Pesquisar este blog

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Notas sobre política, dentro da nossa atual circunstância

1) Se política é luta pelo poder, então ela se dá em duas vias: ocupação de espaço e evangelização, feita de modo a que as ações sejam legitimadas pela população, já que a base do poder é a sociedade, enquanto comunidade politicamente organizada, feita de modo a tomar o país como se fosse um lar em Cristo, coisa que prepara o caminho para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

2.1) Se política é luta pelo poder, então é luta contra grupos e pessoas. Se é luta contra grupos e pessoas, então a guerra é a continuação da política, só que por meios violentos. E neste ponto, até mesmo o assassinato seletivo de pessoas é até ferramenta, seja para o bem, seja para o mal, visto que até mesmo a guerra pode ser santa, se o inimigo for um notório inimigo de Deus, o que gera o ódio perfeito, dentro da conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.2.1) Há grupos e pessoas que viverão a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus e há grupos e pessoas que conservarão o que é conveniente e dissociado da verdade.

2.2.2) Um grupo pode emergir de uma só pessoa, tal como ocorre numa família, ou numa associação de pessoas que amam e rejeitam as mesmas coisas, seja tendo por Cristo fundamento, seja por conta de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, fundado em idéias de momento.

2.2.3) Se os grupos são compostos de pessoas, então você não encontrará perfeição, mesmo que você esteja diante de uma pessoa ou grupo manifestamente virtuoso. Se o ambiente é virtuoso, você deve fazer correções fraternas, apontando o erro, advertindo e corrigindo. E só num ambiente virtuoso é que haverá democracia, enquanto aristocracia distribuída, pois todos vêem uns aos outros como irmãos em Cristo, amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Ele fundamento.

3.1) Se você estiver num contexto de luta política em um país culturalmente nulo como o Brasil, optar pelo menos pior é a única opção possível.

3.2) A coisa só tende a progredir se você se organizar e arrebanhar para a sua causa pessoas que amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento e que estejam dispostas a viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, ainda que seja preciso morrer pelo bem da pátria neste fundamento - essas pessoas estão dispersas pelo mundo afora; se o conhecimento - enquanto intimidade, proximidade -  está disperso, então você deve buscá-lo de todas as formas. Como Cristo é a razão de ser de nosso país, então Ele tem caráter nacional, pois o país deve ser tomado como se fosse um lar em Cristo.

3.3.1) Um partido fundado em princípios cristãos, isso simplesmente não existe, se tomarmos por base nossa realidade política, uma vez que o verdadeiro cristianismo é essencialmente viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus - e isso é catolicismo.

3.3.2) Se esses partidos ditos cristãos conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, como a república e este nacionalismo chinfrim que nós temos, então eles são protestantes, pois o protestantismo depende disso para se manter vivo, ainda que por forças artificiais, já que o protestantismo é também parte da mentalidade revolucionária. Eles estão mais para confundir do que para somar - por isso mesmo, a mera aliança de ocasião não terá efeito, se não for vista a longo prazo, com o intuito de trazer a todos para a fé verdadeira, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.3.3) Se olharmos para nossa realidade política, fundar um partido não é aconselhável, pois não há tempo agora - não só tempo como também as leis mais atrapalham do que ajudam. Os partidos precisam ser tomados, tal como cidades foram conquistadas no passado enquanto centros de cultura e comércio, centros de poder. Para fazer isso a alma tem que ser usada como se fosse uma espada - e isso pede uma pessoa culturalmente bem formada e uma família bem estruturada, coisa que está cada vez mais escassa.

3.3.4) Por isso mesmo, antes que você se meta em politica, você precisa de um mínimo de estrutura, se você não tiver nada disso, tal como vemos na maioria da população, que não tem cultura e muitas são oriundas famílias desestruturadas, vítimas do relativismo cultural que infecta nossa realidade há 127 anos, enquanto República. Por isso, crie essa estrutura, antes de fundar ou tomar um partido. E isso pede paciência - e isto na nossa atual circunstância é urgente, pois a guerra a atual é cultural e total.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de dezembro de 2016.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Por que a vida fundada no amor de si não é um bom alicerce para se edificar a civilização?

1) Se vivesse por mim mesmo, teria de conceber o corpo como se fosse uma propriedade - sendo propriedade, eu poderia usar (jus utendi), gozar (jus fruendi) e dispor de meu corpo (jus abutendi), como também de outros.

