1) Antes de ser católico, eu sempre tive um ego inflado. Queria ser sempre o melhor. E quando via que alguém conseguia as coisas com um mínimo de esforço o que eu, com todo o meu esforço mais diligente, não conseguia, eu geralmente ficava revoltado - e me sentia invejoso. E precisei e muito da vida em reclusão para poder lidar com isso - e foi assim por muitos anos.
2.1) Desde que aprendi que a mediocridade tem status quo neste país, aprendi que se exaltar, se elevar por seus próprios méritos não faz sentido - tudo está nas mãos de Deus e você só será elevado no tempo d'Ele e se deixar confiar naquilo que está nos planos d'Ele, pois Ele é bom e nos ama.
2.2) Neste país, é preciso se humilhar de modo a se elevar - afinal, esta é a Terra de Santa Cruz. Tenho me policiado muito nesta questão do ego, tenho feito muito exame de consciência e não tenho falado a primeira coisa que me vem à cabeça sem antes meditar muito, uma vez que as melhores perguntas que são feitas pelo meu ouvinte onisciente não pude responder até agora. Essas perguntas se fazem na carne - por isso mesmo, eu as deixo implícitas, de modo que os sensatos possam explicitá-la. Larguei a vida no Direito e passei a ter uma vida de monge leigo, como escritor. Fui para a vida virtual - e ao falar as coisas que falo com caridade, com bondade, com sensatez é que comecei a crescer como homem e ver que tudo isso que vi fazia sentido.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 29 de outubro de 2016 (data da postagem original).