensinado, em conformidade com a verdade que está em Jesus. 22Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, 23e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. 24Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade.

Efésios 4, 17.20-24


1) Quando você reduz a sua pessoa às suas funções profissionais, você está praticando impessoalidade. As pessoas não terão uma concepção holística do que você é, uma vez que você não é só homo oeconomicus: você é membro de uma família, você é vizinho e toma o lugar onde você mora como um lar em Cristo, apesar de alguns insistirem em tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

2) Roberto Santos, numa de suas brilhantes postagens, havia dito que a morte existe de modo a não haver pecados perenes entre nós. Se você reduz a sua pessoa à sua função profissional, então você faz da riqueza sinal de salvação - e neste ponto você ama a si mesmo até o desprezo de Deus, o que leva à morte eterna, já que o trabalho não está sendo usado para santificar a si mesmo e a todos ao seu redor.

3) Como a pessoa jurídica tende a ser uma pessoa perene e é uma criação humana, ela passa a produzir pecados perenes. Veja o facebook: mesmo que Zuckerberg passe, essa empresa, enquanto viver, terá um passado que a condene: que foi colaborar com a esquerda e começar a censurar todos aqueles que discordem da agenda da esquerda. E como a empresa não é pessoa natural, ela não responde a Deus e não pode ser absolvida de seus pecados, embora possa ter patrimônio e responda a obrigações com base nisso.

4) Tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, é dar infalibilidade a uma instituição criada por um ser marcado pelo pecado original. Se o homem é pecador, o Estado e a empresa também são - e de forma mais gravosa, por serem pessoas perenes. Por isso que todo trabalho dessa natureza deve se submeter à Igreja, que foi criada por Aquele que foi verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que foi semelhante a nós em tudo exceto no pecado.

5.1) Por isso, nunca deposite suas esperanças num homem, num presidente da República, principalmente quando ele prometer socialismo ou salvacionismo. Os vícios de cada presidente deixam fortes marcas na política de Estado - e esses vícios acumulados geram pecados perenes cada vez mais gravosos. 

5.2) Por isso que não podemos acreditar na idéia de um Estado que não se submete à Igreja, pois o homem virtuoso depende de Deus. Se Estados virtuosos decorrem de homens virtuosos, então o Estado deve e precisa se submeter à Igreja, tal como foi Portugal, quando D. Afonso Henriques foi tornado rei pela iniciativa do próprio Cristo, em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de julho de 2018.

Comentários:

 José Augusto Seijas

1) O fim justo pode ser visto em relação à pessoa que o usa, como podemos ver na questão do Facebook, que pode ser usado como forma de evangelizar, instruir, alertar. É o que vemos no seu caso, nos padres, nas comunidades católicas. Dentro deste princípio, até o Papa o utiliza.
 

2) Quando se reduz a pessoa que utiliza um determinado instrumento tão-somente à sua utilidade, aí podemos ver que o fim tende a ser injusto, nefasto. A dinamite foi criada para fins pacíficos, mas ela foi usada para fins bélicos e ate hoje produz pecados perenes.

Postagem relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2018/03/notas-sobre-relacao-entre-pessoa.html

Escrever sobre o belo exige o melhor de você - e isso nem sempre pode ser feito o tempo todo

1) Assim como todo leitor tem seu livro (por conta do princípio da predileção) e todo livro tem seu leitor (por conta do princípio de que toda oferta gera sua própria demanda), venho percebendo que alguns contatos me adicionam por força de algumas postagens específicas, quando trato do que é bom e belo, coisas sobre as quais falo eventualmente.

2.1) Há quem diga que devo falar mais sobre isso.

2.2) Para que possa bem dizer sobre essas coisas, é preciso ter muita vivência na vida fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus de modo a poder escrever as coisas muito bem. Afinal, a arte de bem dizer as coisas não pode ser contaminada pela essência da arte pela arte, pois isso só faz conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, o que só revela o que há de pior em nós: a nossa vaidade. Afinal, a mão esquerda deste escriba não pode saber o que a mão direita faz, como disse Jesus.