2) Se faço isso em meu corpo, isso é automutilação e suicídio - no caso dos outros, isso é escravidão. Como não enxergo no outro o espelho do meu eu, eu acabo não percebendo que a mutilação que faço nele é a minha mutilação - e caso eu o mate, eu acabo me matando para Deus.

3) Se o corpo é propriedade, os frutos do corpo, como os filhos, são coisa e não seres humanos. E sendo coisas, incorrem sobre eles os três poderes. Logo, o aborto - dentro desta concepção absurda, que é liberal e neopagã - se torna um direito. 

4) Não é à toa que o aborto e a escravidão estão relacionadas ao amor de si e à cultura do corpo tomado como se fosse propriedade. Ao contrário da propriedade que é perpétua, o corpo não é perpétuo - ele é morada precária, pois somos mortais, já que ele é o suporte sobre o qual a alma exerce suas prerrogativas de modo a aprimorar seus atributos, seus dons, coisa que vêm de Deus, com o auxílio do Espírito Santo.

5) Mesmo que eu busque viver minha vida por mim mesmo e para mim mesmo, o sentido da vida seria vazio, visto que não sou Deus. Sem Deus, tudo o que faço não faria sentido - não haveria sucessão, muito menos continuidade da vida comunitária.

6) Essa concepção que os americanos têm da vida não é algo benéfico. Se eles são frios, isso se deve à própria estrutura desse país, que é descristianizada. Como são historicamente anticatólicos, então não podem ser tomados por parâmetro de civilização virtuosa. Triste é o país que adota seu regime de governo e sua cultura vazia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2016 (data da postagem original).

As Repúbllicas Parlamentaristas são melhores do que as Repúblicas Presidencialistas? Notas rápidas sobre a realidade política e constitucional de alguns países que adotaram este tipo de República

1) Se o argumento de que repúblicas parlamentaristas são melhores do que as presidencialistas fosse verdade, a França não teria o mesmo problema que o Brasil: um histórico de muitas constituições já escritas e reescritas. E isso ocorre não só na França: Grécia, Portugal, Itália têm o mesmo problema. Todos estes países têm histórico de ditadura, tal como já tivemos. 

2) Pouco me importa o argumento de que esses países são desenvolvidos ou subdesenvolvidos - o regime republicano é uma utopia, pois ele toma o Estado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

3) A alegação de que a França é um país rico só encoberta a realidade nefasta deste regime nascido de uma revolução antimonárquica e anticatólica: Revolução Francesa. Então, não me venham com alegações de coisa em si, fundadas na abstração, pois isso é conservantismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2016.

Recado aos doutrinaristas

1) Como o Olavo diz, devemos olhar para a realidade.

2) Se você for discordando de antemão aquilo que tenho a dizer, que a reepública parlamentarista é pior do que o presidencialismo, então você está fazendo doutrinarismo, abstracionismo e isso é flatus vocis - além disso, este tipo de postura caracteriza desonestidade intelectual, pois você não está me dando o direito de defender minha tese, já que estou a observar a realidade, tal como meu professor mandou fazer. E este tipo de postura, de discordar de antemão do que estou falando é conservar o que é conveniente e dissociado da verdade e isso é falta de caridade intelectual para com o próximo, o que é uma grave ofensa a Cristo, que me enviou o Espírito Santo de modo a ser meu guia, de modo a que eu possa compreender retamente todas as coisas, de modo a perceber as graves conseqüências das manobras que estão afetando este país, neste momento tão difícil.

3) Não estou defendendo idéias, estou analisando a realidade da manobra politica que estão a praticar.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2016.

Se o parlamentarismo for implementado, ele será capenga, visto que a Constituição tem cláusulas pétreas que vedam a antecipação das eleições

1) Admitindo o cenário da mudança da forma (do presidencialismo para o parlamentarismo), nós teríamos que trabalhar com uma Constituição que veda a dissolução do Parlamento, sob o manto da cláusula pétrea de que a periodicidade das eleições deve ser observada. 

2) Uma vez o Parlamento constituído, esse parlamento não poderá ser alterado, o que contraria a natureza do parlamentarismo, que permite a convocação antecipada das eleições. Por força disso, nós teríamos que aturar uma tortura até o advento de um nova legislatura, quase sempre com a esperança de que será menos pior do que a anterior - e tal expectativa, como sabemos, é vã, como os próprios fatos históricos já mostram.

3.1) Se tivéssemos um eventual cenário de PT controlando a chefia de Estado e o PSDB controlando a chefia de governo, as tesões políticas seriam tantas que achar um caminho do meio, da conciliação nacional, seria inviável, dado que ambos os partidos são apátridas e estão comprometidos com a mentalidade revolucionária - isso sem falar que são financiados por entidades estrangeiras. 