3) A arte de bem dizer as coisas deve ser feita como uma forma de caridade, uma espécie de serviço santificador. Ela ajuda a elevar os espíritos e os motiva a contribuírem na construção do bem comum, uma vez que a polis, a cidade dos homens, deve ser um espelho da Jerusalém divina, a verdadeira politéia que devemos buscar imitar.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de julho de 2018.

sábado, 28 de julho de 2018

Por que não me arrisco a falar sobre coisas flagrantes? Por que não me arrisco a fazer previsões?

1) Como minha atividade precípua é analisar as coisas historicamente, tendo por conta fatos ocorridos e já cristalizados, eu sempre digo aos meus leitores que evito dar opiniões sobre fatos flagrantes da política nacional sem o conhecimento do antes, do agora e do depois, tal como manda uma boa investigação jornalística. Isso reduziria a minha atividade a de um mero palpiteiro.

2) Uma coisa que eu abomino é ver gente opinando sobre tudo sem ter estudado realmente o que aconteceu. Esta foi a razão pela qual eu pus fim ao único namoro que eu tive. Eu repudio a ignorância, pois só mesmo as piores pessoas, como o presidente Lula, são capazes disso, já que são mentirosas em sua essência.

3.1) Como não exerço cargo estratégico e minha missão não é ganhar uma guerra cultural, então eu não me arrisco a fazer previsões de modo a ver qual é o próximo movimento dessa gente no tabuleiro de xadrez, tal como o Olavo tem feito com assombroso acerto, pois isso exige muitos anos de estudo.

3.2.1) Como tudo na História tende a se repetir, por conta de precedentes feitos, então é natural que se faça uma previsão daquilo que será feito. Mas, quando faço isso, eu o faço no âmbito das minhas atividades de digitalizador, com o intuito de saber qual será a situação do projeto em que estou trabalhando lá na frente, quando esta nova circunstância, a do ebook digitalizado, se tornar uma realidade - e isso se chama planejamento de uma atividade organizada. Afinal, eu tenho o controle dessa atividade - por isso, posso prever, pois essas coisas dependem de mim, do meu esforço.

3.2.2) Se estivesse exercendo uma atividade pública, seria próprio da minha função falar o que vai acontecer se algo fundado na mentalidade revolucionária se tornar realidade tal como aconteceu na Polônia, na Rússia ou China, pois os atos exercidos nesses países são precedentes históricos.

3.2.3) Mas ainda tenho muito que aprender sobre isso. Por enquanto, o máximo que posso fazer é meditar sobre as coisas que meus contatos postam e estudar os assuntos que me competem, como nacionidade, o conservadorismo e outras coisas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de julho de 2018.

Notas sobre ética profissional no facebook - o caso da advocacia

1) Certa ocasião, eu recebi um pedido de uma advogada tentando me adicionar. A razão pela qual ela queria fazer isso era para divulgar o trabalho profissional. Se é pra fazer da riqueza sinal de salvação, então que seja bloqueada.

2.1) Em todos os meus anos de rede social, eu nunca fiz isso com ninguém. Quando adiciono você é porque sei que você tem conteúdo e porque sei que você ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.2) Como escrevo visando o bem do Brasil, por conta daquilo que se funda em Ourique, o que faço basicamente é pescar pessoas, já que o próprio trabalho, por conta de sua natureza salvífica, atrai as pessoas. Nunca fiz isso pensando com base no amor de mim até o desprezo de Deus, fazendo da riqueza sinal de salvação, tal como esse pessoal da OAB está a fazer. Se peço doações, é para manter este trabalho funcionando, pois dedico boa parte do meu tempo a isso.

2.3.1) A vida online me é uma vocação, já que morri para o mundo real, pois todos os espaços estão ocupados por esquerdistas e as pessoas ao meu redor, neste mundo real, são vazias e não amam e não rejeitam as mesmas coisas da forma como eu faço.

2.3.2) Quando eu encontro gente que está a comungar dos mesmos valores, a maioria delas está em terras distantes, seja em outro estado da federação, seja em Portugal ou mesmo na Lusitânia Dispersa (como Estados Unidos, Canadá, Japão e demais países da Europa).

2.3.3) Às vezes, eu encontro gente na minha própria cidade ou mesmo em Niterói nesta situação desejada, mas a cidade do Rio está numa situação pior do que a que encontramos na Guerra na Síria. Como não quero perder minha vida por razões estúpidas, e ser vítima de bala perdida é uma delas, então eu fico em casa, já que não há coisa alguma a ser feita senão pedir a Deus que mande dignos homens públicos de modo a pôr um fim nessa situação criada pela esquerda, que exerce uma hegemonia política neste estado de 1982, quando Brizola foi eleito governador.

3.1) Enfim, se algum engraçadinho deseja difundir sua atividade profissional na internet de modo a pegar carona no meu perfil e explorar comercialmente os meus contatos, então é melhor que abra uma página profissional (eu tenho uma página de escritor) e que pague ao facebook pelo impulsionamento. Só aí você consegue os clientes necessários para fazer com que a atividade profissional prospere, uma vez que você está impessoalizando a sua atividade, embora o mundo chame isso de "democratização". Digo impessoalizar porque você está reduzindo o seu ser a sua atividade profissional - o que desvirtua a natureza da advocacia, que é uma relação de confiança, uma vez que isso pede que você ame e rejeite as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento.

3.2) Como o facebook é site esquerdista e como a maioria dos advogados é esquerdista e ajuda a implementar ou garantir direitos fundados com base amor de si até o desprezo de Deus, coisa que certamente atenta contra a Lei Natural, então este é o devido lugar para esse tipo de gente que quer difundir seu trabalho profissional.

4.1) Enfim, a mentalidade custo zero de certas pessoas não passa de algo que é próprio da cultura do jeitinho e isso é atestado de canalhice, coisa que é típica dos apátridas - esses que nasceram no Brasil biologicamente falando, mas que não o tomam como um lar em Cristo, por força de Ourique.

4.2) E como bem diz o professor Olavo de Carvalho, essa gente é dinheirista e falsa - portanto, desprezível.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de julho de 2018.

Notas sobre a razão pela qual o voto é obrigatório no Brasil

1.1) Ser contrário ao voto obrigatório apenas pelo fato de ser obrigatório é matéria de insensatez.

1.2) Tal como falei no artigo anterior, se política é ocupação de espaço e se há um sério risco de algum indivíduo com mentalidade revolucionária ocupar o poder, então ir votar é uma obrigação fundada no fato de se tomar o país como um lar em Cristo, pois é crucial dar ao candidato que ama e rejeita as mesmas coisas que você, tendo por Cristo fundamento, o direito de ele ocupar o espaço e impedir a ação desse criminoso.

2.1) O motivo determinante do voto obrigatório no Brasil não se dá por força de nacionismo, mas por força de se tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele - e isso é nacionalismo.

2.2) O Estado tomado como se fosse religião dá benesses sociais, corrompendo os pobres, que deixam de ser amigos de Deus e passam a ser escravos do Estado. Em outras palavras: deixam de ser ubogis e passam ser biednys (embora, nos termos da língua portuguesa, eles continuem sendo pobres).

2.3.1) O eleitor que vota contra o Estado corruptor e assistencialista é visto como um traidor, um ingrato, um apátrida e corre o risco de sofrer represália.

2.3.2) Não é à toa que o eleitorado é visto como um órgão que só confirma os conchavos e acordos de compromisso que são feitos antes das eleições. Eis o presidencialismo de coalizão - ele é fascismo em sua pior forma.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de julho de 2018 (data da postagem original).

Notas sobre o dever de votar, em relação à política de ocupação de espaços

1.1) Se política é ocupação de espaço, então ir votar em alguém honesto de modo que as câmaras legislativas sejam ocupadas só por gente honesta é um dever patriótico, fundado no fato de tomar o país como um lar em Cristo. 
 