3.2) Nem mesmo eventuais partidos nacionalistas encontrariam a solução, dado que o sentido de país foi pervertido desde que forjaram a falsa alegação de que o País foi colônia de Portugal, o que reduziria a missão que Portugal recebeu do Cristo Crucificado de Ourique a uma mera busca de si, fazendo com que a afirmação de seu sentido nacional acabe não passando de uma mera vaidade institucionalizada, o que reduziria o caráter das Grandes Navegações para a História da Humanidade e do processo civilizatório como um todo a algo voltado para o nada - enfim, uma negação cabal da História, enquanto realidade fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, tendo por base os desígnios daquele que constrói e destrói Impérios, que é Cristo Jesus. 

3.3) E ao se negar toda esta circunstância fundacional, que é sobrenatural, todo e qualquer critério de caráter nacional, edificado numa constituição rompida fora dessa realidade, será voltado para o nada, a tal ponto que o verde-e-amarelo terá o mesmo valor que o azul do PSDB e o vermelho do PT: valor revolucionário, totalitário. Se isso na República presidencialista já está acontecendo, por força da insinceridade desse nacionalismo, imagina no Parlamentarismo, que é mais instável, por força da realidade da nossa constituição?

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2016 (data da postagem original).

Por que a república parlamentarista é pior do que a presidencialista? Um exame das nossas circunstâncias atuais

1) Uma vez eu disse pra minha amiga Sara Rozante que parlamentarismo é pior que presidencialismo. Na época, nós víamos os escândalos que afetavam a Grécia, a Itália (sob Berlusconi) e a França (sob Sarkozy).

2.1) Além de o poder moderador estar ideologizado, há o risco de o partido de oposição - ou falsa oposição, diga-se de passagem - assumir a outra ponta, a chefia de governo. Vocês já imaginaram como seria a situação se PT estivesse controlando a chefia de Estado e o tucanato a chefia de governo? Seria algo muito mais instável do que ocorre numa Grécia, numa França e numa Itália combinadas - seria a consagração daquilo que a cangaceira do PSOL tanto falava: a institucionalização do caso de amor mal resolvido na política e da pior forma possível. 

2.2) A república parlamentarista do Brasil seria a mais instável das repúblicas. Seria uma guerra civil não declarada - seria uma anarquia completa. Isso sem contar que a nossa constituição foi feita voltada para o parlamentarismo; se olharmos bem, o que é o presidencialismo de coalizão senão o lançamento sistemático de candidaturas de Chefe de Governo e do Estado do mesmo partido, fazendo com que a oligarquia de ocasião fique no poder até o momento em que começa a perder a credibilidade para a outra oligarquia, que voltará ao poder por meio de uma trama, de uma intervenção militar, rasgando a constituição e reiniciando do zero as regras do jogo?

3) Some-se a isso a nossa atual circunstância agora, em que estão buscando mudar a forma de governar (de presidencialismo para parlamentarismo, mas mantendo esta republiqueta revolucionária conveniente e dissociada daquilo que foi edificado em Ourique, que é a nossa verdade, nossa razão de ser enquanto País). Além de tudo o que falei no ponto 2, haverá ainda salvacionismo, o que agrava ainda mais as coisas - a história da república é marcada por eras de salvacionismo um atrás do outro e este é só mais um.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2016.

Mendigar likes e compartilhamentos no facebook: variante virtual do ato de se mendigar a amizade de alguém a qualquer preço (notas sobre as razões pelas quais considero isso uma má ação)

1) Toda vez que lido com alguém que mendiga minha amizade, eu termino sempre levando a rasteira no final.

2) Aqui no facebook, teve uma pessoa que mendigava likes de minha parte - para ela, o mero compartilhamento não bastava. Além disso, ela via que eu tendia a compartilhar mais o que colocavam no mural dessa pessoa do as postagens que ela própria escrevia. Ela me perguntou qual era o que critério que eu adotava - a resposta era simples: relevância. Se encontro algo relevante, eu compartilho. Não ligo muito para esse negócio de like - a única coisa que sei é que isso infla o ego.

3) Como já conheço esse filme de longa data, botei a pessoa pra fora. Mendigar like e mendigar minha amizade só vai resultar numa bela rasteira pro meu lado, lá na frente. Não sou trouxa -  pela minha experiência, é melhor deletar antes que isso ocorra. E foi o que fiz.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2016.