1.2) É dentro desse senso de urgência que a lei deve ser vista como um mecanismo de legítima defesa em face daqueles que têm mentalidade revolucionária, que farão do crime e da corrupção os meios necessários para se chegar ao poder, uma vez que crime é como guerra: continuação da política, só que por meios violentos.

2.1) No Brasil, o voto é obrigatório, enquanto na Itália não (corrijam-me, se estou errado).

2.2.1) Nos termos daquilo que falei, se você toma dois ou mais países como um mesmo lar em Cristo, o dever de votar aqui te capacita ao mesmo dever de votar naqueles que são honestos e que estão a se candidatar a uma vaga no parlamento da Itália.

2.2.2) Comunistas são internacionalistas - e a única medida para se combater o internacionalismo é tomando dois ou mais países como um mesmo lar em Cristo e criando as pontes necessárias de modo que ambos os povos se beneficiem do fato de você ser cidadão em comum dos dois países. E o que ocorre contigo afeta toda uma legião de pessoas que estão nesta mesma circunstância.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de julho de 2018.

Comentários:

Cristina Bassôa De Moraes: Nada disso tem o menor sentido numa eleição fraudável e fraudada, como tem ocorrido no Brasil nos últimos 20 anos. 

José Octavio Dettmann: Você tem razão, Cristina. Aqui no caso, estou falando em tese. Quanto à ação, isso eu deixo para quem pode.

Se digitalização é um tipo de extrativismo; o remake é um tipo de cultivo, de modo a melhorar ou preservar a qualidade da reserva

1) Tempo atrás eu havia comparado à digitalização de livros ao extrativismo. Num ambiente de guerra cultural, isso é matéria de sobrevivência. É preciso você ter uma biblioteca bem equipada de modo a estar com a alma bem cultivada e assim semear a consciência das pessoas. É preciso se dedicar ao arado tanto quanto um guerreiro se dedica à guerra, por meio da espada.

2) Certa ocasião, no twitter, a Senadora Kátia Abreu havia dito que a mão que produz (e o extrativismo é um tipo de produção) é a mesma que preserva. Se digitalização de livros é um tipo de extrativismo, então as fotos servem de semente de modo a refazer o projeto, quando o ebook for perdido, por alguma razão. Por isso que guardo todas as fotos que me serviram de base para compor o ebook.

3.1) Durante muito tempo, meu quarto tinha uma cortina pesada - o que o deixava bem escuro. Quando meu pai mudou a cortina do meu quarto, a qualidade da luz melhorou muito. Isso foi como uma revolução para mim - é como se tivesse encontrado terreno favorável para aperfeiçoar os meus trabalhos anteriores. Por conta disso, contarei com sementes de melhor qualidade. 

3.2) Por isso, tão logo eu possa, eu refarei os projetos anteriores à mudança da cortina (2011 à 2017), na medida do possível. O que já digitalizei ficará à disposição dos leitores até a conclusão de todos os remakes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de julho de 2018.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Recado aos ítalo-brasileiros

1) O preço da liberdade é a eterna vigilância. Isso é chover no molhado.

2) Agora, quando você toma dois ou mais países como um mesmo lar em Cristo, a ponto de você ter duas ou mais nacionalidades, este preço tende a valer duas ou três vezes mais.

3.1) Eu não sou ítalo-brasileiro, mas, por conta dos meus estudos sobre o senso de tomar dois ou mais países como um mesmo lar em Cristo, venho percebendo que todos ou quase todos os que conheço e que estão nesta condição não percebem a dimensão em que se encontram, por conta de nascerem com este direito, a ponto de serem contados como uma espécie de nobreza nessa seara e não se darem conta disso.

3.2.1) Essa gente não acordou para o fato de que o privilégio de ser tratado como europeu pede o preço da eterna vigilância. 

3.2.2) Omitir-se do dever de ocupar as vagas a que têm direito no Parlamento Italiano é declarar-se apátrida - um esquerdista se valerá desse privilégio e abrirá as portas aos islâmicos, bem como fará as pontes de tal maneira que o Foro de São Paulo tenha seus tentáculos na União Européia. Por conta de omitir-se de seu dever, você prejudica o Brasil também, a ponto de tornar-se duplamente apátrida.

4) É preciso largar de ser hedonista e egoísta. Se você preza o legado de nossa civilização, então honre seus ancestrais italianos e faça o que deve e precisa ser feito tanto para o bem da Itália quanto para o bem do Brasil. Tome, portanto, os dois países como um lar em Cristo e sirva a Cristo nestas terras distantes, honrando o legado de Ourique do qual você é também herdeiro, por ter nascido no Brasil e ser falante da língua portuguesa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de julho de 2018.

Devemos buscar Cristo e não a unidade transcendental das religiões e das civilizações

1.1) Antes de Cristo, as sociedades tinham aristocracias que se pervertiam em oligarquias, monarquias que se pervertiam em tiranias, assim como politéias que se pervertiam em democracias, que, por sua vez, preparam o caminho para uma cesarocracia, onde nela um pretenso iluminado, que toma o país se fosse religião, vai salvar o pais prometendo mais Estado, a ponto de promover uma espécie de milagre econômico que levará a uma espécie de espetáculo do crescimento. Nesse espetáculo, uma sociedade em crise, que perdeu o senso de tomar o país como se fosse um lar em Cristo, passará a habitar uma terra onde leite e mel abundam, como se a riqueza fosse sinal de salvação, como se isso decorresse de um milagre.

1.2) De fato esses problemas são todos universais, mas não concordo com a pretensão panenteísta de buscar a unidade transcendental das religiões, bem como das civilizações, pois isso tende a reduzir a explicação do mitologema a uma única causa - e isso não me parece realista, assim como o faz o mundo prescindir da verdade, que é Cristo.

2.1) É em Cristo que você verá um um Rei deixar de ser faraó e se tornar vassalo n'Ele, por Ele e para Ele, como aconteceu com D. Afonso Henriques. E é a partir desse vassalo que toda uma aristocracia é escolhida a ponto de servir ao povo naquilo que têm de melhor, fazendo com o vassalo e o povo sujeito a sua proteção em autoridade se tornem cúmplices, a ponto de amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Se o povo vê no vassalo de Cristo a figura do próprio Cristo, então a tendência natural é aclamar o seu sucessor,uma vez que a aclamação tem mais motivos determinantes do que um voto, uma vez que Cristo basta a si mesmo, por ser verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

2.2.1) Os povos que não tiveram a mesma graça que os portugueses tiveram na Igreja, a esposa de Cristo, o corpo intermediário necessário a ponto de fazer um Rei vassalo de Cristo, tal como aconteceu com a França, a filha favorita da Igreja.

2.2.2) Isso não torna a França menos importante que Portugal - pelo contrário, o que a Igreja faz é distribuir essa graça a todos os outros povos que encontram sua razão de ser em Cristo, a ponto de tomarem o seu país como um lar n'Ele, por Ele e para Ele.

2.2.3) Enfim, o milagre de Ourique serviu como um exemplo de como deve ser a gênese de uma nação livre - e o legado dessas civilizações será medido por conta de sua lealdade a Cristo bem como a sua esposa, a Santa Madre Igreja Católica. Por este prisma, portanto, podemos dizer que houve uma renovação da ordem monárquica, por força desse milagre. Uma monarquia republicana, onde rei, nobreza e povo (os três estados) trabalham um em função do outro visando a grandeza de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de julho de 2018.

A monarquia é o marco de decadência das civilizações?

Haroldo Monteiro:

1) A monarquia já é o inicio da queda e não um marco de conquista civilizacional.

2) O fim do governo dos santos, dos virtuosos e dos nobres sempre coincide com inicio de uma monarquia e essa culmina desastrosamente em uma democracia quando inevitavelmente a oligarquia triunfante manda cortar a cabeça real assumindo o domínio de um corpo sem cabeça que agora, desde o oculto será, até a emersão de um Cesarocrata, governado por farsantes e mandaretes de um poder real que se esconde atrás da falsa afirmativa de que o poder emana do povo.

José Octavio Dettmann:

1) Não seria a tirania, a forma pervertida da monarquia, o início da queda civilizacional de uma nação inteira? É sempre quando há tirania que os regimes descambam nessas loucuras que decorrem da Revolução Francesa.

2) Se a monarquia não se fundar no altíssimo, ela tende a ter a um fim em si mesma, a ponto de fazer do homem a medida de todas as coisas. E aí ela já descamba na sua forma pervertida, a tirania

Haroldo Monteiro: 

1) A monarquia é, na verdade, o crepúsculo e não a aurora de um civilização. É só observarmos a história de Israel e a história cristã para verificarmos isso.

2) O fato de todas as monarquias declinarem e dar início a um processo de ascensão de uma oligarquia triunfante depõe a respeito do fato de que a monarquia é a conseqüência da perda de substância espiritual, como se fosse aquele momento o ponto final de um movimento que se fazia por pura inércia, sem uma vitalidade movente interna. É diferente dos tipos de governo em que o poder político gravitava em torno de uma autoridade espiritual bem consolidada, como a dos governantes santos, virtuosos e nobres.

3.1) Se entendermos um processo histórico civilizacional como se fossem fases formando um ciclo de ascendência e descendência no que concerne a formação do poder social em sua unidade, então verificamos, nas mais diversas civilizações, fases bem distintas da formação do poder político no qual a monarquia se apresentará como uma forma conseqüente desse desenvolvimento. Ela em si não é a forma que dá unidade espiritual ao ciclo, mas uma forma que sempre se apresenta no inicio do processo de descendência do ciclo.

3.2) As fases mais conectadas a Deus são as que correspondem as fases teocráticas. Ela se inicia com a figura mística de um iluminado, tal como se deu em Israel com Moisés, no islã com Maomé, no Cristianismo com o próprio Cristo, em Rama entre os árias etc.
3.3) A segunda fase do período teocrático começa com a morte dos primeiros homens iluminados. E é neste ponto que entramos na fase do governo dos homens virtuosos, onde um grupo de discípulos mais próximos receberam daqueles a essência mesma do poder que seus fundadores iniciaram. Em Israel temos Josué e os juízes; no cristianismo, com os apóstolos etc. É a chamada fase aretocrática, pois vem de de areté (virtude)

José Octavio Dettmann: Eu discordo. E digo o porquê:

1) A Idade Média foi a época em que os homens mais cooperaram com Deus. A monarquia era o regime da maioria dos povos da Cristandade. Se houve crepúsculo, então isso se deu a partir da Renascença e com a retomada do neopaganismo.

2) Esse neopaganismo certamente retirou todo o transcendente do regime, a ponto de decair numa monarquia imanente, como podemos ver nas monarquias liberais. No caso do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, o germe revolucionário veio de fora para dentro, pois Portugal conservou o dogma da fé, como bem disse Nossa Senhora, em Fátima. Digo isso por conta da invasão da França a Portugal, bem como por conta da penetração das idéias da maçonaria no seio da sociedade, nos mesmos moldes do gramscismo.

3)  Há uma tese do Joathas Bello, que tive a liberdade de reproduzir em meu blog, que aponta que a ciência moderna nasceu do casamento do pensamento cristão com o islâmico, a tal ponto que a fé começou a ser substituída pela razão, que passou a ser tomada como se fosse uma espécie de religião. Essa ciência moderna tornou-se o sistema de crença dessa nova religião, a ponto de haver uma tecnocracia, pois a administração do Estado tomado como se fosse religião tornou-se uma ciência, a ponto de estar sempre a serviço das ideologias dominantes.

4) Acredito que deva ser por conta dessa penetração da filosofia islâmica que ela começou a perverter tudo, desde o regime até a alta cultura. Esta é a fumaça de Satanás. á há quem fale nesse negócio de Crislã, de Cristo submetido a Maomé.

5.1) Enfim, Haroldo, o problema dessa sua explicação é que ela se resume a uma só causa, pois faz da degeneração da monarquia método geométrico, a ponto de desaguar num determinismo ou fatalismo histórico (isto está na Teoria Geral dos Descobrimentos Portugueses).

5.2) Jaime Cortesão, citando John Stuart Mill, nos alerta acerca dessas explicações que reduzem tudo a uma única causa. Deve haver muitas outras causas concorrentes, como a questão da ciência moderna ou mesmo a retomada do neopaganismo - e isso não pode ser desprezado.

5.3) Só aí é que você explica a perversão da monarquia em tirania - e da tirania vem a democracia moderna, que prepara o caminho para o cesarismo. Em si, sem essas forças concorrentes, a monarquia continua sendo virtuosa, pois Aristóteles falou que ela é uma forma virtuosa de governo, pois serve a Deus.

José Octavio Dettmann: que livros você andou lendo sobre isso?

Haroldo Monteiro:

1) Trata-se de uma composição tendo por parte algumas fontes, porém todas elas articuladas em torno da teoria do ciclo cultural do Mário Ferreira dos Santos. O texto matriz dessa idéia está nos seus "Aspectos dos ciclos culturais". 

2) É incrível como pelo menos a fase da hierocracia, aretocratica e aristocracia oriunda de aristo (dos melhores) existem em todas as civilizações, até onde eu pude verificar. Na monocracia, que é a ascensão de um monarca, começa o afastamento de todos aqueles que compunham o núcleo dos poderes anteriores. Na monarquia, por um vicio inexorável dessa mesma, ocorre a revolução oligárquica da qual o soberano monarca era um dos melhores.

Facebook, 27 de julho de 2018 (data da reprodução do diálogo neste blog).

https://web.facebook.com/harolalm/posts/2280896701935600

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Tomar o país como se fosse religião tem cunho gnóstico

1) Quando uma nação é tomada como se fosse religião - em que Deus está morto e tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele -, a História desse domínio é pautada por eras de nacionalismo e salvacionismo, uma vez que essa nação não é livre de modo a ser tomada como um lar em Cristo, a ponto de ter sua razão de ser n'Ele, por Ele e para Ele.

2.1) Novas constituições são escritas quando o senso de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade entra em crise, seja por conta da corrupção do pecado, seja por conta das constantes contradições fundadas nas falsas promessas, em que se promete uma coisa e se faz outra.

2.2) Enfim, nesse país tomado como se fosse religião, a mentira é a razão de ser desse país, uma vez que se inventou a alegação de que ele foi colônia de um país ibérico e católico, que serviu a Cristo em terras distantes, por força do milagre de Ourique (no caso, Portugal). E com base nessa mentirosa alegação de que foi colônia de Portugal, foi buscar a grandeza por si, imitando o grande irmão do norte, a ponto de ter o mesmo destino que o filho pródigo, tal como vemos na Bíblia.

3) O país teve 7 ou 8 constituições, sendo a primeira no Império secedido do Reino Unido, marcando a transição para esta República, este inferno em que nos encontramos hoje. Olhando para todos estes fatos, isto explica o argumento de Ernest Gellner, mas é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.1) As explicações de Gellner sobre as eras de nacionalismo tendem a ser explicações panenteístas, a ponto de resumir esse senso a uma única causa, sempre fatalista. O ciclo é uma linha reta, com começo e fim nela mesma, já que o fim da pólis é a própria pólis - o que é uma concepção marcadamente neopagã, gnóstica, uma vez que se trata de um sistema fechado. 

4.2) Da crise do conservantismo da situação anterior vem um senso de tomar o país como se fosse religião, que e feito de tal maneira a reescrever a constituição e reedificar a ordem nacional a partir do zero. E nesse ponto, a nova ordem é sempre pior que a antiga ordem constitucional. Basta ver a experiência republicana brasileira, ao longo desses quase 130 anos.

5.1) Esta é a mesma impressão que eu tive do artigo que meu colega Haroldo Monteiro escreveu, quando disse que a monarquia é o começo do fim de uma civilização, não sua aurora, tal como se deu em Ourique.

5.2) Esta explicação só tem sentido num mundo quinhentista e divorciado daquilo que se fundou em Ourique, marcado por um mundo em que os eleitos foram agraciados com a República (os EUA) e os condenados imitados a imitá-la (Brasil e os demais países ibero-americanos). Enfim, isto não procede, pois não faz sentido.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de julho de 2018.

Paulo Manuel Sendim Aires Pereira:   

1) O Brasil foi um país que já nasceu recusando duas constituintes populares. As elites queriam ser as campeãs da democracia, mas quando esta não foi de acordo com a sua vontade simplesmente a ignoraram. Primeiro, recusaram a constituinte democrática do Império porque não queriam se submeter à vontade dos deputados da metrópole. Depois fizeram uma constituinte só com brasileiros, mas também acabaram por recusá-la. 

2) A tática da elite dominante foi quase sempre a mesma: dominar aparentando democracia e manipular o povo por força disso. Tem sido assim até hoje.

Gilmara Farias:  Sete ou oito constituições é muita coisa. Este fator fragiliza a credibilidade de uma nação.

José Octavio Dettmann: É o que dá tomar o país como se fosse religião. Se ela não está presente diante do Senhor, do Crucificado de Ourique, que credibilidade terá? Eis porque o professor Olavo fala tanto da cultura de fingimento que há por aqui,

Gilmara Farias: Essa inconstância dá medo em qualquer investidor.

José Octavio Dettmann: Exatamente.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Notas sobre o perigo de se estudar o panenteísmo

1) O problema dessas explicações que buscam a unidade transcendental das religiões está no fato de que todas as religiões são boas, são verdadeiras. Se todas as religiões são boas, elas dispensam a pessoa de Jesus, a ponto de se reduzirem a uma bondade operativa, fundada no fato de se conservar o que é conveniente e sensato, como se o homem não tivesse sido marcado pelo pecado original, como se essa barafunda entre o sensato e o insensato não existisse.

2) A verdade é uma só, pois só no Cristianismo é que encontramos um Deus que veio até nós, na pessoa de seu Filho muito amado, de modo a nos salvar do pecado. Como Ele é a verdade em pessoa, então Ele tem a realeza em pessoa, e essa realeza nunca entrará em colapso, pois Ele venceu a morte. Por isso, tudo o que se fundar na conformidade com o Todo que vem de Deus jamais entrará em colapso, uma vez que o Salvador feito Homem garantiu que o mal não destruirá a Igreja, assim como o acessório que segue a sua sorte: a civilização cristã.

3) Quando se busca a unidade transcendental das religiões, então tudo se reduz a uma só causa, a ponto de apontar a monarquia como o começo do crepúsculo da civilização, e não sua aurora, jogando na lata do lixo todas as lições de Aristóteles sobre as formas virtuosas e viciosas dos regimes políticos, por conta de estarem ou não em conformidade com o Todo que vem de Deus. Isso necessariamente leva a uma linha inexorável de decadência e morte, como se Deus estivesse morto. E quando admitem que Ele não está morto, então dizem que temos um Deus que simplesmente não age - uma explicação deísta, o que é tipicamente maçônico.

4) O problema dessas explicações é que elas dispensam o milagre e a renovação da verdade por essas forças extraordinárias de ação que decorrem de um Deus onipresente. Essas explicações negam as fundações do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves decorrentes de Ourique, pois são fatalistas. Eis o verdadeiro perigo desses estudos panenteístas - eles são relativistas. Afinal, as idéias têm conseqüências - e essas conseqüências são nefastas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de julho de 2018.